20 anos de UOL

Não são 15 minutos de fama. São 20 anos de história.

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A maior empresa brasileira de conteúdo online, serviços digitais e tecnologia faz 20 anos

Há duas décadas somos a maior empresa brasileira de conteúdo, serviços e produtos da internet. Sete em cada dez internautas acessam o UOL: são mais de 7,4 bilhões de visualizações em nossas páginas todos os meses.

A constante busca por inovação e a credibilidade que conquistamos ao longo dessa história nos guiaram até aqui. E vão continuar nos guiando nos próximos anos.

Conheça um pouco mais sobre a nossa história nessa página.

O que fizemos nesses 20 anos?

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A home do UOL mudou muito com o tempo e, desde o começo, oferecemos o melhor conteúdo para você. Reveja um pouco desses 20 anos de história.
 

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Aconteceu nos últimos 20 anos

Para celebrar o aniversário do UOL, separamos notícias marcantes dos últimos 20 anos. Desde assuntos curiosos envolvendo celebridades a fatos que marcaram a nossa história, você verá a seguir uma retrospectiva especial.

31/01/1996: BC abre caminho para dólar superar R$ 1

O Banco Central abriu ontem o caminho para que a cotação do dólar ultrapasse, pela primeira vez, a barreira de R$ 1. Na campanha presidencial, Fernando Henrique Cardoso usou a imagem do real com valor acima do dólar. Foram mudados o piso de R$ 0,91 e o teto de R$ 0,99, para R$ 0,97 e R$ 1,06, respectivamente. No teto, a correção foi de 7%. A nova cotação do dólar, que vale a partir de hoje, ajuda o desempenho das exportações, uma vez que o produto brasileiro fica mais barato no exterior.

Segundo o Ministério da Indústria e do Comércio, as exportações na quarta semana deste mês totalizaram US$ 784 milhões (US$ 866 milhões na semana anterior). Para permitir que US$ 1 seja equivalente a mais de R$ 1, o governo revogou resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) que vigorava desde o início do Plano Real -em julho de 1994. Essa resolução determinava que o BC não deixaria a cotação do dólar ultrapassar R$ 1.

Foi a terceira mudança promovida pelo governo nos limites oficiais para o câmbio, adotados em março de 95. Antes dessa política de desvalorização, o dólar chegou a ser cotado a R$ 0,82. Segundo a assessoria do Ministério da Fazenda, a decisão de alterar a banda foi tomada ontem em reunião extraordinária do CMN, com a presença dos ministros Pedro Malan, José Serra (Planejamento) e do presidente do BC, Gustavo Loyola.

Malan considerou a mudança "tranquila e igual às outras já feitas na banda cambial". Os novos limites para o dólar não significam que a moeda americana subirá de forma brusca. O novo piso, por exemplo, já vigorava na prática: nos leilões de compra e venda da moeda americana feitas pelo BC, o banco não vinha deixando que o dólar ficasse abaixo de R$ 0,978.

O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Gustavo Franco, que anunciou a mudança, já tinha ontem argumentos prontos para explicar o fato de a cotação do dólar ultrapassar R$ 1. "Moeda forte é inflação baixa", disse. "A moeda mais forte hoje é o iene, e US$ 1 vale 100 ienes", comparou.

Manter a cotação do dólar baixa é a principal estratégia de combate à inflação do Plano Real -é a chamada âncora cambial. Dessa forma se reduz, por exemplo, o preço dos produtos importados. Entretanto, essa tática -adotada também em países como México e Argentina- produz o efeito colateral de desestimular as exportações e gerar a ameaça de perda de dólares em virtude de déficits comerciais persistentes. Por isso, desde março do ano passado o BC vem desvalorizando gradualmente o real, com variação próxima à da inflação. Ainda assim, em 1995 as importações brasileiras superaram as exportações em cerca de US$ 3 bilhões.

Gustavo Franco disse ontem que o governo não deseja, neste ano, um déficit em conta-corrente -que inclui a balança comercial e os pagamentos de juros da dívida externa- superior a 3% do PIB (Produto Interno Bruto). Isso significa que o governo quer um déficit comercial menor, porque as despesas com juros da dívida não podem ser reduzidas.

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Zulmair Rocha -16.mai.2000/Folhapress Zulmair Rocha -16.mai.2000/Folhapress

17/03/1996: Saída de Cid Moreira marca fim de uma era na TV

Dentro de duas semanas, quando Cid Moreira deixar de apresentar o "Jornal Nacional", o telespectador estará presenciando o fim de uma era na televisão brasileira -a dos locutores.

Terminou a época dos profissionais de voz grave e ar galante, que liam as notícias mais bombásticas, relatavam os fatos mais trágicos sem piscar os olhos nem despentear o cabelo. São relíquias do passado, como os filmes de capa-e-espada, as máquinas de escrever e os aviões Electra.

Filhos do rádio, os locutores de telejornais reinaram por quatro décadas. Existiam para inexistir. Não opinavam, não questionavam, não interpretavam. A notícia não os contaminava. O pouco de comentário que se permitiam emitir escorria por um tênue sorriso ou um discreto alçar de sobrancelhas.

Há 26 anos, Cid Moreira encarna o papel com perfeição -à semelhança de Luís Jatobá, Kalil Filho e Hilton Gomes, ícones das décadas de 50 e 60. Não importa que Sérgio Chapelin e Luiz Lopes Correia continuem em cena (um no "Globo Repórter", o outro no SBT). O mais emblemático dos locutores vai sair do ar e, com ele, todo um estilo de fazer TV.

Agora é a vez do "jornalismo interativo", expressão que a Globo cunhou para definir os novos tempos. O termo indica que a rede está buscando um híbrido de Cid Moreira e Boris Casoy.

Ou melhor: Lillian Witte Fibe, Chico Pinheiro e os demais jornalistas que irão assumir os telejornais da casa não serão meros leitores de notícias. Deverão interferir na produção e edição das reportagens, tarefa que Cid nunca desempenhou.

Em contrapartida, não poderão esbravejar nem distribuir opiniões como Boris Casoy, âncora do "TJ Brasil". O máximo que farão é tecer análises ou comentários interpretativos. 

A procura de uma alternativa para o locutor tradicional põe a maior rede do país no mesmo trilho em que já trafegam o SBT, a Bandeirantes, a Manchete e a Record. Sinal de que as concorrentes incomodam mais do que costuma admitir a emissora de Roberto Marinho.

Credibilidade

Por muito tempo, a Globo carregou o fardo de contaminar noticiários com informações (ou omissões) tendenciosas. Ora refletia interesses de determinados grupos políticos -não raro, os que detinham cargos no Executivo. Ora buscava alavancar negócios da família Marinho.

Não à toa, os telejornais da emissora perderam prestígio e audiência. Entre 1989 e 1994, por exemplo, o "JN" viu desaparecer 25% de seu público.

Pelo menos duas das mudanças que entram em vigor no dia 31 têm a intenção evidente de aumentar a credibilidade do jornalismo que se pratica dentro da Globo.

A primeira: o "Bom Dia Brasil" sai de Brasília e passa a ser transmitido do Rio. 

A outra: Cid Moreira aparecerá esporadicamente no "JN" apenas para ler editoriais -textos que expressam a posição oficial da emissora sobre este ou aquele acontecimento.

Com a iniciativa, a Globo sinaliza que o espectador não correrá mais o risco de encontrar a opinião dos Marinho disfarçada de notícia nos telejornais. Se isso realmente acontecer, aí sim a televisão brasileira estará vivendo a maior de todas as revoluções.

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

22/05/1996: Explode o uso da Internet no Brasil

A Internet já pode ser considerada uma verdadeira mania de usuários brasileiros de computadores. Em sete meses, passou de 800 para mais de 4.100 o número de home pages contabilizado pela RNP (Rede Nacional de Pesquisa), que coordena a implantação da rede mundial de computadores no país. Segundo os registros da RNP, o número de endereços brasileiros na World Wide Web -a parte multimídia da Internet- cresce a uma taxa de 40 por dia.

As home pages são uma espécie de endereço eletrônico com telas com textos, sons e imagens. Elas também oferecem ligação para outras páginas do mesmo endereço ou de outros locais. São usadas como verdadeiras vitrines eletrônicas. Bancos, empresas, órgãos oficiais e pessoas comuns montam seus endereços, com informações institucionais, ofertas de produtos, apresentação de serviços ou propostas de encontros.

A febre da Internet também está ajudando as empresas de informática a vender computadores mais potentes e equipados. A consultoria Arthur Andersen estima que 70% do 1,5 milhão de micros vendidos no Brasil no ano passado vinham com fax/modem. Ele permite a transmissão e recepção de dados por telefone. 

Na mesma onda, cresce o número de empresas que oferecem acesso à rede. Em um ano, passaram de 10 para 161. São as chamadas provedoras, que fazem a conexão entre o usuário e a Internet, cobrando assinatura e mensalidade pelo serviço. Interessados em entrar no ar podem conferir nesta edição o Guia da Internet, com dicas para o iniciante e a mais completa lista impressa de home pages brasileiras.

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Joel Silva/Folhapress Joel Silva/Folhapress

19/06/1996: Tiririca é aposta para ocupar o lugar dos "Mamonas"

A Sony Music achou em um palhaço de Itapipoca (CE) aquilo que o mercado procurava para ocupar o vácuo do grupo porno-infantil "Mamonas Assassinas".

Tiririca, 31, alcançou, em menos de dois meses de lançamento, a venda de 220 mil discos. O seu hit é "Florentina", um forrozinho-trash feito com a missão de irritar para fazer rir. Narra a saga autobiográfica de um cantor que foi preso por cantar a mesma canção.

A música chateia com a sua pedagogia da repetição. Durante mais de cinco minutos, o máximo que diz é o seguinte: "Florentina, Florentina/ Florentina de Jesus/Não sei se tu me amas/Pra que tu me seduz".

Menos pornô e mais infantil que os "Mamonas", o palhaço ri à toa dos seus pequenos e vorazes consumidores: "Em pouco tempo saí do palco de uma churrascaria, em Fortaleza, para essa loucura toda".

Ele é dessa leva de humoristas que o Ceará produz às pencas desde Renato Aragão e Chico Anysio. "Tiririca é antes de mais nada um palhaço de verdade", define Tom Cavalcante, ("Sai de Baixo"), velho conhecido dos palcos mambembes da capital cearense.

Depois de emplacar "Florentina" nas paradas, as rádios já massacram também com "Sou chifrudo", confissão já desgastada do humor popular, mas ainda um sucesso de bilheteria garantido.

Tiririca acha que faz uma linha mais ingênua e circense.

O palhaço estaria mais para o forró duplo-sentido (consagrado por mestres do gênero como Zé Nilton e Genival Lacerda) do que para a sacanagem explícita.

Tiririca não reclama, no entanto, do fato de ter caído no gosto e no bolso justamente dos mesmos fãs do grupo de Guarulhos.

Dinheiro hoje, aliás, não incomoda nem mesmo ao último dos marxistas. Tiririca é palhaço mas não é bobo. Acostumado a trabalhar em circos de lona furada, ele agora curte aquela doce sensação neo-liberal conhecida vulgarmente como "tirar o pé da lama".


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Davi Ribeiro / Folhapress Davi Ribeiro / Folhapress

05/08/1996: Começa hoje 1º rodízio da história

Começa hoje, em dez municípios da Grande São Paulo, uma experiência inédita no Brasil: um rodízio de veículos obrigatório, com multa para os infratores.

