
Pessoas extraordinárias que unem seus talentos em torno de um grande objetivo comum. O roteiro básico de um blockbuster de super-heróis se aplica também à seleção. Na busca pelo hexa, o Brasil reuniu sua pequena legião de extraordinários. Que bom que, a caminho da Rússia, o país conseguiu o seu Nick Fury, personagem responsável por unir os poderosos Vingadores no universo Marvel.
Se hoje o Brasil tem outros protagonistas além de Neymar, a “culpa” é de Tite. A partir de 2016, quando assumiu o cargo, o então novo chefe apostou em um jovem Gabriel Jesus, buscou Paulinho no exílio da China, fez Coutinho finalmente explodir e resgatou Marcelo do limbo da Era Dunga.
Inspirado na história dos super-heróis, o UOL Esporte mergulhou na trajetória de cada um destes quatro personagens para contar a reviravolta que Tite promoveu. De um jeito diferente, esta série de quatro capítulos se propõe a contar como Gabriel Jesus, Paulinho, Philippe Coutinho e Marcelo se transformaram em pilares da atual seleção.
E esta é a história de Gabriel Jesus, o garoto que pintava ruas e virou, de uma hora para outra, o herdeiro da camisa 9 do Brasil.
O vídeo que mostra a origem do “super-herói” é um roteiro lúdico de como Gabriel Jesus foi de torcedor da seleção e aspirante a jogador a titular e protagonista da seleção brasileira. Nos próximos cards, o UOL Esporte “decifra” cada referência à história do atacante.
Tite não foi o único “Nick Fury” da vida de Gabriel Jesus, mas é o responsável pelo então promissor atacante ter virado atacante titular da seleção brasileira. Quando o treinador assumiu, Gabriel Jesus disputava o posto de atacante mais promissor do país com Gabriel Barbosa, o Gabigol, seu xará e parceiro de título olímpico.
Gabriel Jesus conquistou Tite logo na primeira chance, foi titular na estreia do treinador e não largou mais do posto. Terminou 2016 com cinco gols marcados, desbancando Neymar na artilharia da seleção na temporada pela primeira vez desde 2011.
O desempenho e o status lhe valeram a atenção de Guardiola, que fez campanha pessoal para leva-lo ao Manchester City. Hoje, ele é o principal centroavante do Brasil na Copa, herdeiro da linhagem de Ronaldo e Romário e esperança de gols na busca pelo hexa.
Há quatro anos, o Brasil se preparava para uma Copa em casa. Gabriel Jesus, animado com a possibilidade do hexa, foi às ruas do Jardim Peri pintar tudo de verde e amarelo. A imagem dele em ação, mesmo meio desbotada, viralizou nas redes sociais como prova da precocidade do atacante.
Na infância no Jardim Peri, Gabriel Jesus representou a própria rua em alguns campeonatos de bairro, os primeiros grandes testes da vida do futuro jogador. Em um texto em primeira pessoa escrito no site Player’s Tribune, ele conta que o prêmio para os vencedores era uma garrafa de refrigerante, que passava de mão em mão entre os jogadores.
“O troféu de refrigerante é dez vezes melhor do que a champanhe. Dez vezes melhor”
Gabriel Jesus é um dos atletas que mais soube aproveitar a Copa do Mundo fora de campo. Seu gesto característico para mãe, o “Alô, mãe”, virou peça publicitária da Vivo. A convite de Guaraná Antarctica, ele vai pintar uma rua de Manchester em um comercial. Ele ainda é o principal garoto-propaganda de um novo produto de Gatorade e viu a Adidas, sua patrocinadora, pintar um enorme mural no Jardim Peri, também relembrando seu passado como torcedor. Agenciado pela Octagon, empresa de Ronaldo, ele é dos brasileiros mais bem cotados no mercado.
A alusão ao Hulk não é por acaso. A ascensão meteórica de Gabriel Jesus começa em março de 2015, com sua estreia no profissional do Palmeiras. Dali até a titularidade na seleção foram pouco mais de 365 dias, com um ouro olímpico no caminho. Mais seis meses e ele já era atração em um clube de ponta na Europa. Como o super-herói verde, o atacante “explodiu” de uma hora para outra, se credenciando como estrela de primeiro porte.