
Agropecuária
Cresceu 13,4% em relação ao trimestre anterior, com safra recorde de soja e boa colheita de milho. Comparando com o mesmo período de 2016, subiu 15,2%.
A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre na comparação com o trimestre anterior, interrompendo oito períodos seguidos de queda.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, porém, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 0,4%, no décimo segundo recuo seguido.
No acumulado de quatro trimestres, a economia encolheu 2,3%.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (1º).
O setor agropecuário expandiu no início do ano e teve o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 1996 (+23,8%), comparando com o trimestre anterior. O resultado também foi positivo em relação ao mesmo período de 2016. Nessa comparação, o setor não crescia tanto desde o primeiro trimestre de 2013 (+21,5%).
Cresceu 13,4% em relação ao trimestre anterior, com safra recorde de soja e boa colheita de milho. Comparando com o mesmo período de 2016, subiu 15,2%.
A indústria cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior, mas caiu 1,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2016
O setor de serviços ficou estável em relação ao trimestre anterior e encolheu 1,7% comparando com o mesmo período do ano passado.
Acabou a recessão! O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer ainda mais.
![]()
Ainda há um longo caminho até a plena recuperação, mas estamos na direção correta.
![]()
O crescimento de 1% do PIB foi superior ao dos vizinhos latino-americanos, mas ainda está atrás do obtido pelos emergentes asiáticos.
Em um levantamento com 38 países, o avanço da economia brasileira de janeiro a março foi o 11º melhor.
O resultado foi superior ao obtido por México (0,7%) e Chile (alta de 0,2%). Mas inferior ao da Malásia (+1,8%), da China e da Tailândia (+1,3%) e das Filipinas (1,1%).
Apesar de a economia brasileira dar sinais de recuperação, a saída da sua mais longa e profunda crise, que causou forte desemprego, ainda é incerta.
Indicadores importantes na composição do PIB ainda apresentam forte queda, como os investimentos e o consumo das famílias.
Para analistas, a atual situação política torna as previsões econômicas nebulosas. Além disso, segundo o IBGE, o crescimento partiu de um nível de produção muito baixo, já que a economia brasileira roda no mesmo patamar observado no fim de 2010, ou seja, há sete anos.
Em relação ao quarto trimestre de 2016, os investimentos caíram 1,6%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o tombo foi de 3,7%, na 12ª queda seguida.
O principal motivo, segundo o IBGE, foi a queda das importações de bens para a produção (como máquinas, equipamentos e materiais de construção) e o desempenho negativo da construção.
O investimento das empresas para produzir mais é um dos indicadores mais importantes do PIB.
Além da queda nos investimentos e no consumo das famílias, a crise política que atinge o governo nas últimas semanas, após a delação premiada dos donos da JBS revelar conversas suspeitas com o presidente, pode abortar a recuperação logo no início.
Temer, que assumiu o cargo há um ano, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, procurou implementar uma agenda de reformas econômicas impopulares, mas apoiadas pelos investidores.
Com as denúncias e a investigação do presidente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça, há pressões para que ele renuncie e pedidos de impeachment protocolados no Congresso. Também há um julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode cassar a chapa Dilma/Temer.
A incerteza gerada pelas duas possibilidades pode atrasar ou impedir a votação das reformas, o que é visto pelo mercado como prejudicial à economia.
O IBGE mudou a metodologia para calcular o PIB e, com isso, vários resultados passados foram revisados --a maioria para cima. A mudança só afetou os números que comparam um trimestre com o período imediatamente anterior.
Na época da mudança, quando questionado sobre uma possível influência do governo para melhorar dados, o então diretor do IBGE, Roberto Olinto, negou a interferência, e afirmou que a mudança foi técnica. Olinto será o novo presidente do IBGE, após a ida de Paulo Rabello de Castro para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).