Menos direito, mais barato?

Passagem aérea custaria menos se lei não exigisse comida e hotel em caso de voo cancelado, diz chefe da Azul

Do UOL, em São Paulo
Marcelo Justo e Arte/UOL
Marcelo Justo/UOL Marcelo Justo/UOL

Mudanças a jato

Depois da cobrança de envio de bagagens em aviões, o setor quer outra mudança de lei: o fim da obrigação de pagar hotel e refeição em casos de voos cancelados. Em entrevista na série UOL Líderes, o CEO da Azul, John Rodgerson, diz que isso permitiria baixar o preço das passagens.

Ele afirma que o combustível e os impostos pesam nas operações no Brasil, defende mais voos para o rico interior do país, considera que a equipe econômica do governo faz um bom trabalho, mas diz que não basta cortar custos, que o país precisa voltar a crescer.

Pagar hotel e comida por voo cancelado encarece passagem

O CEO da Azul, John Rodgerson, diz que, assim como aconteceu com o despacho de malas, as regras sobre voos cancelados no Brasil deveriam mudar também. Segundo ele, sem a obrigação de pagar hotel e refeição nesses casos, as empresas aéreas cobrariam passagens mais baratas. Leia a seguir:

O público tem de entender que há muitas coisas fora de controle de uma empresa aérea [na definição dos preços de passagens]: impostos, combustível, câmbio.

Um desafio que nós temos é que, quando um aeroporto fecha, a responsabilidade da companhia aérea é colocar todo mundo num hotel, com táxi, comida. São muitos custos, e a empresa tem de bancar isso. Se pudermos mudar a legislação em alguns sentidos, como mudamos com a bagagem, acho que poderemos baixar ainda mais as tarifas.

Há pessoas que viajam sem bagagem agora e estão pagando tarifas mais baixas. Todo mundo é diferente e quer alguma coisa customizada. Um quer viajar sem mala, outro quer viajar no espaço Azul [poltronas mais espaçosas], alguém quer viajar na janela, na frente, ou receber mais pontos no cartão de fidelidade, outros não se importam com isso.

A melhor coisa que podemos fazer é customizar a passagem para cada um. Talvez uma pessoa planeje com 90 dias de antecedência, e ela deve ter um preço bem diferente do que o cara que não planejou.

No mundo, os preços mais baratos estão nos EUA e na Europa, porque são muito mais flexíveis.

Nos EUA, quando neva, fecha o aeroporto. Mas, se as aéreas lá tivessem que colocar todo mundo num hotel, talvez nem houvesse hotel suficiente perto do aeroporto, e o custo da passagem durante o inverno nos EUA ia subir 25%, porque o aeroporto pode fechar a qualquer momento.

Há uns anos o aeroporto de Viracopos fechou porque um cargueiro caiu na pista. Fechou meu aeroporto principal, e não posso fazer nada com aquilo. Mas o Procon chegou ao aeroporto três horas depois e me questionou sobre como eu iria tratar os passageiros que foram impactados. Não foram impactados por nós, mas por um evento que nem Deus previa. É uma coisa que temos que entender um pouco melhor.

Estou reclamando um pouco de algumas leis. Elas podem até ficar como estão, mas, se quisermos baixar mais os preços no Brasil, temos que mudar algumas dessas coisas, vai ser para o benefício de todos.

Impostos e dutos também afetam preços

Quando o ICMS está muito alto, todo mundo paga por isso, não só a pessoa naquele voo, naquele dia, mas todo mundo do sistema.

Outra coisa que os passageiros estavam reclamando era que, para voar para o interior de alguns Estados, o preço da passagem é mais alto -e é! Não há dutos para levar combustível a essas cidades. Para abastecer lá, é muito mais caro. Imagine na Amazônia!

Alguns aeroportos nem têm abastecimento, e a gente tem de voar até lá cheio, pousar e depois sair sem abastecer [o peso maior do avião cheio faz gastar mais combustível, e o preço fica mais alto]. Há muitas dessas coisas que impactam o preço da passagem.

