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Mortalidade Materna volta a subir no Brasil

Por SOGESP

25/07/2018 12h26

Pesquisa Datafolha registra que planos de saúde interferem na autonomia dos médicos. 94% dos ginecologistas e obstetras denunciaram esta interferência

"O vídeo é uma importante peça da campanha #EUVALORIZO, que também conta com peças em emissoras de rádio, TV, jornais, revistas e na Internet"

Imagine-se enfrentando as ondas de calor do climatério, enquanto aguarda infinitamente por uma consulta. Ou coloque-se no lugar de uma paciente com suspeita de câncer de mama que tem os pedidos de exames negados pelo plano de saúde. Ou tente se ver na situação de precisar de retornos mais frequentes durante o pré-natal e eles não serão autorizados.

São momentos pelos quais ninguém deseja passar nem em pensamento. Porém, grande parte das mulheres usuárias do sistema de saúde suplementar são submetidas diariamente a situações como estas ou ainda piores, segundo os resultados de pesquisa Datafolha divulgada em julho para a imprensa e a população. 

A pesquisa foi encomendada pela SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) com o objetivo de compreender melhor a relação dos planos de saúde com os médicos especialistas da área, além dos reflexos na assistência à mulher. Também buscou mapear os principais problemas do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram entrevistados 604 ginecologistas e obstetras, de todo o Estado.

Planos de saúde

Os resultados são alarmantes. Só para ter uma ideia, 94% dos ginecologistas e obstetras denunciaram que os planos de saúde interferem no exercício da medicina. Entre os principais tipos de interferência há restrições à internação (61%), ao tempo da internação/antecipação de alta (57%), ao período de internação pré-operatório (53%) e quanto à solicitação de exames (73%).

“A maioria (60%) relata que, nos últimos cinco anos, atendeu pacientes que tiveram problemas com os planos de saúde a ponto de interferir no adequado exercício da medicina”, destaca a presidente da SOGESP, Rossana Pulcineli Francisco. “Tais dados significam risco eminente à saúde e à vida da mulher. Para nós, ginecologistas e obstetras, é um desrespeito com o qual jamais compactuaremos”.  

Rede pública

A avaliação sobre a qualidade do serviço público no Estado de São Paulo teve 83% de péssima/ruim/regular. Quase a totalidade dos médicos GOs (97%) citam problemas para exercer a profissão na rede.

Os problemas mais ressaltados são falta de valorização dos recursos humanos (69%), falta de equipamentos e recursos técnicos (66%) e descompromisso dos gestores (63%).

Segundo os ginecologistas e obstetras figuram entre queixas dos pacientes: a demora para marcar/realizar exames (64%); demora/não conseguir vaga para internação (36%); falta de médicos ou poucos (22%).

Noventa e dois porcento avaliam como péssimo/ruim/regular o acesso dos pacientes aos serviços especializados de nível ambulatorial. São 9 em cada dez os que fazem consideração igual sobre o acesso dos pacientes à atenção secundária ou terciária.

“Em função das dificuldades financeiras que o País atravessa, temos muita gente perdendo empregos e migrando para o SUS. O resultado é que o serviço público fica ainda mais sobrecarregado.  Aqui também estamos perdendo profissionais”, pondera Luciano Pompei.  “Em 2012, 78% atendiam no SUS agora são 45%. Creio que não exista política de reposição, que não estejam ocorrendo contratações. Mas é fato também que a inexistência de progressão para a carreira e a remuneração vil são outras agravantes”.

Morte materna

Em virtude de tantos entraves à assistência, não é difícil compreender os motivos que mantém o País bem distante de ser um bom exemplo em saúde. Atualmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde, temos 64 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos.  

São números que ficam bem acima da meta da Organização das Nações Unidas, ONU, para 2015, que previa a redução para 35 para cada 100 mil nascidos vivos. E mais longe ainda do limite tido como aceitável pela Organização Mundial de Saúde, OMS, de 20 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. A situação no Estado de São Paulo também não é diferente, são observadas 47 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos.

A mortalidade infantil, após anos em queda, também tem aumentado: reflexo da falta de cuidado com a saúde da gestante que impacta diretamente na mortalidade intra-uterina e durante o primeiro mês de vida do recém-nascido.

A SOGESP compreende que este é um desafio a ser vencido a cada dia. Com este intuito faz uma campanha de vídeos voltados aos cidadãos com informações simples sobre o problema, suas principais causas (pressão alta, hemorragia e infecções) e programas de treinamento profissional para  ginecologistas/obstetras associados como forma colaborar para a redução da mortalidade materna.

Campanha

Mas temos que unir nossas forças. Em resposta a todos dados alarmantes apontados na pesquisa DataFolha e com o objetivo de chamar a atenção para a valorização da saúde da mulher e do médico que é especialista nela, a SOGESP lançou em 5 de julho, a campanha #Euvalorizo. Nossas pacientes são a razão de todos os sonhos e esforços, desde o momento que entramos em uma faculdade de Medicina. Daí, nasce o mote da campanha ser #EuValorizo.

#EuValorizo é um incentivo à mulher adotar hábitos saudáveis, com uma atitude responsável, em particular nos quesitos cuidado e prevenção.

Ao trazer nas diversas peças a mensagem #EuValorizoMinhaSaúde, buscamos transmitir este valor, além de destacar que ela é dona de seu corpo, de seu destino e deve valorizar-se, inclusive visitando rotineiramente um ginecologista-obstetra, para manter a saúde em dia.

O desdobramento nas peças de campanha, adotando também o mote #EuValorizoMeuGinecologistaObstetra tem alvo duplo. Mostra, às pacientes, situações comuns envolvendo mulheres, nas quais a acolhida, o tratamento humano e diferenciado do ginecologista-obstetra transforma histórias, curando e salvando vidas.

#EuValorizo, é enfim, uma campanha que dá brilho e valor à saúde da mulher e ao profissional que é especialista nela.

Criamos um ambiente para que a mulher pare e reflita mais sobre seu corpo e sua vida, além de pensar sobre a atuação decisiva dos ginecologistas e obstetras em todos os momentos relevantes de sua existência, desde o nascimento, passando pela adolescência, a chegada à maturidade, a gestação, o parto, o momento da maturidade.

Experiências únicas que, muitas das vezes, ela transmite primeiramente a seu especialista, tamanha a confiança que se consolida ao longo da relação médico-paciente.

É uma prestação de serviço às pacientes e à sociedade em geral, destacando o insubstituível papel dos ginecologistas e obstetras nos cuidados à saúde da mulher.

Este é um conteúdo de autoria da SOGESP e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL.

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