Sobra tática, mas faltam gols a Gabriel Jesus e Giroud
Gabriel Jesus conviveu, ao longo de toda a Copa, com a sombra de Firmino, que fez grande temporada e melhorou o time sempre que entrou. Giroud, no caminho oposto, foi a novidade de Didier Deschamps no segundo jogo, depois que ficou claro que Mbappé, Griezmann e Dembelé, três atacantes baixos e muito móveis, não funcionariam juntos. Falar em “função tática” não é apenas encontrar desculpas.
Jesus se desdobrou na marcação para compensar um Neymar baleado e terminou a Copa com 1,2 interceptações por jogo, mesmo número de Miranda e o melhor no quesito entre os jogadores de ataque. Quando Tite precisou, jogou na ponta para “abrir” o campo e ainda se movimentou com inteligência em lances como o golaço de Paulinho, contra a Sérvia. Giroud enfiado no ataque, por sua vez, empurrava a linha de zagueiros para trás, dando “campo” ao ataque da França, e ainda soube fazer o pivô quando acionado.
Só que todo esse discurso também esbarra no óbvio: os gols não feitos fazem falta. Gabriel não teve chances claríssimas, mas apareceu ao menos duas vezes dentro da área da Bélgica, por exemplo, e não soube aproveitar. Cabeceou mal na primeira e viu sua tentativa de drible virar um pênalti não marcado na segunda. Giroud, por outro lado, também teve duas chances claras contra a Bélgica, uma delas em lindo passe de Mbappé, mas não guardou.
Se o futebol moderno exige funções mais complexas, isso não significa que os gols estão fora da lista de missões do centroavante atual.