Bagagem paga dá dinheiro para as áreas. Era o que queriam?

Não vou mentir, claro que queremos sempre ter mais receita, mas há várias coisas que entram nisso. Há mais pessoas viajando hoje por causa da bagagem do que antes. Viram que podem economizar sem levar bagagens. E há pessoas pagando um pouco mais.

Mas o que isso vai fazer? Vai trazer uma receita para que as empresas possam ser mais saudáveis e possam investir mais. Se eu estivesse colocando esse dinheiro no meu bolso, ia ser diferente, mas o que eu estou fazendo com isso? Estou comprando aeronave nova, com nova tecnologia, que vai baixar ainda mais o preço das passagens.

Se não existisse a cobrança de bagagem, ia ser muito mais difícil continuar crescendo daqui para a frente. No longo prazo, isso é muito benéfico para o Brasil. É muito importante ter empresas aéreas saudáveis. E é muito importante os aeroportos serem privatizados no Brasil agora, isso vai trazer muito dinheiro para o país.

Há dois lados da moeda. Campinas, com 180 voos por dia, opera sem um finger [ponte coberta que liga o terminal ao avião, para os passageiros entrarem e saírem]. É tudo feito em ônibus, escada, tudo muito mais difícil. Em dia de chuva, estamos lá com guarda-chuvas, tentando subir as escadas. Então, esse lado da privatização de aeroportos é muito bom, porque precisamos muito de infraestrutura.

E não só em Campinas, mas Belo Horizonte, Brasília e outros que precisavam de investimento. Mas se a privatização vira apenas uma maneira para que os novos donos de aeroportos ganhem em cima, é preocupante. Tivemos brigas -eu não vou falar em quais aeroportos. Mas quiseram cobrar muito para fazer propaganda da Azul nos aeroportos em que operamos.

O que acontece é que ninguém está fazendo propaganda dentro do aeroporto. Isso é ruim para nós, mas também ruim para eles. Às vezes, tem que usar bom senso. Com esses aeroportos privatizados, temos que agir como se fôssemos sócios. Se os custos do aeroporto aumentam, o custo das passagens tem que aumentar ou o crescimento acaba. Então, a culpa do preço não é sempre da empresa aérea.

Mudança de lei para cortar custos

Aviões novos devem baixar passagens em 25%

O combustível no Brasil custa 50% mais caro do que a média do resto do mundo, diz o CEO da Azul, John Rodgerson. Esse é um dos elementos que fazem os custos de aviação serem altos no país. O uso de aviões com tecnologias mais econômicas pode ajudar a baixar o preço das passagens. Leia abaixo o que ele diz a respeito:

A maior reclamação que eu recebo, falando com os nossos clientes, é que o preço da passagem é alto demais. Estamos recebendo uma nova aeronave que tem um custo 29% menor por assento. Então, vamos poder baixar nossos preços um pouco e, ainda, aumentar nossa rentabilidade.

Além disso, estamos muito animados também com a nova geração do avião da Embraer [o E195-E2], que chega em 2019. Esse avião tem um custo 25% mais baixo por assento do que o que nós temos atualmente.

Estamos voando com aeronaves de cem lugares, e com cem lugares não dá para cobrar assentos mais baratos porque não há capacidade suficiente. Mas, com 174 lugares [capacidade dos novos aviões], posso vender uma parte das passagens mais barata, talvez até 25% mais barata do que antes, em algumas rotas mais longas, por causa dessa nova tecnologia.

As tarifas mudam todos os dias, como o combustível muda todos os dias, o câmbio muda também, e outras coisas do Brasil que mudam todos os dias.

As pessoas perguntam como comprar uma passagem mais barata. É preciso planejar com um pouco mais de tempo, porque quem compra em cima da hora sempre paga mais.

