O que afeta o preço do prato

Custos de produção e imprevistos impactam no valor dos alimentos. Saiba como o preço chega na prateleira

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O sobe-e-desce de preços dos alimentos nos supermercados e feiras do Brasil envolve uma combinação de diversos fatores. Existem os custos que incidem direto na produção, como o de fertilizantes, maquinário, transporte, energia elétrica, combustível, mão de obra e impostos. E também as influências imprevistas, como eventos climáticos, alta e baixa na demanda e os preços internacionais.

Isso tudo afeta não só a conta das famílias consumidoras, como também a renda dos produtores rurais. A perda de parte da safra por conta de seca, chuva excessiva, tromba d´água, granizo, geada e até incêndio seca, chuva excessiva, tromba d'água, granizo, geada, incêndio, ou mesmo alta no custo de insumos de produção colocam o trabalho no campo exposto a incertezas.

Do campo à mesa

A variação do preço dos alimentos percorre um longo caminho do campo até a mesa do consumidor, já que em cada elo da cadeia os custos de transporte, armazenagem, despesas e tributos elevam o preço. Alimentos in natura, ou seja, que são vendidos no seu estado natural, por exemplo, costumam ir direto do produtor para distribuidores como a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais) ou para o supermercado.

Já os grãos são armazenados e encaminhados para uma empresa que faz o beneficiamento (secagem, limpeza e embalo) antes de ir às gôndolas. Há ainda os alimentos que precisam passar por processamento, como o trigo e o açúcar. "Para cada alimento, a elasticidade preço, renda e fatores como industrialização são determinantes na formação dos preços", afirma Wellington Silva Teixeira, Superintendente de Gestão da Oferta da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

O principal fator determinante para o preço é a demanda, pois nem sempre a produção consegue acompanhar o ritmo do consumo. "Os preços dos alimentos são fortemente impactados pela disponibilidade, já que a demanda por alimento é crescente", diz Teixeira.

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Oferta e demanda

A sazonalidade da produção na agricultura varia de acordo com a região e o tipo de cultura. No período entre o fim da colheita e o início da próxima, a chamada entressafra, os preços sobem, com a menor oferta de produtos.

"É necessário que os atacadistas ou produtores possuam produtos armazenados para manter a oferta constante no período de entressafra. Por causa disso, produtos de difícil armazenagem tendem a apresentar maior volatilidade de preços", afirma Teixeira.

Entre os diversos fatores que comprometem a produtividade nas plantações, o climático é o que possui maior potencial de limitação. Quando ocorre a quebra de safra, seja no Brasil ou em outros países, os preços tendem a disparar.

"No geral, os hortifrutis estão mais sujeitos à variação climática porque são mais sensíveis. Por outro lado, como a produção é mais rápida, eles se ajustam mais facilmente do que uma cultura que tem safra anual", explica José Carlos Hausknecht, o diretor da MB Agro, consultoria em agronomia.

Commodities

Os preços também são afetados, em um curto prazo, pelo câmbio. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a alta do dólar neste ano impulsionou os gastos com os insumos e encareceu as etapas do processo de produção. No caso dos fertilizantes, houve ainda aumento do custo por conta do maior valor do frete após a greve dos caminhoneiros em maio de 2018.

A variação da moeda americana afeta também o preço das commodities, como o café, o açúcar e o trigo. Como são cotados internacionalmente, quando o dólar está alto, os produtores preferem exportar e os preços sobem. O dólar baixo encarece o produto brasileiro e desestimula as compras no mercado internacional. Com isso, os preços caem no mercado interno.

"Os preços internacionais influenciam fortemente os produtos que seguem as características de commodities. Em períodos de escoamento de safras de grande volume de produção, como a soja, o preço do frete impacta de maneira significativa os preços dos demais alimentos", diz Teixeira.

Frete

Gastos com transporte também têm forte peso no preço final dos produtos. Herança da greve dos caminhoneiros em 2018, o tabelamento dos fretes provocou aumento nos custos para os agricultores - se o preço do diesel sobe ou cai 10% é repassado para essa tabela. "O custo do frete impacta mais os produtores que estão longe de seu mercado consumidor, como a soja e o milho que são produzidos no Mato Grosso", diz Hausknecht.

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