Especial: 40 anos da Fiat

Com carros e operários, a história da marca no Brasil desde os anos 1970

Reportagem: Eugênio Augusto Brito, André Deliberato, Leonardo Felix. Imagens: Murilo Góes e Rodrigo Ferreira. Edição: Eugênio Augusto Brito Do UOL, em Betim (MG) e São Paulo (SP)
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Do 147 à Toro, um passeio de 40 anos

Muita coisa mudou de 9 de julho de 1976 para cá no universo automotivo: a evolução tecnológica permitiu construir veículos cada vez mais completos, complexos, seguros e interativos. Não é preciso conhecer muito da mecânica: basta sentar e dar a partida (muitas vezes sem nem precisar girar a chave na ignição). Por outro lado, para guiar e usar cada uma das muitas funções dos novos carros é quase necessário fazer um "cursinho pré-vestibular" -- bem diferente do "acelera e anda" de antes.

Fiat 147 e Toro sintetizam essa mudança na linha da Fiat, que completa 40 anos no Brasil. Enquanto a picape representa o que de mais moderno no portfólio da fabricante (é inclusive feita na fábrica de Goiana-PE, unidade mais avançada da Fiat-Chrysler no Mundo), o hatchzinho elenca as precariedades da época.

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Pioneirismo e evolução

Fazendo um carro em 1970

Montagem à mineira

Operários contam segredos do início de Betim

É um misto desta história de "mineirzação automotiva" e "agrados" aos operários que UOL Carros ouviu dos funcionários mais antigos da fábrica de Betim: Dalmiro Alberto, hoje responsável pela área de prensas em toda a divisão latino-americana do grupo FCA (Fiat-Chryler Automobile), e Antônio Fonseca, atualmente supervisor da área de funilaria em Betim.

Ambos têm mais experiência que a própria Fiat do Brasil, já que começaram o treinamento há mais de 40 anos, antes da própria fábrica existir, com viagens à Itália. Também narram histórias de crescimento pessoal e profissional, dificuldades do início da produção ("a Fiat era desacreditada, ninguém conhecia", foi algo ouvido da boca de ambos) e também de momentos curiosos (o brinde com champanhe após a construção dos primeiros carros) vividas juntos a outros empregados.  

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Murilo Góes/UOL Murilo Góes/UOL

Fiat Tempra, uma história de sucesso

Médio ainda atrai jovens motoristas

Em 40 anos de existência no Brasil, a Fiat marcou a história automotiva local por modelos extremamente populares: o pioneiro 147, Uno/Mille/Novo Uno, Palio e o recente Mobi provam a máxima. 

Mas até hoje, a marca sofre para emplacar em nichos mais refinados, como no segmento de médios. Apenas a chegada da Toro -- projeto conjunto com a Jeep -- parece ter rompido este estigma. A Toro e um outro modelo lançado em 1991, cheio de força, têmpera... ou tempra, como dizem os italianos.  

Lançado em 1990 na Italia, sobre a base do hatch Tipo, o Fiat Tempra trouxe avanços de estilo (portas que avançavam sobre a carroceria, capô que "saltava" sobre o para-brisa), traseira imponente, interior bastante equipado e com avanços tecnológicos tidos por muitos de seus consumidores como "de luxo".

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Fiat cria o futuro desde anos 1990

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Último Uno/Mille vira relíquia em Betim

A lei que obrigou todos os carros produzidos no Brasil a saírem de fábrica com ABS (sistema antitravamento dos freios) e airbags frontais, a partir de 1º de janeiro de 2014, representou -- indiretamente -- o fim de linha para dois clássicos das ruas brasileiras: Fiat Mille (o antigo Uno) e Volkswagen Kombi.

No caso do Mille, a despedida oficial foi anunciada em dezembro de 2013, com o lançamento da série especial Grazie Mille ("obrigado, Mille", em italiano). Limitada a 2.000 unidades numeradas, a edição foi oferecida em duas cores: prata e um tom claro de verde denominado "Saquarema".

Foi com esta última opção de pintura que saiu da linha de montagem o Grazie Mille número 2.000, oficialmente o último Uno/Mille fabricado na história. Seu destino já estava selado: entrar para o acervo de modelos históricos da fabricante, na fábrica de Betim (MG).

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De popular a relíquia

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