O duelo de oitavas de final das 11 horas (de Brasília) desta terça-feira (3) opõe dois países avessos a polêmicas, mas que assumiram papel de ativistas nesta Copa do Mundo. Os suíços defenderam a independência do Kosovo, enquanto a Suécia levantou-se contra as ofensas racistas direcionadas a um de seus jogadores. As histórias repercutiram bastante e ganharam apoio, mas só uma das seleções levará sua bandeira adiante na próxima fase.
O meia-atacante Xherdan Shaqiri foi o primeiro a se posicionar quanto ao conflito geopolítico envolvendo o Kosovo, onde nasceu. O país não tem a sua independência reconhecida pela Sérvia, apesar de tê-la declarado em 2008. Daí que Shaqiri resolveu chamar a atenção para a causa e tem usado a bandeira kosovar na chuteira. Nas comemorações de gol, o simbolismo é ainda maior: ele e Granit Xhaka fazem com as mãos a águia negra de duas cabeças, figura presente na bandeira da Albânia.
Na Suécia, o motivo da manifestação foi outro. Após cometer a falta que resultaria em gol alemão e derrota na fase de grupos, o meio-campista Jimmy Durmaz virou alvo de ofensas racistas e xenófobas de alguns torcedores — ele tem ascendência turca. O elenco rebateu de forma conjunta, com um inconfundível "f...-se o racismo". Em Estocolmo, centenas de pessoas participaram de ato em apoio a Durmaz.
Em campo, na bola, Suécia e Suíça não são nada polêmicas. Têm sido burocráticas, inclusive. Os suecos chegam à segunda fase entre trombadas e bolas jogadas na área, com vitórias sobre Coreia do Sul e México. Já a Suíça mantém invencibilidade com dois empates (contra Brasil e Costa Rica) e uma vitória (sobre a Sérvia).