GUERREIRAS DE ZEFERINA

Projeto da prefeitura de Salvador vira documentário sobre a vida de mulheres guerreiras de comunidade

oferecido por Selo Publieditorial

Emoção, gratidão, felicidade, sonho, vitória. Palavras como essas passaram a ser uma espécie de mantra no Conjunto Habitacional Guerreira Zeferina, no bairro de Periperi, subúrbio ferroviário de Salvador. Motivos não faltam para expressá-las: por ali, centenas de pessoas que antes viviam em barracos da antiga Cidade de Plástico - uma alusão às lonas improvisadas - hoje habitam em moradias dignas, com ampla infraestrutura. Tudo graças a uma grande intervenção realizada pela prefeitura da cidade de Salvador.

Pra falar a verdade, eu nunca imaginaria que eu teria uma casa pra mim, porque eu sempre morei de aluguel. Quando o pessoal me entregou a chave e eu entrei, até beijei o chão de alegria. Fui muito bom saber que meu filho tem um teto organizado e limpo para morar

Aline Ferreira, 28, ao relembrar a primeira vez em que pisou em seu novo lar, há pouco mais de um ano

A sensação de Aline é compartilhada por outras 256 famílias do conjunto habitacional cuja vista para as águas da baía de Todos-os-Santos ganhou um sentido especial após o processo de reurbanização. No lugar dos casarios imersos na lama, a gestão municipal ergueu dez prédios em uma área com mais de 20 mil m². O investimento total foi de R$ 21 milhões com recursos próprios. As obras na comunidade tiveram início em agosto de 2016 e foram concluídas em janeiro deste ano.

Além das unidades habitacionais - cada uma delas com três andares - o espaço ganhou um centro comunitário, quatro boxes comerciais distribuídos em dois quiosques, um parque infantil e uma academia.

Durante o período de obras, os moradores tiveram acompanhamento social que incluiu ações como auxílio na relocação de famílias, concessão de aluguel social e até mesmo cursos de capacitação profissional para que as pessoas tivessem a oportunidade de garantir o próprio sustento. Os treinamentos possibilitaram, por exemplo, que muitos pudessem ser contratados para trabalhar na construção do conjunto.

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Não tenho vontade de sair de casa

"Muitas vezes chego em casa e não quero nem sair do meu apartamento. Não quero, não tenho vontade de sair. Quero arrumá-lo. Sempre estou trocando as coisas de lugar. Está tudo ótimo para mim", define Cassileide Bonfim, 42, que mora com o marido e um casal de filhos. Para ela, a infraestrutura que nasceu junto com o conjunto Guerreira Zeferina foi um presente para os moradores. "Quando posso, trago meus netinhos para cá fazer bagunça na casa da vovó", ri Cassileide.

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Valorização em alta

Leonice Lessa, 62, relata que, antes da revitalização do local, muita gente duvidou que fosse receber as moradias. "Muitos órgãos entraram, mas nada fizeram. Hoje está isso aqui, uma maravilha. O que a prefeitura fez foi uma coisa muito bonita. Só tenho o que agradecer".

Nádia Duarte, 33, também não poupa adjetivos ao ser indagada sobre o antes e depois. "Hoje em dia nossa moradia é uma maravilha para o que era", resume. Ela afirma que não conteve as lágrimas quando soube que era uma das escolhidas: "Depois que peguei a chave, comecei a chorar. Meu filho estuda na creche daqui. Uma maravilha. Ele vai 8h da manhã e pego ele as quatro da tarde". Das coisas que mais gosta de fazer no conjunto Guerreira Zeferina, Nádia conta que curtir o visual de frente para o mar é um privilégio. "Gosto de sentar, ver essa paisagem muito bonita e botar o papo em dia".

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Novo sentido à vida

Para Miriã Santos, 37, a transformação do lugar significa uma conquista para cada um dos moradores. Ela diz que, hoje, tudo ficou mais cômodo. Principalmente por ter a chance de trabalhar a menos de cinco minutos de casa. Miriã é merendeira na creche-escola Guerreira Zeferina. "Tem sido bom pra mim. Estar fazendo parte das crianças daqui da comunidade. Faço merenda com amor", diz a mãe de Jamile, Jonas e Ruan.

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Estou desfrutando da minha casa

Desde que o Conjunto Habitacional Guerreira Zeferina tornou-se uma realidade, Vanderlice Reis, 76, aderiu a novos hábitos de saúde. Faça chuva, faça sol, diz que não fica um só dia sem se exercitar na academia ao ar livre. Sentada no sofá, dona Vanda, como é mais conhecida, conta o que gosta de fazer quando não precisa sair para ir ao médico. "E, estando em casa, me deito aqui e tiro meu cochilinho bom. Já malhei de manhã. Estou desfrutando da minha casa", brinca.

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