Dia do Automóvel

Celebrada no Brasil em 13 de maio, data é polêmica e pouco conhecida

Edição: Eugênio Augusto Brito Do UOL, em São Paulo (SP), com colaboração de Auto+, Best Cars e Infomoto

Explicamos o 13 de maio

Uma data, muitas polêmicas

Sabe como surgiu o "Dia do Automóvel" no Brasil?

A data foi instituída em maio de 1934 pelo presidente Getúlio Vargas.

Por quê?

Para dar um empurrão no processo de urbanização do país.

Por conta disso, curiosamente, o dia 13 foi escolhido como homenagem à primeira rodovia totalmente pavimentada do país, inaugurada por Washington Luís oito anos antes, em maio de 1926.

Há mais esquisitices. Além de fazer alusão a uma rodovia, não o automóvel em si, ainda coincide com outra efeméride desprezada, a Abolição da Escravatura -- esta lembra a assinatura da Lei Áurea, em 1888, mas seu significado foi transferido para o "Dia da Consciência Negra", celebrado em 20 de novembro.

Há ainda polêmicas.

O Ford T foi um dos primeiros automóveis a circular pelo país, em 1919, muito antes da criação da data.

Só que não era fabricado, apenas montado por aqui, no bairro do Bom Retiro, no centro de São Paulo.

A fabricação de carros, de fato, começou nos anos 1950.

Charmosa e pequenina, a Romi-Isetta chegou antes, mas perde o título por uma questão técnica para a DKW Vemaguete.

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O Peugeot de Santos Dumont

Mais sobre o Type 3

O Typ 3 era uma espécie de carruagem motorizada vis-à-vis -- na qual os passageiros viajam em dois bancos opostos, se encarando.

Este modelo consolidou a Peugeot entre as fabricantes automotivas, em 1981.

Além disso, os arquivos da própria Peugeot apontam que o modelo Typ 3 foi o primeiro comprado e levado por Santos Dumont para as ruas de São Paulo.

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Fusca ontem, Fusca hoje

Ícone sobre rodas, criador de laços familiares, de economias, de sorrisos. Eterno. Clássico.

Se o modelo Ford T foi eleito "Carro do Século 20" por 132 especialistas de 33 países, em 1999, por iniciar a produção em série, o Fusca marcou era pelo estilo inconfundível, por cair na graça e no imaginário do público (é automóvel, mas também é peça de arte e artista de cinema), pelo recorde de vendas e pela história íntima com o Brasil.

Criado apenas como Volkswagen (carro do povo, em alemão), originou uma marca global e depois virou não um de seus modelos, mais o mais conhecido: Volkswagen Sedan, que ganhou diversos apelidos bastante carinhosos pelo mundo. 

No Brasil, começou a ser montado em 1950, por CKD (montagem com peças importadas), pela Brasmotor. A partir de 1953, a Volkswagen do Brasil assumiu o negócio com um galpão na rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga, Zona Sul de São Paulo.

Fusca, o nome local, se origina (reza a lenda automotiva) da pronúncia complicada do nome original. De Volkswagen ("folquisváguem") ou sua sigla alemã VW ("fauvê") vieram "fulque", "fulca" e, logo, "fusca". Popularizado, o nome acabou oficializado em 1983. 

Foram 30 anos de produção no país, com 3.367.290 unidades fabricadas (dessas, apenas 130.655 não foram consumidas pelo mercado nacional, sendo exportadas).

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Paixão nacional

Marcaram época

  • Opala, carro do milhão

    Em 23 de novembro de 1966, a GM anunciava o início do projeto 676, a semente do futuro Opala. Amplo, confortável e cheio de torque, o Opala vendeu mais de um milhão de unidades e deixou saudades como poucos.

    Imagem: Reprodução
  • Kombi, a querida

    Kombi desperta paixões até mesmo enferrujada e fora de linha. Só no Brasil, foram 1,5 milhão de exemplares até o fim da produção, em 2013. Haja frota para carregar fãs e seus casos de amor.

    Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL
  • Corcel, o múltiplo

    Com projeto herdado da Willys e da Renault, o Ford Corcel começou a ser feito no Brasil em setembro de 1968. Mais que um modelo, gerou uma família -- do sedã à picape Pampa, passando por Belina e Del Rey, e conquistou o público por 30 anos.

    Imagem: Reprodução
  • 147, pequeno notável

    Ainda que rejeitado por muitos, o Fiat 147 fez família e revolucionou a indústria nacional com seu estilo compacto e inovador, até. O carro marcou a estreia no Brasil da própria Fiat, marca líder de vendas no país, em 9 de julho de 1976.

    Imagem: Divulgação

Kombi desperta paixões até enferrujada; assista

Road movie brasileiro? Tem

"Reza a Lenda" traz os atores Cauã Reymond e Sophie Charlotte liderando uma gangue guiada pela fé para fazer a chuva cair no sertão nordestino.

As motos são protagonistas do filme nacional de ação, que pode ser chamado de "Mad Max do sertão".

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Reprodução

E também tem moto histórica

Reprodução Reprodução

RD, a primeira

No início da década de 1970, o mundo passava por transformações políticas e sociais, sendo que o ano de 1974 foi particularmente marcado por fatos incomuns. O presidente norte-americano Richad Nixon renunciou ao cargo em decorrência do escândalo Watergate.

Na Europa, a "Revolução dos Cravos" derrubou o regime ditatorial de Portugal.

No esporte, a seleção brasileira dançou sob os tamancos holandeses e não se classificou para a final da Copa do Mundo daquele ano.

Em plena crise do petróleo, a indústria nacional surgiu com novos bens de consumo e as tradicionais feiras de utilidades domésticas.

E, em 10 de outubro, nascia a primeira motocicleta fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.

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Gerard Julien/AFP Gerard Julien/AFP

E se ele falasse?

Você anda cuidando bem do seu carro? Pois ele tem alguns pedidos (e queixas) a fazer para funcionar melhor. Confira no editorial do Best Cars especial para o Dia do Automóvel.

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Murilo Góes/UOL Murilo Góes/UOL

O futuro é agora

Se o brasileiro ainda paga caro para ter um carro zero-quilômetro na garagem e se o país não tem uma fábrica genuinamente local, uma coisa é fato: o carro feito aqui já um dos mais avançados do mundo e referência em algumas áreas.

Com maior concorrência e metas do Inovar-Auto -- programa de incentivo a inovações do setor automotivo, que foi criado durante o governo de Dilma Rousseff e exige tecnologia aplicada como contrapartida -- o Brasil está cada vez mais alinhado às tendências globais. 

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