O preconceito contra a comunidade LGBT, amparado ao machismo, é um capítulo à parte no livro de intolerância da Copa, agravado pela legislação russa que proíbe o que chamam de “propaganda gay” - isto é, demonstrações públicas de afeto e carinho entre pessoas LGBT, como beijos castos ou o ato de andar de mãos dadas.
As leis da Rússia não ajudam, mas isso não significa que o povo brasileiro seja isento de preconceitos do tipo. Um brasileiro na Rússia pediu para um sorridente menino estrangeiro dizer as seguintes palavras: “Eu sou filho da p..., eu sou veado e dou para o Neymar”.
Vale lembrar que, no Brasil, o índice de assassinatos de pessoas LGBT cresceu 30% entre 2016 e 2017, segundo a ONG Grupo Gay da Bahia. A estimativa é de que a cada 19 horas, um membro desta comunidade (lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans) é morto em nosso país especificamente por ser quem é.
Desde antes da Copa do Mundo, grupos LGBT como o Pride in Football, com sede na Inglaterra, receberam mensagens com ameaças. Tudo o que precisavam fazer para fugir era não organizar uma ida do coletivo à Rússia, mas nada disso os intimidou. “Nós estamos aqui, torcemos e não vamos viver com medo”, diz um cartaz, inspirado na famosa frase “We’re here, we’re queer, get used to it” (“Nós estamos aqui e somos gays, acostume-se”).