No ano passado, a operação foi realizada só em São Paulo, por apenas cinco dias e sem pena para quem não a respeitasse.

Este ano, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que organiza o rodízio, espera retirar das ruas cerca de 20% da frota -cerca de 600 mil veículos, só na capital.

A operação atinge a capital e mais nove cidades da Grande São Paulo. A cada dia útil, proíbe de circular carros com dois finais de placa -hoje, estão vetados 1 e 2, amanhã, 3 e 4, e assim por diante.

A restrição só vale das 7h às 20h e vai até o final do mês. Quem for flagrado pela fiscalização rodando com o final proibido leva multa de R$ 100, que dobra na reincidência.

Aprovação

O paulistano aprova e diz que vai respeitar a operação, mas desconfia de seu sucesso. Pesquisa Datafolha, feita com paulistanos que têm carro, mostrou que 62% são a favor do rodízio.

Quase metade dos entrevistados acredita que a restrição não será respeitada. De cada 3 paulistanos, 2 dizem que essa não é a melhor forma de combater a poluição.

A aprovação é menor do que em 95, quando a operação não tinha multa e durou cinco dias. Na ocasião, 83% eram a favor.

O levantamento do ano passado incluiu toda a população e não apenas os que tinham carro.

Em 95, 90% afirmaram que colaborariam com o rodízio, mas só 38% em média acabaram aderindo de fato, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que organiza a operação.A intenção declarada de seguir o rodízio este ano é a mesma.

Informação

A aprovação ao rodízio é menor nos grupos que estão mais bem informados sobre a operação.

Entre os que têm 41 anos ou mais, 56% dizem ser a favor -percentual que sobe para 71% entre os mais jovens, de 18 a 25 anos.

São os mais velhos que mostram maior conhecimento sobre a obrigatoriedade do rodízio (91%) e a existência de multa (79%). No grupo dos jovens, esses índices são 85% e 46%, respectivamente.

Os que usam o carro todo dia são mais contrários à restrição. Nesse grupo, 38% foram contra o rodízio, índice que cai para 22% entre os que usam carro eventualmente.

A aprovação aumenta entre os de menor renda, embora muitos críticos do rodízio digam que eles serão os mais prejudicados, por ter apenas um automóvel na família.

Possível explicação é o fato de haver mais pessoas que não usam carro todo dia nessa faixa.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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11/02/1997: Carla Perez mostra o 'tchan' no Salgueiro

Sob assovios e gritos de "gostosa", a dançarina Carla Perez, do grupo "É o Tchan", fez ontem sua estreia no Sambódromo, requebrando no alto do carro alegórico "Salvador Dali", parte do enredo "De Poeta, Carnavalesco e Louco... Todo Mundo Tem Um Pouco", da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. "Vou mostrar que uma baiana pode sambar como carioca", prometeu Carla, antes do desfile.

Vestindo um minúsculo biquíni, que lhe ressaltava os 102 centímetros de quadris, Carla sorria o tempo todo. Antes que o desfile começasse, sua mãe, Ivone, que, no asfalto, a acompanhava, rezou, junto com outros parentes. Mostrando algum nervosismo, a dançarina enxugou duas lágrimas -sempre sorrindo.

"Carlinha! Carlinha!", berraram admiradores que se aglomeravam no viaduto São Sebastião, sobre a avenida Presidente Vargas, e também do outro lado do canal do Mangue, quando o carro com ela se aproximou. A dançarina respondeu com um show de rebolado.

A recepção do público das arquibancadas dos primeiros setores do Sambódromo, porém, foi fria. Os aplausos cresceram à medida que o carro avançava em direção à praça da Apoteose. Dos camarotes, alguns jogavam beijos, outros imitavam a coreografia protagonizada pela dançarina na música "Segura o Tchan". A resposta de Carla? Rebolar mais, claro.

Após o desfile, cercada de fãs que lhe pediam autógrafos, Carla sorria ainda mais ante os repetidos gritos de "Carlinha, Carlinha". "Saí onde eu queria, foi emocionante, muito bom", afirmou. Ela precisou ser escoltada por 16 guardas na Apoteose: dezenas de homens a cercavam, querendo uma foto, autógrafo ou simplesmente alguns segundos de atenção.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Mike Hewitt-8.jun.1997/Allsport Mike Hewitt-8.jun.1997/Allsport

09/06/1997: O jovem Guga é o novo ídolo brasileiro

O bom desempenho de Gustavo Kuerten em Roland Garros deixa uma questão no ar: até onde o brasileiro pode chegar?

"Será que foi sorte?" foi uma pergunta muito repetida na semana passada. Não, não foi sorte. Tecnicamente, Kuerten apresentou o melhor jogo entre os 128 tenistas que disputaram o torneio.

Sua principal característica é atacar o adversário o tempo todo, ou seja, obrigá-lo a se deslocar de um lado para outro da quadra.

Para isso, bate forte todas as bolas, notadamente o backhand (golpe dado na bola quando ela vem à esquerda do corpo dos tenistas destros ou à direita dos canhotos).

Jogando agressivamente, Kuerten surpreendeu tenistas mais experientes. Historicamente, o piso de terra do torneio francês, que diminui a velocidade da bola, favorece tenistas que jogam com paciência, sem arriscar, trocando bolas à espera do erro do adversário.

O brasileiro é diferente, tenta forçar o erro do rival. Com 1,91 m, procura acertar a rebatida bem no alto, "cortando" as bolas para trajetórias rasantes, que muitas vezes parecem que vão bater na rede, mas acabam passando.

Psicologicamente, isso abala o adversário. Todas as suas vítimas em Roland Garros comentaram a capacidade de o brasileiro executar golpes "impossíveis" -palavra usada pelos craques Thomas Muster e Yevgeny Kafelnikov.

A história está repleta de jogadores que, depois de um campeonato brilhante, não conseguiram cumprir a expectativa de novas glórias.

O próprio Brasil engrossa essa lista, com Jaime Oncins. Ele chegou até as oitavas-de-final em Roland Garros-92, derrotando até o ex-número 1 Ivan Lendl. Depois, nunca repetiu as boas vitórias.

Kuerten parece ter munição para ir mais longe. Precisa ter personalidade e continuar na dele, jogando descontraído contra os melhores do mundo para, quem sabe, se firmar entre eles.


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

22/12/1997: Leonardo DiCaprio desafia naufrágio do "Titanic"

Aos 24 anos, Leonardo DiCaprio encabeça o elenco da produção mais cara da história do cinema, "Titanic", que custou mais de US$ 200 milhões e estreou na semana passada nos EUA. E diz que não tem medo do desempenho do filme nas bilheterias.

DiCaprio, que foi indicado para o Globo de Ouro de melhor ator -prêmio que é uma prévia do Oscar-, prefere fazer filmes "pequenos" e quer dar um tempo das superproduções. "Envelheci cinco anos com esse filme", diz.

"Titanic" conta a história do naufrágio do maior transatlântico do mundo, em 1912, durante sua viagem inaugural, matando mais de 1.500 pessoas. DiCaprio interpreta o pobretão Jack Dawson, que se apaixona por uma passageira milionária, Rose (Kate Winslet). O filme é dirigido por James Cameron, de "Exterminador do Futuro" e "O Segredo do Abismo".

Em um hotel londrino, DiCaprio falou à Folha por telefone sobre os desgastes das filmagens, seu trabalho e a luta por privacidade.

Folha - "Titanic" corre o risco de afundar na bilheteria?

Leonardo DiCaprio - É uma situação estranha. Qualquer filme que render US$ 200 milhões é um dos maiores sucessos da história, o sonho de qualquer produtor, mas esse custou US$ 200 milhões! Para começar a dar lucro, precisa fazer o dobro disso. Não é impossível, porque é um filme grandioso, a coisa mais impressionante que eu já vi numa tela. Mas há muita gente torcendo contra.

Folha - Qual a razão?

DiCaprio - James Cameron é um diretor que incomoda muita gente. É um sonhador, alguém que quer fazer filmes maiores que a vida. A indústria de Hollywood dá esses milhões para ele trabalhar, mas depois quer controlá-lo. E James é incontrolável. Rodamos o filme durante um ano inteiro, repetimos cenas mais de 80 vezes. O orçamento foi estourado várias e várias vezes. Os donos do dinheiro não gostam de gente assim, não respeitam artistas.

Folha - Valeu a pena passar um ano rodando um filme?

DiCaprio - Não tenho dúvida disso. É grandioso, tenho um orgulho enorme de fazer parte dele. E devo tudo a James, porque o estúdio não queria que eu fizesse o papel principal. Quando os produtores viram que o projeto estava ficando cada vez maior, quiseram trocar o ator principal. Acharam que eu não tinha nome para segurar uma produção dessas. E James bancou que eu ficasse. Acho que ele também teve medo, todos nós tínhamos, mas ele ficou do meu lado. Por isso, todo o sofrimento valeu.

Folha - Que tipo de sofrimento?

DiCaprio - Rodamos no México, numa réplica do Titanic, que se dividia em várias partes. Algumas cenas eram rodadas em terra, outras com o cenário boiando no mar, outras eram submarinas... Há sequências em que o cenário balança, fica inclinado quase 90°. Uma das cenas deu muito trabalho, o barco vira, e todos os móveis da cabine voam para cima de mim. Fizemos dez tomadas, fiquei todo machucado. James não ficou satisfeito, mas eu fiz o que pude.

Folha - Os críticos dizem que "Titanic" pode dar um Oscar a você.

DiCaprio - Seria maravilhoso, não vou ser idiota a ponto de negar, mas eu estou satisfeito com aquilo que o filme já me deu: orgulho de fazer parte dele e, principalmente, descobrir que sempre vale a pena lutar por uma coisa quando você acredita nela. Nunca vi uma equipe tão unida. Os problemas não paravam de aparecer, e a gente sempre encarava tudo. Se você escreve em um caderno para jovens, esta é a minha mensagem para quem está lendo: lute pelo que você acredita. É a melhor maneira de viver.

Folha - Você tem muitos votos na escolha dos melhores do ano pelos leitores do Folhateen e...

DiCaprio - Excelente!

Folha - No Brasil, você foi visto durante este ano em três filmes, "Romeu + Julieta", "As Filhas de Marvin" e "Eclipse de uma Paixão". E "Titanic" durou um ano para ser feito. Você não tira férias?

DiCaprio - Acho que estou num período de férias. Tenho de dar entrevista e fazer algumas viagens para divulgar "Titanic", mas não estou rodando nada agora. Só quero fazer filmes mais modestos por um tempo. Eu envelheci cinco anos em "Titanic".

Prefiro produções menores, em que o trabalho dos atores seja o centro da discussão no set de filmagens. Gosto também de papéis menores, que não exigem tanto do ator. "As Filhas de Marvin" foi gratificante. Tive tempo para trabalhar meu personagem, que não era o principal, e pude observar Meryl Streep e Diane Keaton atuando. Foi uma aula para mim.

Folha - Falando em atrizes, a imprensa divulgou alguns supostos romances seus, quase todos com atrizes: Sharon Stone, Claire Danes, Demi Moore, Kate Winslet...