O Brasil precisa dessas aeronaves mais econômicas mais do que qualquer lugar do mundo. Isso porque o preço do combustível aqui no Brasil é 50% mais alto do que em qualquer outro país no mundo. Quando você tem uma nova aeronave que queima menos combustível, faz mais sentido aqui no Brasil do que em qualquer outro país.

Vamos receber entre seis e nove aeronaves por ano nos próximos três ou quatro anos. É importante que voltemos a crescer, acreditamos no país, que teremos um futuro brilhante aqui no Brasil. Sei que não vai ser uma maravilha, mas sabemos que já passamos pelo pior.

Baixar preços para mais brasileiros poderem voar

O preço da passagem está alto porque os nossos custos estão altos. Cortar custos é como cortar grama, sempre tem que cortar. Temos que mudar radicalmente a nossa frota para realmente dar uma grande queda nos preços e em nossos custos, isso é importante.

Há um público no Brasil que pode pagar uma passagem cara, mas há um público que vai ficar fora da aviação se não baixarmos os preços. E o crescimento do Brasil é para ter todo esse público com acesso a viagens. É nisso que temos de focar.

Informar melhor o cliente

Acho que estamos fazendo um bom trabalho em várias coisas, mas também erramos. Temos que responder mais rapidamente ao cliente. Às vezes, demoramos até cinco dias para responder a alguma reclamação, e isso para mim é inaceitável, porque a cada dia que passa, a raiva do cliente aumenta. Temos que agir mais rápido para resolver esses problemas quando eles acontecem.

Outra reclamação que ouvimos muito é falta de informação, quando os aeroportos fecham ou temos manutenção de uma aeronave. As pessoas entendem que a aviação é assim, mas o que eles não aceitam é a falta de informação. Nunca podemos mentir e não podemos deixar passar 15 ou 20 minutos sem dar alguma informação, e eu sei que nós erramos nisso e temos que melhorar.

Aeroportos abertos com neblina

Brasil não é só avenida Faria Lima

As outras empresas aéreas pensam que o Brasil se resume ao eixo Rio-São Paulo e desprezam regiões ricas do interior, afirma o CEO da Azul, John Rodgerson. É nesse espaço que a Azul tem crescido. Leia na sequência o que ele diz sobre isso:

A Azul voa para mais ou menos cem cidades no país, é muito mais do que os nossos concorrentes (uma voa para 55, outra para 42 destinos). Abrir novas cidades é muito importante para a Azul porque é uma nova demanda.

Estou no Brasil há nove anos [ele é norte-americano]. Quando cheguei, só havia 47 milhões de passagens vendidas, e eram as mesmas pessoas. Podia ser a mesma pessoa voando a ponte aérea [Rio-SP] dez vezes ao ano. Então, se fosse olhar CPF, talvez fossem 7 milhões de pessoas apenas.

Nos EUA, foram 800 milhões de pessoas. Se ajustar por PIB, se ajustar por tantas coisas, não dá para entender por que o Brasil só teve menos de 50 milhões de passageiros. Agora tem 90 milhões, e a Azul tem mais ou menos 22 milhões desse total.

Desde que chegamos ao Brasil com a Azul ela cresceu, e isso acontece porque estamos voando para cidades onde as empresas aéreas não estavam.

Sinop é uma das cidades mais rentáveis para voo

Com todo respeito aos colegas de São Paulo, mas muitas vezes as pessoas pensam no país usando óculos da [avenida] Faria Lima. Eles pensam que Brasil é São Paulo, e é esta avenida, e é [o aeroporto de] Congonhas, e eles esquecem da grandeza que o Brasil é.

Uma das cidades mais rentáveis em que temos voo é Sinop (MT) ou Sorriso (MT). Essas cidades que dez anos atrás ninguém sabia que existiam. Estamos conectando essas cidades com o país inteiro e também Europa e EUA. É uma maravilha.

