Liquidações, oportunidades de ocasião e outros impulsos consumistas são grandes riscos para seus planos de aposentadoria. "É preciso ter muita disciplina. Principalmente quando a gente é mais jovem e a aposentadoria parece algo muito distante. A tentação de pegar aquele dinheiro e comprar um carro novo, por exemplo, é grande", diz Faria Junior.
Se você perder o emprego, certamente terá que suspender os aportes mensais para sua aposentadoria. Caso não tenha uma reserva de emergência, ou ela se esgote, terá que gastar parte do dinheiro economizado até superar o momento difícil. Outros imprevistos pessoais, como doença ou morte na família, ou uma gravidez não planejada, também podem interromper sua poupança para aposentadoria.
Todo mundo espera chegar à velhice com saúde e um bom padrão de vida. A essa altura da vida, a expectativa é que você já tenha terminado de pagar a casa própria e o carro. Também deverá gastar menos com gasolina e transporte público, uma vez que não irá mais ao trabalho. Os filhos terão concluído a escola e a faculdade, formarão família e não deverão morar mais com você. "Teoricamente, os gastos deveriam diminuir na velhice. Uma aposentadoria de 80% da renda da ativa deveria ser suficiente para bancar os gastos sem afetar o padrão de vida. Mas, na prática, nem sempre é o que acontece", diz Faria Junior. O especialista lembra que o plano de saúde, por exemplo, tem um peso grande no orçamento dos idosos. "Você deixa de gastar com a prestação da casa ou com transporte, mas passa a gastar muito mais com saúde. A mensalidade dos planos tem aumentado bem acima da inflação." Além disso, é comum a pessoa contar com o plano de saúde da empresa enquanto está trabalhando. "Quando se aposenta, a maioria perde o benefício e daí precisa fazer um plano particular, que é caríssimo para essa faixa etária (acima dos 60 anos)."
Crises, inflação e juros altos são fatores econômicos que fazem parte da história recente do Brasil. "Quando pensamos em aposentadoria, normalmente estamos falando de um horizonte muito longo, de 30, 40 anos. Muita coisa pode acontecer", afirma Faria Junior. Ele lembra que o país passou por um susto recentemente, quando a inflação voltou à casa dos dois dígitos em 2015 (chegou a 10,6% no ano) e a taxa Selic alcançou 14,25% ao ano. "Mas essa não é a tendência. Se o Brasil realmente der certo, acredito que vamos viver, daqui para frente, com inflação e taxas de juros bem mais baixas", diz Faria Junior.
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