DiCaprio - É tudo mentira. Invenção. Dê uma olhada nessa lista. Quase todas trabalharam comigo. Eu faço um filme atrás do outro, não tive tempo para namorar sério nos últimos anos. Aí você sai para jantar com a equipe de trabalho, e os jornalistas só reparam no casal de atores principais, como se só eles estivessem na mesa. Daí inventam um romance. Saio com amigas, às vezes a coisa vira um romance, mas não é o tipo de assunto que falo numa entrevista.

Só digo que sou um ator que tenta melhorar a cada trabalho. Para isso, preciso do julgamento das pessoas. Espero que elas gostem, porque eu trabalho com muita paixão. É só assim que eu sei fazer. 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

23/02/1998: Globo quer Bonner "para sempre" no "JN"

A dança das cadeiras anima o Carnaval na Globo. Fátima Bernardes volta ao "Fantástico" no próximo domingo e Carla Vilhena encerra a interinidade da temporada. Assim como ela, a maioria dos apresentadores desconhece seu destino na casa.

As exceções são Pedro Bial ("Fantástico"), Renato Machado ("Bom Dia Brasil") e, principalmente, William Bonner. No que depender da direção da Globo, ele fica no "Jornal Nacional" até se aposentar.

O impasse dos demais profissionais depende ainda de Lillian Witte Fibe. Convidada a ficar na emissora para apresentar o "Jornal da Globo", ela retoma as negociações com a emissora amanhã, quando volta das férias.

Extensão

A apresentação da segunda edição do "SP-TV" também está vaga, à espera da definição no "Jornal Nacional". Carlos Nascimento pode ficar onde está. Embora a preferência seja por uma mulher para o lugar de Lillian, o Ibope vem respondendo bem à dupla formada por Nascimento e Bonner.

 

Coluna republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

13/06/1999: Internet impulsiona ''teletrabalho''

Os avanços trazidos pela Internet e por novos recursos de informática estão ampliando as oportunidades para quem quer trabalhar sem sair de casa. Um computador, um "scanner" e uma impressora podem gerar bons rendimentos, aliados a muita disciplina e disposição.

São várias as formas de atuação: digitação de trabalhos escolares, pesquisa na Internet por encomenda, organização de mala direta para empresas, cartões de visita, convites para festas, traduções, criação de sites, gravação de CD-ROM, entre outras.

Esses serviços estão sendo cada vez mais solicitados a autônomos e a assalariados de empresas que permitem atuar em casa.

Crescimento

E a Internet deverá continuar a ser uma das maiores responsáveis pela geração de novos postos de trabalho nessa área.

Segundo Rodolfo Gobbi, 34, gerente de negócios da Cyclades Brasil, multinacional da área de informática, pesquisas do setor prevêem que a Internet vai gerar cerca de 75 mil novos postos de trabalho no Brasil até 2001.

Segundo Edson Dacal, 46, diretor da Basics Web Systems, empresa do setor de informática, 80% dos serviços da empresa referem-se a traduções feitas por profissionais terceirizados que atuam em casa.

Marcelo Smith, 27, proprietário de uma empresa de comunicação e informática, diz que, de um ano para cá, a oferta de trabalho para prestadores de serviço que exercem a função em casa "cresceu violentamente".

"Eu tenho apenas 8 funcionários que ficam dentro da empresa e cerca de 50 que trabalham em suas próprias casas."

Para ele, o "teletrabalho" é uma tendência do mercado, e as empresas terão de se adaptar.

"Tenho um prestador de serviço que mora nos Estados Unidos. Tudo entre nós é feito por meio de mensagens eletrônicas, inclusive o pagamento", diz.

Fernando Belini Martins, 35, proprietário da Estratégia Consultoria em Informática, também registrou aumento do número de colaboradores que atuam por meio do "teletrabalho" em sua empresa.

"Nos últimos dois anos, a quantidade de profissionais que trabalham em suas próprias casas subiu cerca de 45%", estima.

Nova chance

A pedagoga Maria Cristina de Santi Calabria, 39, que atua há nove anos nessa área, diz que aprendeu a transformar o "teclado em dinheiro" depois que teve suas duas filhas. "Eu estava desempregada. Então resolvi usar melhor o equipamento que tinha em casa", diz.

Maria Cristina fez um tipo de autopropaganda. Escreveu, em uma folha de caderno, que digitava trabalhos escolares, colocou seus dados e a fixou em uma padaria do bairro. "Não sabia nem quanto cobrar pelo serviço, quando apareceu o primeiro cliente", comenta.

Hoje, Maria Cristina tem um verdadeiro arsenal de informática em casa, que inclui, por exemplo, cinco computadores (três conectados à Internet), quatro impressoras, dois telefones celulares e um fixo e um "scanner" (que "lê" imagens e as transfere para o computador).


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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07/11/1999: TV holandesa clona o filme "Truman Show"

Na Holanda, um prêmio de US$ 120 mil desafia nove candidatos a um teste de sobrevivência de cem dias trancados dentro de uma casa em Amsterdã, sob a mira cerrada de milhares de espectadores pela TV e via Internet.

No programa "Big Brother" (nome inspirado no personagem do livro "1984", de George Orwell) os candidatos têm sua intimidade invadida por 24 câmeras e 59 microfones, que registram todos seus movimentos e sons ininterruptamente.

A falta de privacidade revela até o que se passa entre as quatro paredes do banheiro.

A audiência vem correspondendo à ousada iniciativa dos criadores do desafio -em alguns momentos, já houve mais de 11 milhões de espectadores.

A cada semana, o grupo de candidatos se reúne para literalmente excluir um de seus integrantes. No final, no último dia do ano, os telespectadores vão escolher o vencedor entre três finalistas.

O produtor-executivo do programa, Paul Romer, admite que essa exclusão pode ser, por vezes, um tanto cruel. "Mas temos sempre um psicólogo de plantão para prestar ajuda aos concorrentes", adverte.

Os sobrenomes dos participantes são omitidos para preservar suas identidades. Juntos, eles começaram o desafio em meados de setembro.

A produção do programa é da holandesa Endemol, e a veiculação na TV é feita pela rede Veronica. O público-alvo do programa está concentrado na faixa etária entre 20 e 34 anos.

O público não vai decidir só qual será o final: os telespectadores interferem também nos rumos do enredo. Essa versão de vida real nas telas não é nova. A MTV inaugurou o gênero com "The Real World" (Na Real). O cinema também abordou o tema nos filmes "The Truman Show" e "EDtv".


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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01/08/2000: Após 1ª vitória, Barrichello já fala em título

Com a vitória no GP da Alemanha, a primeira de sua carreira, depois de sete anos e meio e 122 provas, o piloto da Ferrari Rubens Barrichello não só "tirou um peso das costas" como se deu conta que está na disputa pelo título de campeão mundial da F-1.

"Estou apenas a dez pontos do (Michael) Schumacher. É uma diferença pequena, mas prefiro não pensar nisso. Quero pensar numa corrida de cada vez", disse ontem o piloto brasileiro, ainda vibrando com o resultado em Hockenheim. Barrichello não trabalhou somente por si no circuito alemão. Chegou na frente das duas McLaren, pela ordem, do finlandês Mika Hakkinen e do escocês David Coulthard, impedindo que seu parceiro, Schumacher, perdesse a liderança do Mundial.

Completadas 11 etapas, o alemão tem 56 pontos, dois a mais que Hakkinen e Coulthard, empatados no segundo posto. Barrichello soma 46.

O brasileiro, que mora em Cambridge, no Reino Unido, já está em Fiorano, na Itália, treinando com a equipe da Ferrari. Ontem, seu telefone tocou sem parar. Eram parentes, amigos, pilotos e empresários da F-1 querendo cumprimentá-lo pela vitória.

"Até o Jack Stewart (ex-proprietário da Stewart, agora Jaguar, pela qual atuou por três anos) e a mulher de Mika Hakkinen (Erja) ligaram para cumprimentar. Os amigos até dizem que foi melhor ter demorado a ganhar porque com a grande batalha veio o dobro da satisfação", disse Barrichello.

"Tirei um enorme peso das costas", comentou depois. O piloto da Ferrari ficou satisfeito com a cobertura dada pela imprensa europeia ao seu desempenho no domingo, mas diz que o mais importante foi sentir a reação do público brasileiro.

"O que me deixou contente mesmo foi ver os brasileiros, porque só no Brasil sabem o quanto sofri e tudo o que aconteceu comigo", disse Barrichello.

"A pressão que eu senti nunca quis falar com ninguém. Mas como ia deixar de me afetar?", perguntou o piloto. Barrichello acha que agora vão diminuir as cobranças por vitórias e as comparações com seu ídolo, Ayrton Senna, a quem dedicou a vitória no circuito alemão. "Mas é lógico que sempre tem gente com maldade para ficar dizendo que agora tenho que provar que sou bom mesmo."

Ainda emocionado pelo resultado de domingo, quando largou em 17º lugar e chegou sete segundos à frente do segundo colocado, Barrichello atribuiu, em parte, sua vitória à fé. Há 17 anos, um piloto não vencia largando numa posição tão remota. O último fora o britânico John Watson, da McLaren, em 1983, que triunfou no GP dos EUA-Oeste, saindo em 22º.

"Agradeço a Deus e ao Ayrton (Senna) pela vitória e por ter conseguido sobreviver a tanta coisa ruim", disse. "Rezo sempre, em particular, é um hábito.

"Nunca em 50 anos de F-1 um piloto havia esperado tanto até alcançar a vitória -a tumultuada corrida em Hockenheim foi a 123ª de Barrichello. Superou Hakkinen, que só foi ganhar na 96ª corrida de sua carreira, em 1997.

E venceu de forma primorosa.

Logo na primeira volta, o brasileiro ultrapassou cinco pilotos. Na segunda, foram mais duas ultrapassagens. Em ritmo forte, já era terceiro colocado na 15ª volta. Foi quando um manifestante invadiu a pista, obrigando a entrada do safety car. Isso beneficiou o brasileiro, que aproveitou para fazer o reabastecimento e troca de pneus.

Na 33ª volta, começou a chover no circuito. Enquanto seus concorrentes entraram nos boxes para colocar pneus de chuvas, o ferrarista permaneceu na pista. Duas voltas depois, assumiu a liderança, que não mais deixou. No braço, segurou-se na pista e foi elogiado por toda a sua equipe. Ontem, Barrichello ficou especialmente satisfeito com o comentário do jornal britânico "Guardian", apontando-o como o piloto mais popular da F-1. "Eu não tenho inimigos."

Ele disse que o abraço que ganhou de Schumacher ao fim da prova foi um gesto sincero de reconhecimento pelo seu trabalho. "Não foi um gesto falso. Ele sabia o quanto eu queria aquilo desesperadamente", disse.

 


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

05/01/2001: Carros do futuro terão acesso à Internet e DVD

Nos velhos tempos, carros eram apenas carros. Mas com a indústria da tecnologia automotiva se expandindo rapidamente, aquela máquina de quatro pneus na garagem em breve ganhará o título de "veículo de comunicações multimídia".

De acordo com análises da indústria, o mercado da tecnologia computadorizada para automóveis deverá crescer de US$ 1 bilhão em 2000 para US$ 8 bilhões em 2005.

Atualmente, muitas empresas estão desenvolvendo acessórios para carros com o objetivo de oferecer entretenimento, acesso à Internet, navegação e rádio via satélite, além de acessórios de segurança futurísticos que parecem saídos de um filme de James Bond.

A PhatNoise, uma fabricante de aparelhos de música digital, anunciou um acordo com a Visteon Corp., a segunda maior fabricante de peças automotivas, para licenciar seu equipamento de MP3, o que permitirá aos motoristas trazer músicas de seus computadores para as estradas.

