Bolsonaro
Isentar da cobrança de Imposto de Renda o trabalhador que ganha até cinco salários mínimos é uma das propostas de Bolsonaro para a redução da carga tributária. A medida não aparece no plano de governo, mas foi defendida pelo candidato em entrevistas.
Estaria isento quem recebe até R$ 4.770, considerando o mínimo atual, de R$ 954. Hoje, é isento quem ganha até R$ 1.903,98.
O Ministério da Fazenda estimou que o governo deixaria de arrecadar R$ 60 bilhões com a isenção. Bolsonaro não detalhou as fontes de financiamento para cobrir essa perda.
Para quem ganha mais de cinco mínimos, haveria uma alíquota única de 20%. Também voltaria a ser cobrado tributo sobre dividendos.
No caso das empresas, o IR seria único, de 15%. Atualmente, existem várias alíquotas, dependendo do regime tributário escolhido pela companhia.
A equipe do candidato também defende a criação de um imposto único sobre transações financeiras para substituir todos os tributos federais desse tipo. A proposta, mencionada por Paulo Guedes, foi vista como uma recriação da CPMF, o "imposto do cheque", extinta no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Guedes negou que a ideia seja recriar a CMPF e disse que a polêmica foi um"equívoco enorme".
Bolsonaro também estuda criar um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para unificar tributos federais sobre produtos e serviços, como PIS/Cofins, Cide e IPI.
Haddad
Haddad diz que encaminhará ao Congresso no primeiro mês de governo uma proposta de reforma tributária “orientada pelos princípios da progressividade, simplicidade, eficiência e da promoção da transição ecológica”. As alterações não afetariam a carga tributária total, segundo plano de governo.
A principal mudança seria a reestruturação da tabela do Imposto de Renda. Pelo plano de governo do candidato, haveria isenção de IR para quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 4.770, considerando o mínimo atual, de R$ 954). Hoje, é isento quem ganha até R$ 1.903,98.
Em compensação, haveria aumento de alíquota para os “super-ricos”, com alíquotas diferentes por faixas de renda, maiores conforme os rendimentos subirem. Mas o plano não diz quem se enquadra na categoria dos super-ricos nem quais seriam as alíquotas.
Guilherme Mello, assessor econômico da campanha do petista, diz que super-ricos são aqueles que ganham entre 40 e 60 salários mínimos por mês (de R$ 38.160 a R$ 57.240).
Outra proposta é recriar o imposto sobre lucros e dividendos, extinto na gestão Fernando Henrique Cardoso, em 1996.
Essas medidas, somadas ao fim das desonerações (corte de impostos para empresas), compensariam a perda de arrecadação com o aumento da faixa de isenção do IR.
Por fim, Haddad diz que vai propor a simplificação tributária, substituindo gradualmente os atuais impostos indiretos por um único imposto, o IVA (Imposto sobre Valor Agregado).