Rotativo do cartão

Rotativo do cartão de crédito passa a ter novas regras; veja como fica e saiba tirar vantagem

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Abaixo os juros

Não pagar o valor total da fatura do cartão e empurrar a dívida para frente. É assim que funciona o chamado rotativo do cartão de crédito.

Parece uma boa saída para quem está sem dinheiro, só que tem a taxa de juros mais alta do mercado: chegou a 481,5% ao ano em fevereiro, segundo dados do Banco Central. Para comparação, os juros do crédito consignado --um dos mais baratos-- eram de 29,5% ao ano no mesmo mês.

O grande problema da dívida no cartão é que, a cada mês, são cobrados juros sobre juros, criando uma espécie de bola de neve, que só aumenta.

O governo, então, anunciou novas regras para tentar conter esses juros tão altos. As mudanças começaram a valer em 3 de abril.

 

 

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Como fica agora

Agora, o consumidor só poderá usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias.

Passado esse prazo, ou paga o que está devendo (incluindo os juros) ou o banco terá que oferecer uma alternativa mais vantajosa para ele pagar o valor devido --por exemplo, dividindo em parcelas. 

Cada banco decide quais alternativas vai oferecer.

O BC não definiu qual será a taxa de juros ou o número de prestações, no caso de parcelamento da dívida, mas o governo diz que o custo do cartão de crédito deve cair pela metade.

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O que cada banco oferece

Veja as opções que serão oferecidas para o cliente após 30 de uso do rotativo do cartão de crédito (em ordem alfabética).

- Banco do Brasil

1) pagar o valor total (fatura atual + o que ficou da fatura anterior + juros e taxas);
2) pagar o valor mínimo (100% do que ficou devendo do mês anterior + juros e taxas +15% dos gastos da nova fatura);
3) parcelar o que deve de 3 a 24 meses (taxas não divulgadas). A opção pode ser feita nos caixas eletrônicos, internet ou central de atendimento do BB. Se não escolher, o parcelamento será automaticamente em 24 meses.

- Bradesco

1) pagar o valor total (o que ficou devendo na fatura do mês anterior + juros e taxas + gastos da fatura atual);
2) pagar uma entrada e parcelar o restante em até 12 vezes, com juros entre 3,60% e 9,80% ao mês, dependendo do seu perfil. Caso o cliente queira negociar um prazo maior, deve entrar em contato com o banco.

- Caixa Econômica Federal

1) pagar o valor total (fatura do mês atual + o que ficou devendo do mês anterior + juros e taxas);
2) pagar o valor mínimo (100% do que ficou devendo + juros e taxas + 15% dos gastos da nova fatura);
3) pagar uma entrada e parcelar o restante em 4, 8, 12, 16, 20 ou 24 meses, com taxas entre 3,30% e 9,90% ao mês.

- Cetelem (Administra cartões de redes de varejo, como Telhanorte, Submarino, Americanas.com, Fnac e Muffato)

1) pagar o valor total (fatura do mês atual + o que ficou devendo da anterior + juros e taxas);
2) pagar o valor mínimo (100% do que está devendo + juros e taxas + 20% dos gastos da nova fatura);
3) pagar uma entrada e parcelar o restante em 12 vezes (não informou quais as taxas).

- Citibank (cartões Citi ou Diners Club)

1) pagar o valor total (o que ficou devendo do mês anterior + juros e taxas + gastos da fatura atual);
2) pagar o valor mínimo (o que ficou devendo do mês anterior + juros e taxas + 15% dos gastos da fatura atual);
3) parcelar o valor devido em 6, 12 ou 24 meses (taxas não informadas). Se pagar menos que o valor mínimo, a dívida será automaticamente parcelada em 12 vezes.

- Itaú Unibanco

1) pagar o valor total devido (o que ficou do mês anterior + juros e taxas + os gastos da fatura atual);
2) pagar um valor mínimo (o que ficou do mês anterior + juros e taxas + 15% dos gastos da fatura atual);
3) parcelar o que deve em até 24 parcelas fixas, com taxas entre 0,99% e 8,90% ao mês (depende do histórico de pontualidade do cliente);
4) pagar uma entrada (entre o valor da menor parcela oferecida para o parcelamento da fatura e o valor do pagamento mínimo) e financiar o restante em 12 vezes.

- Nubank

A fintech Nubank informou aos clientes do seu cartão que oferecerá a opção de parcelamento da fatura com taxas entre 2,5% e 9,75% ao mês, abaixo da taxa cobrada no crédito rotativo, que chega a 14% ao mês. O cliente poderá optar pelo pagamento mínimo, que inclui o saldo pendente do mês anterior mais juros e taxas, ou parcelar, indicando o número de prestações desejado no aplicativo de celular utilizado pela empresa.

- Santander

1) o cliente poderá pagar o saldo total (o que ficou do mês anterior + juros e taxas + gastos da fatura atual);
2) fazer um pagamento parcial (o que ficou devendo no mês anterior + juros e taxas), jogando os gastos da fatura atual para um novo rotativo;
3) pagar um valor mínimo (15% do que ficou devendo no mês anterior + 15% dos juros e taxas + 15% dos gastos da fatura atual); os 85% da dívida do mês anterior podem ser parcelados entre 4 a 18 vezes, com juros entre 2,99% e 9,99% ao mês (de acordo com perfil e necessidade do cliente); já os 85% da fatura atual entrarão no crédito rotativo até o próximo mês.

Atenção!

Fique atento porque, a partir de agora, você deverá pagar, no mínimo, o valor da menor parcela oferecida na fatura para continuar em dia com seu cartão de crédito. Se você pagar um valor menor que esse, o banco irá considerar que você está inadimplente, podendo cobrar multas e negativar seu nome nos serviços de proteção ao crédito.

Além disso, se você sempre pagar apenas a menor parcela, ao longo do tempo você cairá no mesmo problema do crédito rotativo. Ou seja, sua dívida continuará uma bola de neve, apenas com taxas um pouco menores que as do rotativo.

4 dicas para tirar vantagem

  1. 1

    Pague 100% da fatura

    Para quem está com as contas em dia e paga 100% da fatura do cartão no vencimento, nada muda com a nova legislação. E essa continua sendo a melhor opção para evitar pagar juros.

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  2. 2

    Não aceita a 1ª oferta

    Após 30 dias no rotativo, cada banco define as opções que oferece ao cliente --e pode não ser necessariamente a melhor para você. Portanto, pesquise outras opções de empréstimo no próprio banco e em outros.

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  3. 3

    Empréstimo pessoal

    Simulações feitas pelo aplicativo de finanças pessoais Guia Bolso para o UOL mostram que fazer um empréstimo pessoal para pagar a dívida do cartão de crédito pode ser mais barato que parcelar essa dívida do cartão.

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  4. 4

    Não se empolgue

    Você parcelou a dívida no cartão e ainda tem limite para gastar? Cuidado! Fique atento ao quanto você pode pagar, e não ao limite oferecido pelo banco. Aprenda a usar melhor o crédito para não se endividar ainda mais.

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