O aparelho, que estará disponível já em 2001, será um acessório aos sistemas de som de carro existentes. O produto virá com um software que vai permitir aos usuários carregar centenas de horas de músicas em arquivos de MP3 em pequenos cartuchos que são adaptados ao carro.

Outra empresa, a Delphi Automotive Systems Corp., empresa número um em produtos automotivos, estará demonstrando seu novo rádio via satélite na feira Consumer Electronic Show.

Com lançamento previsto para este ano, o rádio via satélite é um revolucionário sistema que proporcionará música digital e outras formas de programação ininterruptas via satélite para veículos e residências.

Dan Garretson, analista da Forrester Research, disse que a empresa prevê que o setor da tecnologia automotiva crescerá rapidamente, com aparelhos de DVD e rádios via satélite para carros acumulando vendas de 28 milhões de unidades em 2005.


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Frank Rumpenhorst/AP - 22.fev.2001 Frank Rumpenhorst/AP - 22.fev.2001

01/03/2001: Napster impulsiona a venda de CDs virgens no mundo

Ron Yates, 23, trabalhador de uma fábrica em Mentor (Ohio), comprou mais de 200 CDs virgens no ano passado por US$ 0,50 cada. Mesmo que os serviços de download de músicas comecem a cobrar esse ano, ele diz que não vai parar de comprar CDs.

"Eu realmente não quero ter de pagar para usar o Napster, mas se esse será o jeito, que seja", disse.

Yates, como milhões de outros usuários do Napster que possuem um gravador de CDs, conseguiram disparar as vendas de CDs virgens nos Estados Unidos e no mundo.

Os CD-Rs ultrapassaram a marca de 1 bilhão de unidades vendidas no ano passado, o dobro da marca atingida em 1999. O mercado norte-americano representa 34% do mundial.

"Esse é o ano do CD-R", disse Laurie Bauer, porta-voz da Best Buy, loja de eletrônicos dos EUA. "No ano passado eles ainda estavam em sua infância, agora mal dá para mantê-los nas prateleiras".

Os micreiros devem abocanhar cerca de 1,46 bilhão de CD-Rs este ano, de acordo com Brad Yaeger, gerente de Marketing para discos virgens da Memorex, a maior fabricante de CD-Rs dos EUA, com cerca de 30% do mercado.

A TDK, segunda maior fabricante de CD-Rs do país, espera que suas vendas cheguem a 160 milhões de unidades esse ano, mais que o dobro dos 64 milhões de discos vendidos em 2000 e quatro vezes mais que em 1998, ano em que a empresa vendeu 40 milhões.

A culpa é do Napster

"Absolutamente, é o Napster", diz Chris Bailey, gerente de Produto da TDK, quando questionado sobre a influência do serviço de troca de músicas na venda de CDs virgens.

"Definitivamente há um fator aí, as pessoas podem baixar músicas de graça pela Internet", disse ele. "Outras pessoas compram um CD e fazem cópias para todos os seus amigos".

Bailey disse que não acredita que a venda de CD-Rs vai cair se o Napster for fechado ou começar a cobrar uma taxa para os downloads.

O Napster já tem mais de 60 milhões de usuários em todo o mundo. A empresa espera lançar um serviço pago que deve custar de US$ 2,95 a US$ 4,95 por mês para o plano básico, e de US$ 5,95 a US$ 9,95 por mês para o plano premium.

Bailey também afirmou que a explosão de vendas dos CDs virgens também se deve ao sucesso do gravador de CDs, que agora começa a se tornar um padrão em 70% dos micros vendidos nos EUA.

 

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14/11/2001: "Casa dos Artistas" é fenômeno no Ibope e na Justiça

"Casa dos Artistas", a versão brasileira de "Big Brother" criada pelo SBT, voltou a surpreender: depois de derrotar o "Fantástico" por dois domingos, o programa começa a assustar a Globo durante a semana. Anteontem, empatou por dois minutos com "O Clone", da Globo, com 35 pontos.

Desse período, a novela estava no intervalo por 45 segundos e, na média geral, venceu o SBT por 45 a 20. "Casa dos Artistas", na média, também não derrotou "O Clone". Teve 28 contra 39. Mas o "reality show" está conseguindo o que Silvio Santos queria: tornar questionável a liderança absoluta dos programas da concorrente.

Animado, o empresário lançou anteontem ao mercado propostas de anúncios em intervalos do programa (que por enquanto é exibido sem cortes). Serão cobrados R$ 85.148 por cada comercial de 30 segundos, o que torna o programa o mais caro do SBT, ao lado do "Show do Milhão".

Além da batalha entre os departamentos de produção e comercial das duas emissoras, outra disputa será acirrada: a dos tribunais. Tudo começou porque a Globo comprou os direitos de produção de "Big Brother" e programou a exibição do "reality show" para 2002. Silvio Santos, que chegou a negociar com a Endemol, detentora dos direitos da atração, desistiu e resolveu fazer sua versão sem fechar o acordo com a empresa holandesa.

A Globo já sofreu três derrotas na tentativa de tirar o programa do ar pela Justiça e pode desistir da idéia, segundo Simone Lahorgue, principal advogada da emissora no caso. "Queremos ver o teor do voto dos desembargadores para avaliar se vale recorrer."

O mérito do processo, no entanto, que é decidir se "Casa dos Artistas" é plágio ou não de "Big Brother", ainda não foi julgado.

A ação deve demorar anos e, segundo especialistas, será polêmica e representará um divisor de águas na discussão sobre direito autoral no Brasil.

A Globo tentará provar que os detalhes da produção de "Casa dos Artistas" são semelhantes ao do "reality show" holandês e que Silvio Santos agiu de má-fé, já que teria tido acesso ao "know-how" da produção do programa.

A tese do SBT é, em outras palavras, a de que na TV "nada se cria, tudo se copia". Filmar pessoas em uma casa foi idéia da Endemol, mas isso, na argumentação de Silvio Santos, não impede outras TVs de fazer o mesmo. Assim, o "reality show" teria virado um gênero, como novela e "talk show".

A Globo diz que "Big Brother" é mais que uma ideia: "É um desenho artístico ou produto pronto".

Segundo Marcos Alberto Bitelli, advogado especializado em direito autoral, a lei brasileira pode dar sustentação às duas argumentações. "A Globo teria que provar o plágio por partes do programa: cenário, roteiro, posicionamento de câmeras. Mas, como não há roteiro, fica ainda mais difícil. Será uma questão polêmica e a decisão pode criar uma jurisprudência."

Mais processo

Silvio Santos foi condenado anteontem a pagar indenização por danos morais e materiais ao compositor Archimedes Messina, 69, que criou o jingle "Silvio Santos Vem Aí", em 65. Foi decidido na 18ª Vara Cível de SP que o apresentador deve pagar o equivalente a 50 salários mínimos por danos materiais. Os danos morais serão calculados posteriormente.

Messina, que também criou o famoso jingle do café Seleto, diz que nunca imaginou que a marchinha ficaria tão famosa.


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

02/01/2002: No 1º dia do euro, lojas em Paris dão troco em francos

"Minha primeira nota de euro!", grita a jornalista francesa Salera Benarbia, ao sair de um caixa eletrônico do bulevar Saint Germain, em Paris. Ela agita no ar a nota de 20 (cerca de R$ 41), mostrando-a para um amigo. Com a nota, vai tomar um café e comprar uma entrada para o cinema. "Estava com receio de que não conseguisse tirar dinheiro", diz ela. "É genial. Parece que cheguei a outro país. Estou em Paris, mas poderia estar em Madri, em Roma. Está me dando uma imensa sensação de liberdade."

Desde a 0h de ontem, pela primeira vez, os franceses, como mais de 300 milhões de habitantes de outros 11 países da Europa, puderam entrar em contato pela primeira vez com as notas de euro. Elas estavam acessíveis nos caixas eletrônicos ou eram dadas como troco no comércio.

Na madrugada, os vários caixas de bancos da rua de Rivoli estavam parados. Os parisienses procuravam em vão entrar em contato com o novo dinheiro. Uma festa de comemoração do euro foi feita na Pont-Neuf -apesar do nome ("nova"), a ponte mais antiga de Paris. Pouca gente foi à comemoração, embora as ruas estivessem cheias no reveillón.

Ao longo do dia, os saques foram normalizados. O correspondente da Folha conseguiu tirar dinheiro pela manhã em dois bancos eletrônicos nas margens direita e esquerda do Sena. Em Paris, o feriado de 1º de janeiro facilitou a estreia do euro. Com grande parte das lojas fechadas, as complicações se restringiram ao comércio de padarias, cafés, restaurantes e cinemas. Em oito locais visitados, quatro deram o troco em francos, contrariando o pedido oficial de que a devolução fosse em euros.

O contador americano Jason Kelly, que vive em Paris, pagou sua entrada em francos e recebeu o troco na mesma moeda numa das principais redes de cinema da cidade. "Aconteceu o mesmo no mercado, há pouco: me deram o troco em francos. Mas eu compreendo. É uma situação difícil, mas muito importante", diz ele.

Na bombonière do cinema, porém, o troco é sempre em euro. A balconista quebra a cabeça para devolver a moeda correta, enquanto a fila vai aumentando. Um cliente diz que ela deu euros em excesso para ele, e a moça refaz a conta. "Quase dou 0,60 a mais (cerca de R$ 1,23). Está tudo muito complicado", diz a balconista.

Numa banca de revistas, a secretária Fabienne D'Ornano compra o jornal em francos e recebe o troco na mesma moeda. "Não reclamei, pois eles estão tendo problemas", afirma. No Café Balzac, na praça do Odéon, o garçom pregou na bandeja uma tabela à mão com as principais conversões de franco para euro. O anúncio do prato do dia, num quadro na parede, já não traz o preço em francos.

O garçom vai dar o troco em euros a duas americanas de San Francisco e se confunde. Para outras mesas, ele decide devolver em francos mesmo. Turistas e parisienses parecem se solidarizar diante da novidade e das dificuldades, no feriado de sol e frio de 3C.

Hoje, dia útil, será o verdadeiro teste para o humor francês diante das complicações do euro. "O difícil vai ser a partir de amanhã [hoje", com o dobro de gente para atender", diz o padeiro Anoas Hossein. "Hoje [ontem], a maioria está pagando em francos exatos, para se livrar deles. Também não estou tendo problema com o troco em euros, pois os clientes não estão conferindo muito", conta.

Na avenida do Champs Elysées, o empresário grego George Chapalambides, ao lado da mulher, sai do caixa eletrônico sorrindo e olhando as suas duas notas de 50 (cerca de R$ 102,50, cada) à contraluz. "É muito excitante pegar assim um novo dinheiro pela primeira vez. Além disso, amanhã [hoje] vamos para a Itália e não precisamos trocar a moeda. É formidável."

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

Eduardo Knapp/Folha Imagem Eduardo Knapp/Folha Imagem

07/05/2002: Scolari não aceita pressão e deixa Romário fora da Copa

O Brasil vai à Copa do Mundo sem Romário e com 23 jogadores enquadrados na disciplina linha-dura de Luiz Felipe Scolari. Mas, se não conquistar na Ásia o pentacampeonato, a seleção volta também sem treinador.