E o interior de São Paulo é muito rico, nós dominamos o interior de São Paulo, mas antes da Azul havia 12 ou 15 voos por dia no aeroporto de Viracopos (Campinas). Agora, nós temos quase 200 voos por dia.

Cresceu tanto o interior de São Paulo? Não. Mas os empresários que estão no interior de São Paulo viajavam uma vez a cada trimestre, e agora estão viajando semanalmente. Porque não têm que passar por São Paulo.

Imagine alguém de Campinas que queira pegar um voo em Congonhas. Não dá, por causa do trânsito. É muito doloroso fazer isso, e as pessoas acabam viajando menos quando não há voos com frequência nas cidades.

Uma grande parte do que a Azul fez é porque temos aeronaves menores, que são nossos Embraer e nossos turbo-hélices, que vão a essas cidades. Costumo dizer que nós criamos uma ponte aérea, por exemplo, entre Ribeirão Preto e Campinas [no interior de SP], cinco voos por dia.

Concorrência faz tudo igual

Por que há poucos passageiros aqui no Brasil? A razão, com todo o respeito aos meus concorrentes, é que Gol, Latam e Avianca fazem a mesma coisa. Eles têm o mesmo tamanho da aeronave voando para as mesmas cidades grandes e não estão estimulando novas demandas.

O que nós fizemos é que criamos o nosso próprio mercado, fomos aonde os outros não estavam e estimulamos muita demanda.

Falta infraestrutura em muitos aeroportos [em cidades menores]. Normalmente, têm pista boa, mas o terminal não está pronto para receber. Tenho uma lista na minha sala de todos os aeroportos em que a gente quer entrar [são uns 25], e nós trabalhamos nessa lista semanalmente. Temos de ir ao aeroporto e mostrar que precisa de um raio-x aqui, precisa de uma instalação de bombeiros e outras coisas.

Cada vez que inauguramos um voo numa cidade, as outras cidades nossas ficam mais fortes. Quando começamos a voar para Jericoacoara (CE), nosso voo Recife-Campinas ficou mais forte, porque há alguém que está saindo de Campinas agora e indo para Recife só por causa de Jericoacoara.

Então, essa é a grande diferença. Vimos que ninguém estava voando regionalmente no Brasil, e não faz sentido. Se nós fizermos isso, podemos criar muito mais demanda. Acredito que o Brasil possa chegar, nos próximos anos, aos 200 milhões de passageiros, está em 90 milhões agora [o número considera o mesmo passageiro voando mais de uma vez]. E isso vai acontecer abrindo mais cidades e baixando o custo da passagem, porque, com isso, as pessoas viajam mais.

Nosso plano é ter voos para cinco a dez novas cidades.

Se eu olhar com aqueles óculos de só São Paulo, vou esquecer que há uma grande parte deste país que está crescendo. A única razão pela qual o PIB [Produto Interno Bruto] cresceu nos seis primeiros meses de 2017 foi por causa da supersafra, e é essa parte do Brasil que está crescendo.

Vantagem com bagagens pagas

A Azul é assim

  • Fundação

    2008

  • Frota

    124 aviões

  • Funcionários

    Mais de 10 mil

  • Voos por dia

    784 voos para 105 destinos nacionais e internacionais

  • Passageiros

    Mais de 21 milhões em 2016

  • Resultado operacional 3º tri/17 (lucro com a atividade principal)

    R$ 249,3 milhões, com margem de 12,5% (trimestre recorde da empresa)

  • Ebitda 3º tri/17 (lucro sem descontar juros, impostos etc.)

