A educação e até mesmo a política precisam de menos política e mais técnica, na visão do presidente da rede CNA, Décio Pecin.
Para melhorar o ensino em geral no país, não só de inglês, ele diz que o Ministério da Educação precisava "se aproximar mais das melhores práticas do mercado privado".
Ele critica políticas assistencialistas aplicadas isoladamente e diz que é preciso investir mais em educação. "Não podemos achar que só com distribuição de renda, limitada, a gente consegue melhorar o país. Você aquece o mercado interno por um determinado período, mas não consegue manter, porque o background disso não existe."
É preciso pensar educação de forma absolutamente profissional, séria, dedicada e longe da política para este país dar certo
Pecin diz que o país só muda com educação melhor. "A verdadeira revolução da nova classe média, de que se fala tanto nesses últimos dez anos, só vai acontecer quando estiver embasada em educação."
Lado técnico da política
O ideal, para Pecin, seria que até a política fosse menos política, do jeito que é feita hoje. "A política como um todo precisa se desvincular do lado político e ir para o lado técnico. Do jeito que é feito no Brasil, você pode estar cheio de bons conselhos e gente de bem do seu lado, mas é preciso mais do que isso. A maneira de fazer política no Brasil precisa mudar."
É necessário romper com o modelo de se fazer política por trocas, e tentar fazer por questões técnicas e competência
"Talvez, a gente esteja passando por esse momento agora. Talvez a gente precise passar por algumas feridas neste momento para poder na próxima geração ver coisas diferentes."
Para ele, educação precisa combinar qualidade e quantidade, não basta só um ou outro. Ele critica a aprovação automática de alunos, por exemplo.
Não adianta querer número para mostrar, relatórios bonitos para falar que a aprovação aumentou e a reprovação diminuiu, se você está simplesmente aprovando sem qualidade. É preciso educação sem intervenção política
Negócios afetados por política e economia
O setor de ensino de línguas, como todos os outros, sofreu impacto da crise político-econômica.
"Os dois últimos anos talvez tenham sido os mais difíceis do setor. Na média, a educação de idiomas sofreu queda de 10% nesse período, em alunos e faturamento."
Ele diz que começou a haver melhora no fim do ano passado e no primeiro trimestre deste ano. "A gente projetava um crescimento de 5% em 2017 e já estamos recalculando para cima."