As pessoas têm medo de que seus dados sejam roubados de seus cartões, e isso é normal, diz o vice-presidente de Produtos da Visa Brasil, Percival Jatobá. Ele afirma que segurança é uma preocupação prioritária do setor:
Trabalhamos para que tudo seja absolutamente seguro. Aquelas informações que saem do plástico e que se materializam em um telefone ou em algum produto “vestível”, em algum “wearable” [coisas que podem ser vestidas, em inglês], sejam absolutamente seguras. Todo esse processo de segurança envolve também um investimento pesado.
Para transações na internet, existe hoje a autenticação. Ela visa a garantir que é a pessoa mesmo que está comprando.
De que forma você faz isso? Você pode pedir uma senha, pode perguntar qual o nome do primeiro animal de estimação. Nós todos achamos que isso num dado momento é válido, mas obviamente se você não robustecer esse processo de autenticação, há o risco de existir uma transação fraudulenta.
Piscar na selfie para provar que é você
Lançamos neste ano um processo de autenticação via selfie, com o banco Neon. É muito interessante e uma experiência muito agradável e divertida. Você está comprando em um site da internet e recebe no seu celular uma mensagem que o convida a tomar algum tipo de atitude. Você posiciona o celular como se fosse fazer uma selfie. Essa questão de biometria facial é impressionante. A sua face tem 80 pontos nodais, que mais ou menos equilibram matematicamente toda essa autenticação.
Por exemplo, o seu lábio não pode estar tantos pontos nodais longe do seu nariz, que também não pode estar longe da sobrancelha, porque senão você desconfigura. E como o Banco Neon resolveu a possibilidade de o camarada colocar uma foto no lugar da pessoa real? Você tem que piscar! Então você pisca, ou mexe a cabeça.
Medo de pagar a conta do amigo sem querer
A gente já teve vários questionamentos de pessoas que falam: “imagina que eu estou com o meu colega e nós estamos próximos a uma máquina para pagar. A conta é do meu colega, não é minha, e eu posso chegar mais próximo daquele ponto de pagamento e vai capturar a minha informação”.
Essas questões são absolutamente justas porque as pessoas não sabem. No pagamento “contacless” [à distância, sem contato], você precisa aproximar seu cartão num raio muito perto da máquina. São 5 centímetros, 10 centímetros. Então, esse risco de pagar a conta do amigo não existe.
Embaralhando os dados contra as fraudes
Segurança é um dos grandes princípios quanto lançamos um produto. Para isso, a gente desenvolveu um protocolo de segurança chamado tokenização [uso de token, aparelho que emite código numérico alterado o tempo todo]. Ele trabalha para reduzir o valor de uma informação.
A tokenização mascara o número do cartão, a data de validade, o código, e o fraudador não consegue pegar. Esse processo é fundamental para pagamentos digitais.
Não acredite em e-mails que pedem seus dados
Hoje a maior parte das fraudes acontece no ambiente online porque é o ambiente mais recente, onde há muitos interlocutores e não existe necessariamente 100% de controle. Isso não é só a Visa, mas todos os players do mercado.
Uma boa dica é, antes de comprar num site, verificar a procedência daquele lugar, se ele dispõe dos selos de segurança. Desconfie se você receber um e-mail pedindo para colocar os dados de atualização do seu cartão de crédito, ninguém faz isso.
Nenhum emissor de cartão envia um e-mail para a casa do seu cliente pedindo para atualizar dados pela internet
Desconfie se, durante uma compra, de repente some a imagem completamente e aparece uma outra. Não estou necessariamente falando que, se acontecer isso, é fraude, mas você deve estar atento a qualquer alteração. Ou seja, desconfie. Entre em contato com seu banco, tire as dúvidas.