A Evolução dos Motores

Entenda quais foram as soluções tecnológicas que os fizeram evoluir tanto nas últimas décadas

oferecido por Selo Publieditorial
Adobestock

Imagine um motor de 2,9 litros, com quatro cilindros em linha e potência máxima de… 20 cavalos! Hoje em dia, a potência do Ford Model T até soa como piada, afinal, propulsores de 1 litro entregam em torno de 80 cavalos. Mas, no início do século XX, era o que o primeiro carro a ser produzido em série oferecia ao consumidor, que levava ainda velocidade máxima de 75 km/h e um consumo de 5,5 km/l.

Mesmo se avançarmos para o início da década de 1980, as disparidades ainda são gritantes. Lançado em 1980, o Volkswagen Gol contava com motor 1.3 a gasolina de 42 cavalos e era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 24,2 segundos e atingir velocidade máxima de 129 km/h, com consumo de 7 km/l em ciclo urbano. Compare com o atual motor bicombustível do VW Up!: 82/75 cavalos, 0 a 100 km/h em 12,4 s, máxima de 165 km/h e consumo, abastecido com gasolina, de 13,2 km/l.

Fica bastante evidente que os motores evoluíram a olhos vistos nas últimas décadas - período em que a eficiência energética tornou-se um verdadeiro mantras das fabricantes - até chegar no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2018, que começa no dia 08/11. Mas, como se deu toda essa evolução?

Força da Lei

O principal impulso foi a legislação específica que passou a exigir níveis mínimos de eficiência, a partir da década de 1970, nos principais mercados mundiais, como os Estados Unidos e a Europa. Se não cumprirem essas metas, as fabricantes são impedidas de vender seus produtos ou ficam sujeitas a pesadas multas. Mercados como o Brasil, que iniciaram esse controle mais tardiamente, também se beneficiaram, herdando muitas soluções tecnológicas.

Adobestock

Ampla frente de trabalho

Diante da força da lei, as fabricantes precisaram encontrar soluções para reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes e gases do efeito estufa - sem perder de vista a necessária evolução na performance. “Não há uma solução que possa ser considerada a principal nesse processo. Foram inúmeros avanços que ocorreram em diferentes áreas”, explica Clayton Zabeu, membro da Comissão Técnica de Motores Ciclo Otto da SAE BRASIL e professor de engenharia automobilística no Instituto Mauá de Tecnologia.

Veja, a seguir, os principais desenvolvimentos que resultaram no aumento da eficiência energética dos motores.

  • Ciclo básico

    O processo de admissão, compressão, expansão e exaustão dos motores de ciclo Otto evoluiu com tecnologias como a variação da abertura e fechamento das válvulas, formas mais eficientes de injetar o combustível na câmara de combustão e controle da ignição

    Imagem: Adobestock
  • Eletrônica

    O gerenciamento eletrônico permitiu o controle sobre os processos que acontecem dentro do motor. Sensores captam inúmeras informações e a central eletrônica faz análise em tempo real, ajustando parâmetros em questão de milissegundos - por exemplo, no avanço da ignição ou da injeção de combustível. A eletrônica também permitiu o desenvolvimento de tecnologias como a desativação de cilindros ou o sistema start/stop

    Imagem: Adobestock
  • Turbo

    Aproveitando o fluxo de gases de escape do motor, o turbo comprime e aumenta o volume de ar admitido dentro do motor. É o símbolo do downsizing, atual tendência da indústria, que vem lançando mão de motores com deslocamento volumétrico cada vez menor, sem perder em performance e com ganho significativo no consumo de combustível

    Imagem: Adobestock
  • Dieta

    antes de ferro fundido, blocos e cabeçotes hoje são feitos de ligas de alumínio, mais leves, feitos com avançados processos de fundição. Essas ligas também suportam temperaturas mais altas, permitindo a queima mais eficiente. Carros mais modernos também usam alumínio e aço de alta resistência na carroceria, reduzindo o peso total

    Imagem: Adobestock
  • Construção

    processos de fabricação cada vez mais automatizados e precisos eliminaram variações de medidas, folgas entre componentes e imperfeições, antes bastante comuns nos motores

    Imagem: Adobestock
  • Outros Fatores

    lubrificantes e combustíveis mais eficientes; periféricos como alternadores e direção elétrica que consomem energia só quando necessário; aperfeiçoamento do fluxo de gases, seja no desenho de tubulações como na redução do seu atrito interno

    Imagem: Petrobras

Curtiu? Compartilhe.

Topo