O crescimento econômico não foi vigoroso durante a gestão tucana. De acordo com o IBGE, nos oito anos em que FHC comandou o Brasil, a economia do país cresceu uma média de 2,4% ao ano. A média nos oito anos do governo Lula, por exemplo, foi de 4,08% ao ano.
Desemprego em alta
De acordo com a antiga PME (Pesquisa Mensal de Emprego), feita pelo IBGE, o desemprego se manteve relativamente alto durante a maior parte do governo FHC. Em dezembro de 2002, por exemplo, 10,5% da população estava desempregada.
Vulnerabilidade diante de crises internacionais
Apesar do controle da inflação e de um crescimento lento, mas constante da economia, o Brasil continuou vulnerável às crises internacionais dos anos 1990.
As crises do México, dos mercados asiáticos e da Rússia fizeram com que o Brasil recorresse a empréstimos junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) por três vezes para reforçar as reservas cambiais do país.
Esses empréstimos geraram várias manifestações e, à época, ficou famoso o slogan "Fora, FMI".
Pobreza
Outro dado no qual o PSDB não conseguiu avanços significativos foi com relação à redução da pobreza. Entre 1995 e 2002, o índice de pessoas que viviam com até US$ 1,90 por dia, segundo o Banco Mundial, até caiu, mas se manteve sempre acima dos 10%.
Em 1995, esse índice era de 13%. Subiu para 14,2% no ano seguinte e começou uma trajetória de queda. Em 2002, último ano do governo FHC, 10,2% da população brasileira estava nessa condição.
Corrupção: embrião do mensalão e Lava Jato
Apesar de ter adotado uma bandeira de combate à corrupção ao longo dos últimos anos, o PSDB também se viu tragado por investigações relacionadas ao tema.
Os três principais casos de corrupção envolvendo lideranças do PSDB são o mensalão tucano, o cartel do metrô de São Paulo e a Operação Lava Jato.
O mensalão tucano foi investigado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Segundo as investigações, o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) liderou um esquema de desvio de recursos públicos para abastecer o caixa dois da sua campanha à reeleição em 1998.
Neste ano, Azeredo foi condenado em segunda instância pela Justiça mineira e foi preso. Ele nega as acusações. O mensalão tucano foi considerado pelos investigadores como o "embrião" do mensalão petista.
O cartel do metrô de São Paulo foi revelado por empresas que mantinham contrato com o governo do estado para a construção e fornecimento de trens. Segundo as investigações, um conjunto de empresas, entre elas a Siemens e Alstom, faziam parte de um cartel para manipular a concorrência para a construção de linhas de metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Segundo delações do caso, o cartel teria funcionado durante os governos de Mário Covas e José Serra com o conhecimento e aval deles.
O caso foi alvo de denúncias pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) e ainda tramita na Justiça.
Lava Jato
A Operação Lava Jato também atingiu o PSDB fortemente. Delações de executivos da Odebrecht implicaram líderes do partido como Aécio Neves, Aloysio Nunes, José Serra e Geraldo Alckmin. Segundo os delatores, a empreiteira pagou propina relacionada a contratos que ela manteve com o governo de São Paulo, entre elas trechos do Rodoanel. Inquéritos foram abertos, alguns já arquivados e, até agora, nenhum deles foi julgado. Alckmin, Serra e Nunes negaram qualquer participação com as irregularidades.
O líder mais atingido pela Operação Lava Jato, porém, foi o senador Aécio Neves. Ele foi gravado pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista, do grupo J&F. Aécio nega irregularidades na sua relação com Joesley. Em abril deste ano, ele virou réu no STF por corrupção passiva e obstrução de Justiça.