Pai de três filhos, Jefferson Oliveira Batista mora com a mulher em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Tem ensino médio completo, curso de informática, de telemarketing, de técnico em vendas, de brigadista de primeiros socorros, curso para trabalhar com ferramentas de obras, como caixa de posto de gasolina. Mas não tem emprego fixo desde 2016.
"Fiquei o ano de 2016 inteiro entregando currículo e fazendo bicos para sobreviver", ele diz. "Tenho carta de recomendação, mas antigamente era mais fácil conseguir emprego."
Até 2014, na opinião do rapaz, havia mais vagas, mais entrevistas, mais procura por candidatos. "Hoje em dia, você vai fazer entrevista para seis vagas e tem mais de 40 concorrentes."
Para sustentar a família, Jefferson faz bicos de construção civil com o sogro, quando aparece algum serviço. A mulher, de 22 anos, fica em casa para cuidar dos filhos, de 8, 6 e 1 ano de idade. Por cerca de sete meses, eles receberam R$ 340 do Bolsa Família, mas o benefício foi cortado em junho deste ano.
"Não era para estar assim. Um país tão rico como o nosso, a gente não vê expectativa de nada para ninguém, para quem é jovem, para quem é idoso. Estão tirando tudo, principalmente do trabalhador. Estão tirando todos os direitos da gente."