Quem decretou a degola de Scolari em caso de fracasso foi o próprio, ao anunciar, ontem à tarde no Rio, a sua "família" no Mundial - o termo foi cunhado pelo técnico para definir seu ideal de grupo de trabalho.

"Ganhando ou perdendo, a escolha seria minha. Prefiro passar por bode expiatório e resolver com a minha cabeça a resolver com a dos outros e ser crucificado da mesma maneira. Não ganhou, está morto igual", afirmou Scolari, ao responder se não temia ser culpado por um eventual insucesso no Mundial por decidir, contra o clamor da opinião pública, não convocar Romário.

O treinador de 53 anos, que vai pela primeira vez comandar uma seleção em uma Copa do Mundo, mudou de ideia em relação às suas pretensões na competição. Se antes dissera que o Brasil chegaria pelo menos às semifinais, ontem anunciou que sua única opção é o título.

"Saio com a obrigação de ganhar. Infelizmente, não temos a cultura do segundo. O segundo sempre vai ser o último. É como me disse ontem o meu menino: o segundo é o primeiro dos últimos", justificou.

Para tentar cumprir a "obrigação", Scolari também desprezou, na última hora, o talento do meia Djalminha, do La Coruña (ESP). O motivo do boicote ao meia foi o mesmo que tirou Romário: indisciplina. De temperamento considerado inadequado à "família Scolari", Djalminha atacou na semana passada o técnico de sua equipe durante um treino. Saiu da lista para a entrada de Kaká, 20, modelo de "garoto família".

O meia são-paulino não foi propriamente a surpresa da lista. Mais que ele foi Vampeta, o volante do Corinthians preterido das últimas convocações, apesar da boa fase e de ter sido presença constante nas eliminatórias sul-americanas para o Mundial.

Para chegar aos 23 nomes divulgados ontem, Scolari chamou, em menos de um ano à frente da seleção, 57 atletas, mais de 20 a mais do que previu ao assumir o cargo, em junho do ano passado.

Desde a última Copa, período em que a seleção foi comandada por três outros técnicos (Luxemburgo, Candinho e Leão) e amargou vexames inéditos na história, quase 110 jogadores vestiram a camisa verde-amarela. Agora, o treinador tem mais 15 dias para fazer alguma mudança no grupo, já que a data final estipulada pela Fifa para a inscrição na Copa é 21 de maio, dez dias antes da abertura do torneio.

A antecipação foi uma forma de preparar o time no curto tempo até a estreia no Mundial, em 3 de junho, contra a Turquia.

A seleção brasileira viaja no próximo domingo para Barcelona, onde passa uma semana e faz um amistoso, mesma programação da Malásia, última escala antes de Ulsan (Coréia do Sul), local da concentração na primeira fase da Copa do Mundo.

Embora possa mexer na lista nas duas próximas semanas, Scolari não deve fazê-lo, a menos que haja uma contusão. E, como avisou ontem, não adianta pressioná-lo, como vêm fazendo milhares de brasileiros há alguns meses.

"É uma opção minha. Sou o técnico da seleção e quero ter a oportunidade de dizer: escolhi esses jogadores por entender que eles são os melhores para esse momento. Agora, na base da força e da pressão, não. Ninguém vai fazer eu mudar de ideia."


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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06/05/2004: Último episódio de "Friends" explora dilema e separa sexteto

Dez anos se passaram desde que Ross (David Schwimmer) e Rachel (Jennifer Aniston) se reencontraram na cafeteria Central Perk e reacenderam um amor dos tempos de colégio, em setembro de 1994. Duzentos e 35 episódios depois, o dilema continua o mesmo: Ross vai ficar com Rachel?

No final de "Friends", exibido hoje nos EUA com maratona de aquecimento de uma hora com cenas "clássicas" do melhor da década, essa deve ser a principal surpresa, bem como uma possível reviravolta na vida de uma recém-casada e materialista Phoebe.

A emissora NBC espera atrair 50 milhões de espectadores --bem menos que o fim de "Seinfeld" (98), visto por 76 milhões, e bem mais que "Sex and the City", em fevereiro, por 4,5 milhões.

Exibida pelo canal pago Warner, no Brasil a série também está na última temporada, mas no oitavo (o nono tem exibição na próxima terça, às 20h), de um total de 18 episódios. Isso porque a Warner parou de mostrar novas cenas em 16 de dezembro e só saiu das reprises anteontem. Assim, no país, "Friends" deve acabar após dois meses da exibição nos EUA, no dia 6 de julho.

Filmado sem auditório para manter o suspense, o último capítulo promete separar o sexteto de amigos, que já não moram mais juntos. De longa data casados e recém-descobertos inférteis, Monica e Chandler se mudaram para o subúrbio enquanto tentam adotar um filho. Na próxima terça, os brasileiros assistem a uma viagem deles até Ohio para encontrar uma mãe biológica em potencial --o nascimento desse bebê deve ser um dos pontos mais lacrimejantes da história do casal.

Já o eterno apaixonado Ross tenta fazer Rachel desistir de um trabalho em Paris, enquanto ela, aos poucos, se despede dos amigos. Phoebe planeja seu casamento com o antigo namorado Mike e passa a se interessar por dinheiro.

Joey supera sua queda por Rachel e vai tentar a sorte como ator em Hollywood. O que é o enredo de "Joey", sucessor de "Friends" planejado pela produtora NBC e pela Warner, em que o protagonista divide a cena com sua irmã cabeleireira (Drea de Matteo). O primeiro show terá direção de Kevin Bright e David Schwimmer.

A série --que com certeza terá menos gastos com o salário do elenco de apoio, formado por atores desconhecidos-- promete participações especiais dos "velhos amigos" durante as temporadas, no velho estilo criado por "Frasier", cujo protagonista derivou de "Cheers" e obteve seus mais altos índices de audiência durante as visitas do personagem de Sam Malone ao antigo colega.

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

04/07/2004: Ringtones tiram gravadoras do abismo

Se o telefone é bom para Syang, é bom também para a indústria da música. Desnorteado com o crescimento do comércio pirata e ainda combalido pelos efeitos dos programas de troca de arquivos de MP3, o mundo fonográfico enxerga a saída do buraco nos toques de celulares, os ringtones.

Nenhum outro setor que envolve música se desenvolveu tanto e tão rápido quanto esse. Em 2003, o mercado de ringtones faturou US$ 3,5 bilhões no planeta -esse número chegará a US$ 4,5 bi neste ano, segundo estimativa do instituto americano Juniper Research Mobile Music and Ringtones.

A Folha ouviu executivos de telefonia, gente ligada à indústria fonográfica no Brasil e no exterior e até o finlandês que "inventou" os ringtones sobre esse fenômeno que está mudando os hábitos de entretenimento dos (principalmente, mas não só) adolescentes.

"É impossível quantificar o quanto esse mercado está crescendo, mas definitivamente podemos dizer que está crescendo muito rápido", diz Matt Phillips, diretor da British Phonography Industry, o órgão que regula a indústria fonográfica no Reino Unido. Na Inglaterra e na Alemanha, a venda de toques personalizados de celulares já é maior do que a de CDs singles.

No Brasil, a situação não é muito diferente. Há aqui 51 milhões de celulares (no mundo são 1,5 bi). No ano passado, foram comercializados no país cerca de 22 milhões de ringtones, e a previsão para 2004 é que chegue a 70 milhões. A gravadora Universal criou uma gerência especial para celulares. A Trama, por sua vez, está renegociando contratos com artistas, pois atualmente eles não prevêem esse tipo de negócio.

"O que acontece é que a indústria fonográfica percebeu que trabalha com música, e não com suporte, com o CD", diz André Szajman, presidente da Trama. "O mercado de ringtones é o que mais cresce mesmo. O potencial de mercado é absurdo, pois o "custo" você teve ao produzir o disco do artista. O que vem com o ringtone é apenas lucro."

Com todos esses números e informações, veio também a pergunta: por que alguém se dispõe a pagar para colocar a melodia de uma música como toque de seu celular, mas deixa de comprar, por preço semelhante, um CD single (os ringtones chegam a custar de US$ 1 a US$ 4, nos EUA, e de R$ 2 a R$ 4 no Brasil)?

"Por alguns motivos", explica Marcia Elena Almeida, da Universal. "O celular está com o consumidor 24 horas por dia, ao alcance da mão; o celular é um item de diferenciação e integração social; o usuário compra ringtones não só para ele ouvir, mas também para outros ouvirem; o celular deixou de ser um aparelho de comunicação para se transformar quase num vício entre os adolescentes; a curiosidade inata do ser humano para tudo o que é novidade."

A maioria dos celulares no Brasil está habilitada a comportar um ringtone em qualquer um de seus três tipos: monofônico (que toca apenas um timbre); polifônico (que pode tocar até 32 timbres); ou o chamado truetone (a reprodução original de uma música).

Pode-se adquirir um desses toques através da operadora do celular ou de empresas fornecedoras de ringtones. "Alguns artistas chegam a disponibilizar um ringtone antes mesmo de lançar o disco", afirma André Mafra, gerente de conteúdo da Vivo. "É muito simples de comprar e é muito simples de oferecer. Alguém que não sabe mexer direito no telefone consegue baixar um ringtone", diz Andrea Ortenzi, gerente de ofertas de serviços da Tim.

Como são produzidos a partir da melodia de uma canção, os toques monofônicos e polifônicos geram pagamento de direitos apenas ao compositor da música (ou à editora que detém o direito). Já os truetones aumentam a receita também das gravadoras, pois utilizam o fonograma original.

"Estamos há quatro meses negociando valores com as operadoras", disse Glória Braga, superintendente do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). "A previsão é que a arrecadação com ringtones seja metade da conseguida com as TVs abertas e as rádios."

O computador no celular

A oferta de ringtones cresce exponencialmente, motivada pelo hábito compulsivo dos usuários de celulares. "Este é um mercado que dificilmente terá esgotamento. Pessoas entre 12 e 28 anos geralmente pegam dez ringtones nos primeiros dois meses após a compra do celular. Depois disso, a média fica entre um e três ringtones por mês", afirma Ralph Simon, diretor para as Américas da Mobile Entertainment Forum (www.mobileentertainmentfo rum.org), associação internacional responsável pela criação da parada de ringtones na Inglaterra.

Nos EUA, teme-se até o aparecimento de um "Napster dos ringtones". A empresa Xingtone (www.xingtones.com) oferece tecnologia para "transportar" os arquivos musicais de um computador para o celular por US$ 15 dólares; foi motivo de extensa reportagem do "New York Times".

Já a revista "Business Week" chama a atenção para o que acontece na Coréia do Sul, país que está tecnologicamente, segundo Ralph Simon, "três anos na frente dos EUA". Lá já existem desde o ano passado os chamados "ringbacks": ao ligar para uma pessoa que tem esse serviço, ouve-se uma canção em vez do toque de chamada "normal". Em bem pouco tempo, o telefone celular será um novo iPod.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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01/07/2006: Roberto Carlos ajeita meia na hora do gol, e Pelé 'cutuca'

Um detalhe quase passou despercebido no momento em que Thierry Henry apareceu sozinho pelo lado direita da área brasileira para fuzilar o gol de Dida, aos 12min do segundo tempo da partida em que a França despachou o Brasil da Copa do Mundo da Alemanha. Um dos responsáveis pela marcação do atacante, o lateral Roberto Carlos não seguiu seu adversário porque ajeitava a sua meia.

