
A rivalidade de CR7 e Messi é algo real e palpável, que acompanha os dois desde 2007, quando estrearam entre os finalistas do prêmio de melhor do mundo. São 10 bolas de ouro, nove Ligas dos Campeões, 14 títulos nacionais...
Por mais que o Cristiano Ronaldo metrossexual pareça diferente do Messi discreto, os dois são muito mais similares do que o planeta imagina. Da infância pobre com pais problemáticos até a pré-adolescência com problemas físicos e a explosão precoce no futebol.
A partir de agora, você vai ver como vida e carreira dos dois se sobrepõe. E como Copa do Mundo pode ser decisiva para definir quem sairá como o maior da história (pelo menos entre eles).
Percebeu como as duas histórias são parecidas? Não é só na origem que são similares. Tanto Cristiano Ronaldo, quanto Messi, seguem sendo garotos de cidade pequena, que mantém seus vínculos com a terrinha.
Cristiano, por exemplo, não esquece do boteco do bairro em que cresceu e sempre que passa na Ilha da Madeira vai ao local para jogar pebolim ou sinuca - o dono do bar conta que ele é craque no primeiro e ruim no segundo. O bar fica a mais ou menos cem metros de onde era a casa da família Aveiro (que não existe mais). Hugo, irmão de CR7, ainda mora na cidade. No dia em que reportagem visitou o local, inclusive, estava lá, jogando buraco.
Já Messi é o típico garoto argentino do interior. Tímido, sempre com o mate do lado, ele casou com Antonella, sua namorada de infância, na cidade-natal. Os cidadãos de Rosário não poderiam ter ficado mais felizes: o filho ilustre convidou e alguns dos maiores jogadores do futebol do mundo passaram ao menos um dia em sua "grande vila".
Quem olha para os dois supercraques não imagina que, mais novos, ambos sofreram com a saúde. Os problemas de Messi são muito mais conhecidos: a deficiência de crescimento, que o levou para Barcelona.
Os de Ronaldo eram mais graves. Ainda criança, ele era magrinho e os boatos dizem que o Nacional preparava uma refeição reforçada para sua estrela. Os técnicos ouvidos pela reportagem na Ilha da Madeiram negam a atenção especial. Mas, aos 15 anos, já no Sporting, foi detectada uma arritmia cardíaca.
O garoto teve de ir para a sala de cirurgia no ano 2000. O procedimento foi feito a laser e, como você deve imaginar, foi um sucesso. Ele nunca mais teve problemas físicos do gênero.
Apesar de Ronaldo ter ficado em seu país e Messi, ido buscar a sorte na Espanha, os dois tiveram um impacto imediato ao chegarem em seus novos clubes. Principalmente quando começaram a treinar com os profissionais.
Rui Jorge hoje é técnico da seleção sub-21 de Portugal, mas há 15 anos, sofria par marcar um certo garoto da Madeira que vinha trabalhando com os profissionais. Durante um treino, ele foi obrigado a pedir para o adolescente diminuir o ritmo: "Miúdo vê lá se te acalmas".
Com Messi foi o mesmo. Joia da base, ele treinava com os profissionais da época de Ronaldinho, Deco, Henry...
Chegou uma hora que estava apanhando sem parar, com os veteranos fazendo de tudo para não passar ridículo. Ele levantava e seguia jogando. Já era um alien
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As coincidências nas trajetórias de Cristiano Ronaldo e Messi incluem problemas causados pelos pais. O português é filho de um alcoólatra. José Diniz Aveiro morreu por doenças causadas pela dependência da bebida. O filho já jogava no Manchester United e nem os cuidados que o dinheiro proporcionam bastaram para salvá-lo.
O pai de CR7, porém, tem o crédito de introduzir o filho no mundo do futebol. Era tão apaixonado pelo esporte que escolheu como padrinho um homem ligado a um clube da Ilha da Madeira, Fernão Barros Souza. Mas a paixão também é um dos fatores que levaram José Diniz a ser um pai ausente.
Ele chegou atrasado no batismo do caçula porque estava acompanhando uma partida com o padrinho. A mãe precisou implorar para o padre realizar a cerimônia. A criação de Ronaldo se deu em meio a descasos desta natureza e convivendo com a fama do pai de ser o bêbado da cidade.
Os problemas de Messi são menores. Jorge Horacio é uma espécie de Neymar pai argentino. Em diversas ocasiões, entrou em atrito com o Barcelona porque exigia do clube mais dinheiro para continuar no time.
Notícias de interesse de Manchester City e Paris Saint-Germain apareciam na imprensa sempre que “alguém” sentia que era preciso valorizar o jogador. Os bastidores do clube dão conta de que Messi quase sempre não entrou na onda do pai. Mas houve pelo menos uma ocasião em que deu razão a Jorge Horacio.
Todo herói precisa de um arqui-inimigo. E, independentemente do lado que você escolhe nessa polêmica, não é possível negar que Cristiano Ronaldo é a nêmeses de Messi. E vice-versa.
O mais engraçado dessa polêmica é que até um brasileiro lucra com essa dualidade. Em entrevista ao UOL Esporte em abril, Kaká, melhor jogador do mundo 2008, foi o último a ganhar o prêmio de melhor jogador do mundo antes da Era CR7 x Messi.
“Fico muito honrado e torço pra que Cristiano e Messi continuem ganhando. Assim, toda vez que um dos dois ganharem, vão lembrar da minha Bola de Ouro", diverte-se. "Se falar assim: ‘Quem ganhou antes do Kaká?’. Poucos vão saber. Agora, todo mundo lembra quem foi o último a ganhar antes deles. Então, vou continuar torcendo”.
Quem chegou até aqui já percebeu que Cristiano Ronaldo e Messi são gigantes quando o assunto é clubes e que nenhum deles tinha a mesma imagem genial quando atuavam com suas seleções.
Messi até hoje é comparado negativamente com Diego Maradona. O sofrimento com a camisa branca e azul só aumenta isso. Ainda mais com as seguidas derrotas em final de Copa do Mundo e nas decisões da Copa América.
Cristiano Ronaldo também convivia com o fantasma de Eusébio: ele estava no elenco daquela seleção portuguesa que perdeu, em casa, a decisão da Euro-2004 para a Grécia, e falhou em três Copas do Mundo seguidas.
É incrível, mas não dá. É a terceira final seguida. Nós buscamos, tentamos. É difícil, o momento é duro para qualquer análise. No vestiário, pensei que acabou a seleção para mim. É o que sinto agora, não é para mim. É uma tristeza grande que volto a sentir. Foram quatro finais, infelizmente não consegui
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É um dos momentos mais felizes da minha carreira. Sempre disse que precisava ganhar algo assim para entrar na história, ea gora consegui. Agradeço aos meus colegas, ao treinador, toda a estrutura que montaram para nós nesta Euro, todos os portugueses que estivem conosco
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Quando a Copa do Mundo da Rússia começou, o debate sobre quem é maior parecia decidido. Cristiano Ronaldo estreou com três gols, artilheiro do torneio, grande astro dos gramados da Rússia.
Messi jogou contra a estreante Islândia, o menor país da história a se classificar para o torneio. Não só a Argentina tropeçou, com um empate em 1 a 1, como Messi perdeu um pênalti. E nem vamos falar da derrota por 3 a 0 para a Croácia, em que o camisa 10 só deu um chute a gol...
Só que na última rodada o quadro virou: Messi marcou um golaço, os argentinos se classificaram na bacia das almas e seguem vivos no torneio. Portugal também se classificou, mas após um empate com o Irã, com, adivinhe: pênalti perdido por seu craque!