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A luta contra a Hanseníase no Brasil

Por Ministério da Saúde

01/02/2018 12h37

A Hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória em todo território nacional, que possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae. Tem predileção pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

Está fortemente relacionada a condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis. Além disso, soma-se a esses fatores o desconhecimento da população em reconhecer os sinais e sintomas, bem como a dificuldade de acesso à rede de serviços de saúde pelas populações mais vulneráveis, refletindo diretamente na detecção precoce, tornando-se imprescindível a incorporação de ações estratégicas que visem garantir o atendimento integral e minimizar o sofrimento nessa parcela da população.

No Brasil, o Ministério da Saúde, estados e municípios, vêm nos últimos anos intensificando ações para redução da carga da doença. O enfrentamento da hanseníase baseia-se na busca ativa de casos novos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção das incapacidades e exame dos conviventes, visando eliminar fontes de infecção e evitar as sequelas e incapacidades decorrentes.

O Boletim Epidemiológico Mundial, publicado em setembro de 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que 143 países e territórios reportaram casos da doença em 2016. Do total de 214.783 casos novos informados, o Brasil ocupou a segunda posição com 25.218 (11,7%) e a Índia, com 135.485 (63%) do total de casos novos.

A doença exibe distribuição heterogênea no país, com registro de casos novos em todas as Unidades Federadas, e sua alta endemicidade compromete a interrupção da cadeia de transmissão. Em 2016, 2.885 municípios diagnosticaram casos novos de hanseníase. Desses, 591 diagnosticaram casos em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente. O país registrou 25.218 casos novos de hanseníase, com taxa de detecção de 12,23 por 100.00 habitantes (alta edemicidade).

Conforme registros do Sistema Único de Informações de Benefícios em 05/09/2016, entre o total de beneficiários contemplados e ativos na Divisão de Acompanhamento e Controle de Benefício por Incapacidade, 6.143 pessoas foram acometidas pela hanseníase.

O Sistema de Internações Hospitalares – SIH registrou em todo o país, no ano de 2016, 5.341 internações por complicações da doença, o que corresponde a um custo evitável aos fundos de saúde de R$ 4.511.672,04 (quatro milhões, quinhentos e onze mil, seiscentos e setenta e dois reais e quatro centavos). Do total de internações referidas, 18,9 % (1.010) foram de doentes que já apresentavam alguma sequela da doença.

Devido à dimensão da doença e do seu impacto para a saúde pública, a hanseníase é considerada uma prioridade pelo Ministério da Saúde, reconhecendo a necessidade de uma constante mobilização da sociedade e profissionais de saúde em todo território nacional, em especial nas áreas de endemicidade mais expressiva.

AÇÕES

O Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, vem, nos últimos anos, intensificando ações para redução da carga da doença no país. Assim, o enfrentamento da hanseníase tem se baseado, principalmente, na busca ativa de casos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, cura, prevenção das incapacidades e investigação dos contatos - como forma de eliminar fontes de infecção - e avançando na redução da carga da doença.

Na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no número de casos novos de hanseníase, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. A taxa de detecção geral caiu 42,3% neste período, passando de 21,19 para 12,23 casos para cada 100 mil habitantes no mesmo período.

Dentre as ações promovidas nos últimos anos para o enfrentamento da doença no país, cita-se:

• CAMPANHA DO DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A HANSENÍASE: Esta ação é promovida anualmente pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições parceiras, movimentos sociais e sociedade civil.

A Campanha tem como objetivo alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença e estimular a procura pelos serviços de saúde; mobilizar a busca ativa de casos novos e o exame dos contatos domiciliares e sociais pelos profissionais de saúde, favorecendo assim o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção de incapacidades; além de promover o enfrentamento do estigma e discriminação.

Para o ano de 2018, com o slogan: Hanseníase. Identificou. Tratou. Curou, a Campanha objetiva alcançar toda a população, bem como, profissionais de saúde.

Entretanto, terá como público prioritário homens na faixa etária de 20 a 49 anos, considerando esta uma importante parcela da população com risco de adoecimento. Também será dada atenção especial aos homens com 60 ou mais anos de idade, por se tratar de um grupo com alto risco de detecção e de acometimento pelas incapacidades físicas devido à hanseníase.

Para alcançar essa população masculina, os profissionais de saúde serão fundamentais, bem como a busca ativa aos espaços de convivência do homem (ambiente domiciliar e social).

• BUSCA ATIVA EM CRIANÇAS – O Ministério tem intensificado a busca ativa de casos em escolares de 5 a 14 anos, matriculados no ensino fundamental de escolas públicas, a fim de realizar o diagnóstico precocemente e iniciar o tratamento contra a doença o mais cedo possível, interrompendo a cadeia de transmissão e as incapacidades físicas.

Para tanto, é realizada desde 2013 a Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses e Tracoma, em municípios brasileiros com maior vulnerabilidade social, elevado risco de adoecimento e que aderiram à ação.

Esta ação tem como objetivos: o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dos casos de hanseníase, tracoma e esquistossomose, além da profilaxia com albendazol, em dose única, para as geohelmintíases.

Em 2016, na quinta edição da Campanha, 2.615 municípios aderiram à ação, o que representa um considerável aumento de adesões se comparado aos 852 municípios que participaram da primeira edição, realizada em 2013.  Nas quatro edições realizadas, 1.070 casos novos da doença foram diagnosticados entre os escolares, além dos 142 casos novos diagnosticados entre seus contatos.

• ABORDAGENS INOVADORAS – O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), com apoio da Fundação NIPPON do Japão, promovem o Projeto Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase. O Projeto tem duração de três anos (2017/2019) e, como objetivo geral, a redução da carga de hanseníase em 20 municípios localizados nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Pernambuco, Pará e Tocantins.

Os objetivos específicos do Projeto são: reduzir a carga de hanseníase nas cidades selecionadas, com a ampliação das ações para detecção de casos novos; promoção da educação permanente para os profissionais da Atenção Primária à Saúde; fortalecimento dos centros de referência; redução da proporção de casos novos com Grau 2 de Incapacidade Física (GIF2), como garras em mãos e/ou pés e atrofia muscular, por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades; e enfrentamento do estigma e discriminação.

 

Este conteúdo é de autoria do Ministério da Saúde e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL.

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