Agachado, Roberto Carlos apenas viu cinco franceses levando vantagem sobre outros três brasileiros. Henry surgiu pelo bico da pequena área sem ser perturbado e apenas escorou por cima do goleiro Dida.

Um dos porta-vozes do atual elenco da seleção brasileira, Roberto Carlos se destacou na campanha da equipe na Alemanha como uma espécie de crítico oficial de Pelé, tricampeão do mundo com o Brasil que deu declarações que questionavam o poderio da equipe dirigida por Carlos Alberto Parreira. O lateral chegou a pedir que o ex-jogador ficasse "quietinho".

Pelé, porém, não esperou nem 15 minutos após o fim da partida em Frankfurt para, discretamente, criticar Roberto Carlos e outros jogadores da seleção, sem citar os nomes. "Esses erros não podem ser cometidos. Não sei o que os jogadores tinham na cabeça. O jogo era muito importante para que houvesse três jogadores sem fazer nada",

O erro do lateral-esquerdo não foi o primeiro durante a edição de 2006 do Mundial. Logo na estreia da seleção brasileira, Roberto Carlos chegou a ameaçar a vitória do Brasil contra a Croácia ao tentar um passe, aos 14min do segundo tempo, que foi parar nos pés do atacante adversário, desarmado providencialmente pelo zagueiro Lúcio.

Integrante do elenco pentacampeão em 2002, Roberto Carlos volta a ser alvo de críticas, assim como aconteceu em 1998, quando falhou no jogo contra a Dinamarca, quando caiu de costas ao tentar uma bicicleta e ver de perto o gol de Laudrup que chegou a ameaçar a classificação da equipe às semifinais.

Já na partida decisiva, contra a mesma França deste sábado, Roberto Carlos cedeu o empate que gerou um dos gols de Zidane, que cabeceou enquanto o lateral estava protegendo o poste direito do então goleiro Taffarel.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

17/07/2006: "Páginas da Vida" se iguala ao Ratinho com vídeo do orgasmo

"Páginas da Vida" se igualou ao programa do Ratinho ao mostrar uma senhora de 68 anos, falando, com seu linguajar simples, sobre o primeiro orgasmo. Pior foi a retórica da Globo, admitindo que "houve excesso" e que submeterá os depoimentos a sua área de controle de qualidade. Ainda existe esse departamento?

A emissora vende a idéia de que a exibição do depoimento no horário nobre foi uma exceção, acidental, que fugiu ao seu "controle de qualidade". Só os ingênuos acreditam nesse discurso. Quem colocou no ar sabia muito bem o efeito desejado. Não seria surpresa nenhuma que se descobrisse que se recebe cachê para dar esse tipo de depoimento.

Lembre-se que a novela começou com ibope baixo. A preocupação da Globo com o texto de "Páginas da Vida" também é tardia. Na quinta-feira, já houve o caso do strip-tease de Ana Paula Arósio com sua personagem implorando ao marido ("Quero uma, duas, três vezes. Vem dormir dentro"). O ibope subiu. Isso é que interessa, na visão dos executivos da emissora.

As chamadas "Senhoras de Santana" podem espernear com a sexualidade desenfreada na TV. Para o Ministério da Justiça, a partir das 21h, lugar de criança é na cama. A novela é recomendada para maiores de 14 anos, grupo capaz de achar qualquer assunto, como sexo, na internet.

Ou seja, a Globo poderá apimentar a novela, sem risco de ser incomodada pelo governo. O telespectador mais conservador vai chiar, mas não deve parar de ver a novela. Afinal, é preciso patrulhar a trama. Vinga a idéia do "fale mal, mas fale de mim". A celeuma ajuda a levantar o ibope.

Para manter vivo o interesse por "Páginas da Vida", principalmente neste início, quando alguns ainda estão de ressaca com o fim de "Belíssima", a novela de Manoel Carlos precisa criar factóides, atraindo a atenção da mídia e, por conseqüência, dos telespectadores.

Primeiro, foi a cena do arrastão no Rio. Depois, o strip-tease da personagem Olívia. Agora, a idosa da "calcinha babada" por "gozar", sozinha, após ouvir uma canção de Roberto Carlos. Ninguém será demitido por isso, mas, bingo, quem não sintonizava a novela poderá sentir curiosidade.

Hoje, o pior da linguagem coloquial invade todos os canais, como SBT e Rede TV!. Até a Record, a chamada TV da Igreja Universal, apela no palavreado e nas imagens sensuais. Sob a desculpa de ser uma obra de realismo, "Páginas da Vida" vai continuar "aloprando" no português e na exploração do corpo.

Claro que soa preconceito social condenar uma "senhora do povo", como a do depoimento do orgasmo, por usar expressões de seu mundo para relatar uma experiência sexual. O público mais recatado odeia termos chulos. A elite até abre licenças "poéticas" para o baixo calão: se fosse filme de Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar, tudo bem. Mas novela, não.

"Páginas da Vida" não é uma obra de Nelson Rodrigues (1912-1980), embora Manoel Carlos o imite com o estilo "a vida como ela é". No fim, a novela será julgada pela receita publicitária que gerou. É o que importa para a Globo. Cabe ao público decidir se quer fazer parte desse jogo.


Crítica republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.
 

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31/12/2006: "Fazer a Cicarelli" e "elite branca" estão entre gírias de 2006

"Nunca antes neste país" se ouviu falar tanto em "desligar o transponder" e "destravar o Brasil". O ano termina recheado de expressões e palavras criadas, reveladas ou recicladas no calor dos acontecimentos, mas que, em muitos casos, parecem ter vindo para ficar.

É o caso --quase imbatível-- de "elite branca", achado do governador Cláudio Lembo (PFL-SP). A expressão, que sintetiza um aspecto do conflito social no Brasil, surpreendeu por partir de um pefelista do qual se imaginava uma versão light do Picolé de Chuchu.

Algo, afinal, tinha que crescer --ainda que fosse o léxico--, em um ano de novas perdas para a classe média (veja verbete "Isso não te pertence mais") e de crescimento medíocre do PIB (veja "destravar o Brasil").

Outras expressões resumem momentos importantes do ano, mesmo aqueles que seriam melhor esquecer. Encaixam-se aí o "quadrado mágico", da seleção, e "desligar o transponder", que na sua acepção estrita contribuiu para o pior desastre aéreo da história do país.

Essa última é forte candidata a ressurgir no Carnaval de 2007, como sinônimo de "grande lambança" ou "enfiar o pé na jaca". Bebeu todas, saiu destrambelhado atrás do primeiro bloco e cortou as comunicações pelo celular com a patroa? "Desligou o transponder."

Foi pego em flagrante delito contra as sensibilidades mais puritanas em seguida? Dependendo do cenário, podem acusá-lo de "fazer a Cicarelli".

Seja como for, em 2007, "destrave" e dê um "choque de gestão" em sua vida --já que na economia e na política é difícil esperar que essas expressões venham a se tornar realidade.

Confira as expressões e palavras que entraram no vocabulário do brasileiro em 2006:

Aloprado - Todo e qualquer petista que impede a vitória de Lula já no primeiro turno. Se não traz prejuízo eleitoral, passa a ser chamado apenas de "companheiro".

Eu não sabia - Expressão que deve ser usada para tentar convencer a opinião pública de que você não tem nenhum controle sobre o que fazem as pessoas que trabalham para você. Afinal, como é possível saber o que se passa na cabeça de um aloprado.

Sanguessugas - Não se refere a atacantes gordos e fora de forma, mas a uma das máfias montadas para roubar dinheiro da Saúde. Análoga à máfia dos Vampiros ou à dos anões do Orçamento, empreendimentos suprapartidários que fazem da política brasileira um péssimo filme de terror.

Elite branca - Num país em que o líder do principal partido de esquerda diz que a "espécie humana caminha para o centro", não deveria causar espanto o fato de ter vindo de um governador do PFL, Cláudio Lembo (SP), a expressão que sintetizou e tornou consciente o aumento do conflito social e étnico na sociedade.

Destravar o Brasil - Depois de mais um ano em que a economia do país se comportou como a seleção de Carlos Alberto Parreira na Copa de 2006, este é o novo nome da fórmula mágica para o crescimento. Até agora, a comissão técnica de Lula não conseguiu chegar a uma conclusão sobre que esquema adotar. Alguns esperam que Delfim Neto surja como um Dunga da área e "tonifique" o PIB.

Nunca antes neste país - Nunca antes neste país um presidente usou tantas vezes a expressão "nunca antes neste país". É o modo petista de dizer que fez um choque de gestão à frente da Presidência.

Apagão aéreo - Expressão guarda-chuva, abriga as até pouco tempo também pouco conhecidas "transponder", "ponto cego", "controlador de voo" e "plano de voo". Provoca saudade do tempo em que "não decolar" era apenas uma metáfora para descrever o país.

Desligar o transponder - Gíria nova para enfiar o pé na jaca.

RDD e RBD - Não confundir "Regime Disciplinar Diferenciado", rígido sistema penitenciário que causa tanto pânico ao PCC quanto a organização criminosa provocou em São Paulo neste ano, com o grupo "teen" mexicano Rebeldes --embora alguns críticos desejassem aplicar o primeiro ao segundo.

Emo - Novo estilo de música e de comportamento entre os jovens. A atitude é próxima à do presidente Lula nas cerimônias de diplomação para a Presidência da República.

Deixa o homem trabalhar - Parece um lema pós-feminista, mas, como se sabe, é a fórmula que enaltecia o trabalhador Lula na campanha presidencial. Ajudou a destravar a votação.

Você foi mó rata comigo - Aos 64, Caetano Veloso, inspirado em seu filho, continua liderando o movimento de emancipação masculina no país.

Eu sou o presidente da minha vida - Exemplo de atitude autoajuda do ano, o concorrente do programa "Aprendiz" encarou corajosamente o topete de Roberto Justus e "demitiu" o chefe. A ideia pode ter servido de inspiração para os controladores de voo --e, segundo petistas, para os "aloprados".

Quadrado mágico - Nunca antes neste país jogadores de futebol se pareceram tanto com deputados federais. Muita atenção às próprias finanças, e pouca ao trabalho que era deles esperado.

Se ela dança, eu danço - Expressão "motivacional" do ano. Roberto Carlos (o cantor) gostou da ideia. Já Roberto Carlos (o lateral) ficou ajeitando o meião.

De onde veio o dinheiro? - Síntese da metafísica eleitoral tucana formulada pelo filósofo Picolé de Xuxu. Entrou para o rol das perguntas sem resposta, como "de onde viemos", "para onde vamos" e "que diabos estamos fazendo aqui".

Isso não te pertence mais - Bordão de "Zorra Total" e das perdas da classe média no governo Lula.

Fazer a Cicarelli - expulsar alguém de festa ou fazer sexo na praia. Fonte de problemas, nos dois casos. A moça devia deixar o pessoal se divertir mais, e vice-versa.


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

15/08/2008: Cielo vence e é o 1º brasileiro campeão olímpico da natação

Quando César Cielo conquistou a medalha de bronze nos 100 m livre, na quarta-feira, e disse que iria trazer também a medalha de ouro, poucos acreditaram no que o nadador falava. Nesta sexta-feira, ele cumpriu a promessa. Com 21s30, a apenas dois centésimos do recorde mundial, o brasileiro quebrou novamente a marca olímpica da prova e conquistou o primeiro ouro do Brasil em Pequim.

"É difícil, os 50 m são sempre difíceis. Com nadadores como esse ao lado nunca se sabe. No fim, tudo deu certo", celebrou o brasileiro.

