A ida de Cristiano Ronaldo à Juventus surpreende por diversos fatores. Nas dez maiores transferências da história do futebol, sem contar a de Cristiano, apenas uma, de Higuain para a Juventus, tem como destino um clube italiano. Há, entretanto, um fator importante: o argentino já atuava na Itália, defendendo o Napoli.
Não necessariamente por questões financeiras, a Série A italiana não vinha sendo um destino preferido por jogadores do primeiro escalão do futebol Mundial. Principal polo do esporte no mundo até meados da década de 1990, a Itália acabou ultrapassada por Inglaterra, Alemanha e Espanha como foco do interesse global. No Brasil, por exemplo, sequer tem um detentor definido de direitos de transmissão no momento, pouco atrativa após sete anos de domínio da Juventus.
A aquisição de Cristiano é parte de um projeto ambicioso do clube, que envolve o salto para o escalão máximo do futebol europeu, dominado por Barcelona, Real Madrid e Bayern. “Um grande projeto de remodelar o futebol europeu”, disse o presidente Andrea Agnelli, ao Guardian, em maio. O mandatário também é líder Associação de Clubes da Europa, e defende um projeto com menos partidas domésticas e foco maior em competições continentais.
O avanço coloca pressão sobre as superpotências. O Barcelona acaba de perder Iniesta, que se transferiu, no ocaso da carreira, para o Japão. Messi já não é mais jovem, assim como Robben, estrela maior de um Bayern que vem caindo ao longo dos anos. O Real, por último, precisa lidar com a saída do ponto central de seu ataque e maior artilheiro de sua história. O futuro do futebol europeu passa pela resolução dessa equação que se apresenta.