Não estamos cumprindo o PNE
Boa parte das metas previstas até junho de 2016 no PNE (Plano Nacional de Educação), lei que estabelece diretrizes, metas e estratégias de concretização no campo da educação, não foi cumprida.
Dentre as metas descumpridas, segundo um balanço feito pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, estão a universalização da pré-escola e do ensino médio e elevação da taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais.
Para especialistas ouvidos pelo UOL, o desinteresse político pelo tema e os recentes cortes na área por conta da crise econômica estão afetando diretamente o plano para a década de 2014-2024.
As metas têm uma inter-relação. Deixar de cumprir uma delas é prejudicial, uma vez que pode trazer efeitos para o cumprimento de várias outras
Anna Helena Altenfelder, Superintendente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária)
Para Alejandra Meraz Velasco, superintendente do movimento Todos Pela Educação, o PNE é essencial para garantir bons resultados mesmo com mudanças de ministros e de governo. "O plano é a bússola de Estado. É uma ferramenta muito importante para auxiliar na continuidade das políticas públicas. Mudanças de gestão que trazem novos projetos, alteram prioridades e objetivos são muito prejudiciais para os resultados na educação."
Professora Dorinha (DEM-TO), deputada federal e membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, acredita que haja uma dificuldade financeira, mas que ela não pode ser uma justificativa para o não cumprimento das metas. "Além de o PNE ser um instrumento de gestão, ele está disponível para a sociedade. Precisamos fazer esse monitoramento e cobrar os atores envolvidos."