Com a medalha de ouro dos 50 m livre, conquistada nesta noite (manhã de sábado em Pequim), ele se torna o primeiro brasileiro campeão olímpico da natação. Antes dele, as principais glórias nas piscinas eram de prata, duas com Gustavo Borges (100 m livre em Barcelona-1992 e 200 m livre em Atlanta-1996) e uma com Ricardo Prado (400 m medley em Los Angeles-1984).

Dois franceses completaram o pódio, Amaury Leveaux com 21s45 para levar a prata, e Alain Bernard, atual campeão olímpico dos 100 m livre, bronze com 21s49.

"Eu estava nervoso antes. Todos que entraram na final, qualquer um podia vencer. Fiquei focado na minha raia, fui buscar meu melhor. Não olhei em volta. E foi meu dia de sorte, meu melhor foi suficiente", comentou o brasileiro.

Nas eliminatórias para a prova, Cielo já dava sinais de que poderia surpreender. No primeiro dia em que caiu na água para nadar a distância, ele quebrou o recorde olímpico, com 21s47 - a marca foi quebrada logo na seqüência por Leveaux, com 21s46.

Nas semifinais, ele voltou a abaixar o melhor tempo já nadado em edições olímpicas. Com 21s34, o paulista foi para a final com o melhor tempo entre os oito classificados.

O medalhista de ouro em Pequim disse que, aos poucos, foi ganhando a certeza de que tinha chances reais de brigar por medalha. "[A crença no ouro] Começou ontem depois da semifinal, quando nadei abaixo do recorde olímpico e senti que podia nadar um pouquinho mais abaixo ainda. Fiquei o dia inteiro pensando nessa prova, mas alguma coisa me ajudou a dormir. Consegui dormir, mesmo nervoso".

Nada mal para o garoto de Santa Bárbara d'Oeste que tentou, antes da natação, ser judoca ou jogador de vôlei. "O problema do judô é que eu era muito mais alto que os meninos da minha idade, então me colocavam pra lutar com os mais velhos e eu levava muita porrada". O vôlei foi uma escolha do pai, também César. Quem definiu a carreira do nadador, porém, foi a mãe, Flávia, que o levou para o Pinheiros em 2003.

Em São Paulo, ele passou a treinar com o nadador que, anos mais tarde, superaria: Gustavo Borges. "Fiquei quase dois anos treinando com ele e aprendi muita coisa. O Gustavo é muito atencioso e perfeccionista, e me ajudou a melhorar minha técnica", conta. Foi o veterano que levou o jovem nadador para Auburn, a universidade em que se consagrou como um dos maiores velocistas do circuito universitário norte-americano.

E foi de Auburn que veio outra peça chave na conquista: o australiano Brett Hawke. Técnico na universidade, ele se integrou à comissão técnica da equipe brasileira à pedido de Cielo, para manter o programa de treinos tão vitorioso que o brasileiro fazia nos EUA. Ex-nadador olímpico, Hawke foi sexto em Atenas-2004.

"O que eu sempre digo a ele é que a melhor fase da minha carreira veio quando eu menos pensava nos meus adversários", lembra o técnico. Nos 100 m livre, em que nadou na raia oito, o conselho funcionou para o bronze. Nos 50 m livre, foi ainda mais longe: valeu ouro.


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

26/09/2008: Vale ter um iPhone no Brasil?

Tá aí uma pergunta difícil de se responder de supetão. Primeiro, o iPhone tem um apelo semelhante —ou até maior— que os celulares mais pops do Brasil. E não estou falando dos smartphones, que talvez seja a categoria em que se encaixe melhor o telefone da Apple.

Se comparado a um telefone comum, o iPhone facilmente ganha, mas é superado em um ou outro quesito (como a câmera). Já comparado aos smartphones, o iPhone pode ter uns tropeços, umas medalhas de prata e olhe lá.

Então, para tentar responder à pergunta, é mais fácil considerar o iPhone como um telefone comum. Aí vem o próximo dilema: o iPhone trabalha com uma coisa ainda não muito difundida no público geral brasileiro: usar a Internet no celular.

No Japão, por exemplo, um país sob um emaranhado de linhas de trem e estações em tudo quanto é canto, o pessoal costuma utilizar a Internet do celular para checar caminhos e horários. O e-mail de celular é tão pop quanto o SMS e todo site que se preze tem uma versão mobile, mais leve e otimizada para as telinhas.

E convenhamos, Internet à mão a qualquer hora e lugar é uma frescurinha que faz brilhar os olhos de qualquer geek viciado em Web —a não ser que você seja um homem/mulher de negócios ou algo que o valha, porque aí é crucial mesmo.

Poder postar no Twitter que você está preso no transito, bater papo no MSN da fila do banco, checar e-mails na empresa que bloqueia seu e-mail pessoal, ler feeds sentado no ônibus. É genial. Ainda mais com um GPS que mostra onde você deve ir e YouTube para mostrar na mesa do bar aquele vídeo que deixou você rindo por horas.

Se você se entusiasmou só de ler isso, dá para considerar em comprar um iPhone. Mas para dizer se a coisa é boa ou não, alguns detalhes importantes precisam vir à tona.

Exemplo maior: o preço do acesso 3G ilimitado. Em alguns países, pagar todo mês o plano de Internet praticamente duplica o preço do aparelho em apenas alguns meses. Planos de banda limitada, ou seja, ter um limite da quantidade de dados recebidos, só enganam. É fácil acabar usando mais que a conta e chegar no preço do ilimitado.

O iPhone vai valer a pena se for disponibilizado por várias empresas e, ainda mais com essa história de mobilidade de número, fazer a concorrência derrubar o preço.

Para o usuário comum, que recebe e faz ligações, manda SMS, não vale a pena. Escolher o iPhone seria um luxo, um fetiche.

Ter um telefone da Apple, com iPod acoplado, GPS e Internet em qualquer lugar é mais um capricho do que útil. É bonito, é de grife, é legal mostrar pros outros o deslizar de capas no iPod ou dar zoom naquela tela grandona com o toque dos dedos.

Para os viciados em Internet é um must-have. Para quem nem está aí se tem e-mail novo ou não ficaria feliz de poder postar no próprio blog quando estiver em uma festa sem-graça, talvez o que complique seja o custo-benefício.

Para os serviços básicos com que todo mundo está acostumado, vale mais a pena um celular mais convencional.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL

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29/10/2009: Orkut muda para ficar mais parecido com Facebook

O Orkut, rede social do Google e a maior no país, apresentou mudanças em sua interface em coletiva nesta quinta-feira (29). Cores personalizadas, nova divisão em abas de perfil, recados, fotos, vídeos e espaço para bate papo na própria janela estão entre as novidades.

Mas não adianta correr para acessar sua página, a migração será realizada por meio de convites em um primeiro momento. Danilo Miedi, personagem criado pelo Google para "vazar" intencionalmente o novo layout, irá distribuir os convites para seus "amigos". Cada usuário ganhará então dez convites para enviar aos seus contatos e, periodicamente, o Orkut irá liberar mais convites.

Além dele, colaboradores do próprio Google também farão convites para seus contatos para a nova interface. Só na metade de 2010 é que todos os internautas deverão ter acesso às alterações.

Uma das principais apostas do Google é dar destaque para as atualizações de amigos, um dos pontos principais do Facebook segundo seu criador, Mark Zuckerberg. Vale lembrar que o Facebook é a rede que mais cresce no Brasil hoje.

Uma área batizada de "O que há de novo", localizada na sua página principal, agregará todas as informações de solicitação de amizades, novos depoimentos, aniversários e comunidade.

Assim como no Facebook, o Orkut passa a sugerir amigos, baseado nas conexões entre os contatos. "A ideia é aproximar o usuário dos amigos com quem ele realmente quer manter contato, estar próximo. Sabemos que existem perfis lotados ou com um número grande de contatos, exatamente por isso esperamos que essa ferramenta ajude nossos usuários", explicou Eduardo Thuler, gerente de produto do Google.

De acordo com o Google, a nova interface do site trará fotos maiores e atividades favoritas no topo da página. Múltiplas fotos poderão ser carregadas de uma só vez da pasta raiz do computador e, enquanto elas aparecem na página, já será possível escrever as legendas. Com isso, os desenvolvedores esperam agilizar e facilitar a execução das tarefas mais realizadas pelos usuários, que chegam a carregar 30 milhões de fotos diariamente no Orkut.

Também como no Facebook, o Orkut traz a possibilidade de amigos comentarem o seu status ou um link de foto e vídeo direto, sem precisar acessar perfil ou página.

Jogos interativos

Victor Ribeiro, diretor de produto do Google na América Latina, afirma que já está disponível uma nova API, chamada Podium, que permitirá o desenvolvimento de jogos interativos, como xadrez, forca, batalha naval, entre outros.

A área de aplicativos é um dos grandes motes, segundo Ribeiro. "Já temos apps que chegaram a 1 milhão de instalações. É por meio delas que o usuário pode expressar melhor sua personalidade e estar próximo dos seus amigos, por isso demos na nova interface uma área destacada para elas. O usuário pode determinar que a página principal do perfil já abra, tanto para ele como para contatos, em determinado aplicativo, como o Buddy Poke, por exemplo".

Bate-papo por vídeo

Uma das grandes novidades do site é o bate-papo por vídeo. O programa já carregava o bate-papo do Gtalk dentro do Orkut. Agora, será possível conversar com todos os amigos usando uma webcam ou usando apenas o recurso de áudio.

Além do vídeo, outro recurso promete aumentar a viralidade da rede social. Com o Promova, usuários farão a propaganda em posts do que quiserem para seus amigos, seja um vídeo, piada ou até mesmo um produto. Se o amigo gostar do que foi promovido, poderá enviar a "promoção" para seus contatos e eles, por sua vez, também poderão fazer a divulgação.

Há duas semanas as novidades "vazaram" na página do Chrome, navegador do Google, no Brasil dando início à campanha do novo Orkut. O evento não passou de uma ação de marketing do próprio Google para promover a nova interface.

O Orkut conta com 26 milhões de usuários no Brasil, dos cerca de 80 milhões em todo mundo, e representa 96% do tempo gasto pelo brasileiro em redes sociais e tem 62% de todos os usuários.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL

Fabio Braga/Folhapress Fabio Braga/Folhapress

09/11/2009: Após repercussão negativa, Uniban recua e não expulsa aluna

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (9), a assessoria de imprensa da Uniban (Universidade Bandeirante) informa que, após analisar o caso, o reitor da universidade revogou a decisão do Conselho Universitário, que resolveu no último dia 6 expulsar a aluna do curso de turismo Geisy Arruda, acusada de vestir trajes inapropriados e a se insinuar para colegas no dia 22 de outubro, no campus de São Bernardo do Campo, quando foi hostilizada por outros alunos, que filmaram o episódio e o publicaram na internet.

A nota divulgada não traz mais detalhes do recuo, feito logo após a repercussão negativa da notícia de que a estudante não poderia mais continuar seus estudos na entidade de ensino superior.

Segundo notificação anterior da Uniban, publicada em jornais de São Paulo no domingo (8), a decisão de expulsar Geisy foi tomada após uma sindicância interna, que atribuiu a culpa pelo tumulto às atitudes da estudante, que teria desfilado pelos corredores, tirado fotos e passeado pelas salas de aula com um vestido provocante.

