Pode ser até que você já tenha esbarrado no presidente do grupo dentro de alguma loja de O Boticário por aí. Artur Grynbaum gosta de andar incógnito para tentar entender do que as pessoas precisam.
"Eu adoro [ir para lojas]. Vou lá, fico olhando, observando atendimento, como o consumidor se dirige aos produtos. Raramente me identifico, mas vou lá perguntar por que gostou, por que não gostou. Nossa política é pé na rua. Daí vem o entendimento do consumidor. A vida acontece do lado de fora do ar-condicionado."
Ele afirma que várias decisões foram tomadas a partir dessa observação do consumidor e do contato com os franqueados de sua rede. Uma vez decidiu o aroma de um novo produto com base na experiência das vendedoras.
Não basta faculdade para carreira vitoriosa
Grymbaum dá algumas dicas de carreira. Uma delas é buscar conhecimento sempre, mesmo depois de formado.
"Se achar que, porque fez faculdade, já cumpriu a parte preparatória que lhe cabe, está enganado. Ele e mais milhões fizeram isso. Como ele busca conhecimentos adicionais? O jovem tem de buscar o autodesenvolvimento."
Atitude também é fundamental para ele. "Tem de ir lá e realizar as coisas, não pode esperar tudo mastigado. Precisa de apetite para correr risco, mostrar o que pode fazer, e não simplesmente esperar uma escada para subir rapidamente."
Tive casos de alguém que entrou e, em seis meses, veio falar: 'ainda não fui promovido'. Oi??? Me conta antes o que você fez para ser promovido!
Já pensou ser sócio do cunhado?
Dizem que ter um sócio é difícil. Agora, imagine se seu sócio é também seu cunhado! As piadas com cunhados folgados são famosas no Brasil, mas Artur Grynbaum garante que não há problema nenhum na sua vida por causa disso.
Ele é sócio de seu cunhado Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e hoje presidente do conselho. "É um negócio inusitado porque foi uma sociedade entre cunhados que deu certo. Para nós, é supertranquilo", diz, sorrindo.
"Sempre nos demos muito bem, desde que ele começou a namorar minha irmã. A gente brincava que um dia iríamos trabalhar juntos. E hoje estamos aí."
"Miguel sempre gostou muito de produto, de fábrica. Eu adorava finanças e venda. Então, a coisa se fechava. Construímos uma relação fantástica, com vários papéis. Somos cunhados, mas praticamente irmãos, somos melhores amigos, sócios."