    R$ 634 milhões, com margem de 31,7% (companhia aérea mais rentável da América do Sul)

  • Lucro líquido 3º tri/17

    R$ 204 milhões (alta de R$ 194,6 milhões em relação ao mesmo período de 2016)

  • Participação no mercado

    Líder em 66 cidades em termos de decolagens (70% de suas rotas)

Brasil é engraçado: piora rápido, mas também melhora depressa

O CEO da Azul, John Rodgerson, diz que as medidas econômicas do governo Temer são impopulares, mas precisam ser feitas. Mas ele afirma que não basta só cortar custos, o país também precisa voltar a crescer. Leia a seguir:

O Brasil precisa de estabilidade. Estou feliz olhando o câmbio nos últimos 12 meses, que é o que impacta a gente mais do que outra coisa, e o câmbio está estável.

Se olhar o câmbio, está entre R$ 3,10 e R$ 3,40, que ainda é muito, mas, comparado com o que estava antes, é estável. E, com estabilidade, as pessoas podem planejar.

O que aconteceu quando o câmbio estava variando muito, no processo de impeachment [de Dilma Rousseff]? As pessoas pararam de viajar e de fazer compras porque elas não sabiam quanto isso ia custar.

A equipe econômica está fazendo o que tem que ser feito, tudo o que está fazendo é impopular, mas, às vezes, tem que fazer o que é melhor para todo o Brasil.

Por isso eu estou otimista. A queda de juros é importante. Quando pode ganhar 13% no banco, quem vai investir? É muito difícil haver projetos que ganhem acima disso. A queda dos juros vai dar capacidade para as empresas investirem, e é disso que nós precisamos, de pessoas que confiem no futuro do Brasil.

O Brasil é engraçado porque piora rápido, mas também pode melhorar muito rápido.

Nós pensamos no futuro, sabemos que temos desafios grandes que precisam ser ultrapassados, mas o que vai salvar o Brasil é voltar a crescer.

Não só cortar custos do governo, nem só privatizar todas as coisas, que tem mesmo que fazer, mas o Brasil tem que voltar a crescer porque, sem crescimento, não vai haver receita para fazer as coisas de que o governo precisa.

Na sua profissão, você tem de gostar do seu chefe

Na carreira, você tem que correr riscos. Sou presidente da Azul hoje porque eu assumi o risco de vir para o Brasil e ajudar a fundar uma empresa. Muitas pessoas têm medo de se arriscar. E o melhor tempo para achar um emprego é quando você tem um emprego.

Muitas pessoas ficam satisfeitas ou confortáveis no lugar onde estão, mas as pessoas que têm talento sempre estão procurando chegar ao próximo nível.

Por que alguém deve sair de um emprego e procurar outro? Primeiro, você tem que gostar do seu chefe imediato, porque eu posso achar que a cultura da Azul é a melhor do mundo, mas a cultura é a do seu chefe imediato. Então, tem que respeitar e gostar dele. Se não gosta e não respeita, foge, você tem que sair.

Depois, você tem que ganhar bem. Não precisa ser o melhor do mercado, mas tem que ganhar adequadamente. Se você sempre está querendo 10% a mais, acho que não é um grande perigo, mas se você pode ganhar 50% a mais, deve sair.

E terceiro: você sempre tem que estar crescendo. Eu vejo muitas pessoas, jovens, que estão na mesma posição por cinco, seis, sete, oito ou nove anos e pararam de crescer.

Quando você para de crescer, é tempo de procurar outra coisa. Porque a carreira é 25, 30 anos, talvez agora 40 anos, não sei, mas você sempre tem que estar crescendo.

Para mim, esses três pilares são fundamentais. Tem que gostar do seu chefe, ganhar o que é justo e tem que estar crescendo. Você pode ter o melhor chefe do mundo, ganhar super bem, mas, se parou de crescer profissionalmente, deve procurar um novo desafio na vida, e isso pode estar dentro da sua própria empresa, nem sempre tem que sair.

Pergunte para o seu chefe por novas oportunidades. Para mim, isso é fundamental: focar em seu crescimento. E também não ache que alguém vai fazer a sua carreira para você. Quem é dono da sua carreira é você, você tem que fazer. Se deixar isso com outro, vai ter problema.

Arte/UOL

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