Ghazal Ziari conseguiu o que muitos queriam: teve o privilégio de assistir à abertura da Copa do Mundo, no estádio Luzhniki, em Moscou. Mas o privilégio de outros, ou melhor, de outras, de poder assistir a um jogo de futebol quando e como quiser, ela não tem.
No Irã, as mulheres são proibidas de entrar em estádios de futebol.
Apesar do pedido pessoal de Gianni Infantino, presidente da Fifa, a Hassan Rouhani, presidente do Irã. Apesar de mulheres protestarem na frente de estádios e nas redes sociais. Apesar de ser quase inconcebível para nós, elas seguem sem poder ver futebol nas arquibancadas no Irã.
O motivo? Os homens falam palavrões demais e elas precisam ser preservadas.
Mas isso não é motivo para que não haja mulheres trabalhando com o esporte. É o caso de Ghazal, repórter de um jornal esportivo local. “Já fui a estádios antes, em Barcelona, por exemplo. Mas foi minha primeira vez vendo um jogo internacional oficial. Foi uma sensação incrível. Além de ver o jogo, foi demais ver a combinação de diferentes culturas, cores e bandeiras, experimentar o calor de estar em um evento assim”, contou Ghazal ao UOL Esporte.
E, não. Essa foto acima não é de Ghazal, assim como a abaixo, da campanha que está rolando nos estádios da Copa. Ela preferiu não ser mostrada em imagens na reportagem para evitar problemas na terra natal. E também pediu para que o veículo para o qual trabalha não fosse destacado.