O Ministério da Educação (MEC), que divulgou hoje um documento onde exigia que a universidade se manifestasse sobre a expulsão em dez dias, disse que ainda não recebeu oficialmente nenhuma informação sobre o recuo da Uniban.

Leia a íntegra do anúncio da universidade:

O reitor da Universidade Bandeirante - UNIBAN BRASIL, de acordo com o artigo 17, inciso IX e XI, de seu Regimento Interno, revoga a decisão do Conselho Universitário (CONSU) proferida no último dia 6 sobre o episódio do dia 22 de outubro, em seu campus em São Bernardo do Campo. Com isso, o reitor dará melhor encaminhamento à decisão.

Estudantes protestam

Durante uma manifestação de apoio a Geisy organizado por entidades na porta da universidade nesta noite, os estudantes protestaram ao receber a notícia de que a expulsão fora revogada.

"Ela vai voltar, mas não vai aguentar, o pessoal vai continuar hostilizando", disse o aluno do curso de engenharia mecatrônica Pedro Fantuzzi. Seu colega Carlos Eduardo Silva completou: "Houve exagero das duas partes, mas ela está saindo como vítima. Ela não é vítima, é reincidente".

Advogado ainda não foi notificado Ainda nesta segunda-feira, antes da notícia da desistência da Uniban em expulsar Geisy, o advogado da estudante, Nehemias Melo, convocou uma coletiva em que avisou que deveria ir à Justiça para que a cliente tivesse o direito de terminar o semestre letivo na Uniban.

Na ocasião, o advogado afirmou que deveria ir ao Fórum de São Bernado do Campo para entrar com uma medida cautelar para que Geisy possa retornar à faculdade. Ele também alegou que deveria pedir a retirada os vídeos postados na internet com as imagens do dia em que ela foi agredida.

Segundo o advogado, um inquérito foi aberto na delegacia da Mulher em São Bernardo do Campo para apurar o caso. Ainda nesta segunda-feira, Nehemias foi à Assembleia Legislativa pedir aos deputados que façam um requerimento para intimar o reitor da Uniban a dar explicações sobre o caso. "Nós não imaginávamos que eles fossem capazes de adotar uma medida como essa [expulsar a jovem]. Isso nos deixou perplexos", afirmou.

Geisy também participou da coletiva. Passou boa parte do tempo de cabeça baixa e chegou a se emocionar em alguns momentos. Ela respondeu a todas as perguntas feitas pelos jornalistas e disse que a única coisa que ela quer é terminar o ano letivo.

Procurado para comentar a nova decisão da Uniban, Nehemias afirmou nesta tarde que ainda não foi notificado sobre a questão e que, portanto, segue com os encaminhamentos previstos anteriormente.

Inquéritos

Antes da Uniban recuar em sua decisão, o Ministério Público Federal em São Paulo divulgou que instaurou um inquérito civil público para apurar as circunstâncias da sindicância que resultou na expulsão de Geisy. T

ambém a Polícia Civil abriu na tarde desta segunda-feira um inquérito para investigar as ofensas sofridas pela estudante do curso de turismo.

O caso teve grande repercussão, inclusive internacional, recebendo destaque nos jornais "The New York Times" e "The Guardian".


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

25/08/2012: Turistas fazem fila para ver quadro "restaurado" em Borja

Milhares de pessoas participaram neste sábado (25) da romaria ao santuário espanhol de Nossa Senhora da Misericórdia em Borja e dezenas precisaram fazer fila em sua igreja para fotografar a pintura do Ecce Homo "restaurado", que já deu a volta ao mundo pela internet.

No santuário havia uma expectativa geral sem dúvida maior que a de outros anos, pela presença de inúmeros veículos de comunicação, alguns estrangeiros, mas também de muitos curiosos que quiseram imortalizar sua imagem com a que já é conhecida como "a pior restauração da história".

Os moradores da cidade de Borja manifestaram seu "mais absoluto apoio" à autora da "restauração", Cecilia Giménez, uma idosa de 81 anos que todos têm como "pessoa muito boa" que fez a intervenção na pintura "com a melhor intenção do mundo".

De fato, algumas mulheres deixaram claro que, para elas, o que menos importa é o que vai ser feito com o "Ecce Homo" pintado em um dos muros da igreja no início do século 19 pelo artista Elías García Martínez, porque o importante é o estado de Cecilia, uma mulher de vida difícil e que nos últimos dias se viu atormentada pela repercussão de seu erro involuntário, que deu margem a todo tipo de piada.

A expectativa provocada foi tanta, que a Prefeitura de Borja contratou hoje um guarda especialmente para vigiar a pintura e colocou uma corda a um metro e meio da obra, para proteger seu estado e evitar que os curiosos se aproximem demais, como se se tratasse da "Mona Lisa", de Da Vinci, ou de "A Maja Nua", de Goya. O prefeito de Borja, Francisco Miguel Arilla, explicou à imprensa que desde quinta-feira muita gente está visitando o santuário, inclusive estrangeiros que vão até a cidade para ver o que uma idosa fez "com todo o carinho do mundo" em "uma obra pequena e sem valor, que não está nem catalogada".

"Não chegamos a entender o que pode ter acontecido", reconheceu Arilla. "Trata-se de um acidente que ocorreu com uma obra" da igreja, insistiu o prefeito, que quis manifestar que na prefeitura são "muito escrupulosos" com o patrimônio municipal e inclusive têm uma equipe de restauradores que os assessora.

Esse grupo é o que na próxima segunda-feira estudará o estado no qual se encontra o "Ecce Homo" e as possíveis soluções, uma reunião que já gerou interesse entre dezenas de veículos da imprensa, nacionais e internacionais, que informaram ao prefeito sua intenção de ir até o santuário para cobrir a história.

Em meio a toda a confusão que se formou, com Borja na mira do mundo, os moradores viveram hoje um dia de festa, com a dança tradicional como protagonista e comidas típicas que os grupos de amigos preparam.

Sem dúvida, a restauração da pintura e Cecilia foram os principais assuntos, e embora em alguns casos jornalistas criticassem a proporção que o incidente ganhou, em outros se comentava sobre a publicidade que a cidade ganhou de forma gratuita.

Cecilia conseguiu algo inédito, que nem o turismo, nem os encontros dos melhores corais do mundo em novembro, nem a restauração da Colegiata, um famoso conjunto arquitetônico histórico, conseguiu.

"Ninguém jamais fez com que a cidade de Borja fosse capa nos jornais de todo o mundo", lembrou uma vizinha. Por isso, os moradores dedicaram um caloroso aplauso a Cecilia, uma pintora apaixonada que, sem dúvida, "se dá melhor com paisagens", reconheceu uma de suas amigas.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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02/11/2012: Fotos de Nana Gouvêa após furacão causam fúria em novaiorquinos

A falta de noção da modelo brasileira Nana Gouvêa em tirar fotos em meio a destroços e em dizer em entrevista que ama furacões causou fúria nos novaiorquinos vítimas do furacão Sandy.

Segundo informações do tabloide londrino "The Sun", milhares de moradores da cidade expressaram sua raiva contra a modelo no Twitter enquanto se espalhavam suas fotos fazendo poses em meio a carros atingidos e ruas interditadas.

O jornal, que faz questão de salientar o fato de que Nana já posou nua para a Playboy, classifica a atitude da modelo como "ultrajante" e "impensada".

Além do "Sun", o site "Gawker" ironizou as fotos da modelo: "Um desastre natural é uma grande oportunidade para sair na rua e experimentar poses, ângulos e roupas que normalmente você não usaria. Este é um momento para introspecção e reexame de sua vida. Também uma ótima oportunidade de se jogar na frente de um carro"


Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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16/02/2013: Dança do Harlem Shake vira mania na internet

A música ''Harlem Shake", do DJ Baauer, pode não ser novidade, mas a coreografia "sexy desengonçada" que está se espalhando pela internet é.  O vídeo do hit hip hop está no YouTube desde agosto de 2012, mas versões alternativas começaram a se espalhar freneticamente na internet no início de fevereiro. A coreografia da dança mostra sempre uma pessoa sozinha e, depois de um tempo, vários outros participantes "invadem" a cena.

Segundo o site "Know Your Meme", que lista as "modinhas" da internet, essa coreografia padrão surgiu após um blogueiro publicar no último dia 30 de janeiro um vídeo no YouTube em que quatro pessoas com fantasias de látex aparecem dançando ao som de "Harlem Shake". A partir daí, várias paródias foram feitas e, até o dia 10 de fevereiro, aponta o "Know Your Meme", já existiam mais de 4.000 vídeos com o meme do Harlem Shake.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original e paródias aqui.

L'Osservatore Romano/AP L'Osservatore Romano/AP

19/11/2013: Selfie é escolhida palavra do ano pelo dicionário Oxford

A palavra "selfie", que designa fotos que pessoas tiram delas mesmas com celulares ou webcam, foi escolhida como a palavra do ano de 2013 do idioma inglês pelo dicionário Oxford.

Os editores do dicionário afirmam que a palavra evoluiu do uso restrito a um nicho nas mídias sociais para um termo usado corriqueiramente por pessoas no mundo inteiro.

Ainda de acordo com os editores, as pesquisas apontam que a frequência do uso da palavra no idioma inglês aumentou 17.000% em 2013.

A palavra foi incluída na versão online do dicionário inglês em agosto, mas ainda está sendo considerada para uso na versão em papel.

Outras palavras e expressões concorreram ao posto de palavra de 2013, entre elas "twerk", a polêmica coreografia popularizada pela cantora americana Miley Cirus, e "binge-watch", que significa passar muito tempo assistindo televisão.

"Schmeat", que significa carne produzida artificialmente a partir de tecido biológico, também entrou na lista de concorrentes deste ano.

Segundo o dicionário Oxford, a tradicional escolha celebra a criatividade dos falantes do inglês quando enfrentam mudanças sociais, políticas ou tecnológicas.

Em 2008, por exemplo, o ano da crise econômica mundial, a expressão do ano foi "credit crunch", ou "crise do crédito".

A palavra "selfie" é definida no dicionário Oxford como "uma fotografia que a pessoa tira dela mesma, tipicamente com um smartphone ou webcam, carregada em um site de mídia social".

Definição

O aumento no uso da palavra foi calculado pelos editores do dicionário usando um programa que coleta mensalmente cerca de 150 milhões de palavras em inglês atualmente em uso na web.

O software é usado para captar o surgimento de novas palavras e monitorar mudanças na geografia, registro e frequência de seu uso.

Segundo o dicionário, o "selfie" pode ser rastreado até o ano de 2002, quando a palavra foi usada em um fórum online australiano.

Um homem postou uma foto de ferimentos em seu rosto, depois de ter tropeçado em um degrau. Ele pediu desculpas pela foto estar fora de foco, dizendo que não era por ele estar bêbado, mas porque se tratava de um "selfie".

Em 2013, a palavra já vinha sendo usada inclusive por falantes de outras línguas, graças à notoriedade de "selfies" de pessoas famosas - como a foto do papa Francisco feita com um grupo de adolescentes, que se tornou viral.

"Os sites de mídias sociais ajudaram a popularizar o termo, com a hashtag #selfie aparecendo no site de compartilhamento de fotos Flickr já em 2004, mas o uso não se espalhou até 2012, quando o selfie estava sendo usado de forma geral em fontes de mídia mais tradicionais", disse Judy Pearsall, diretora editorial do dicionário Oxford.

 

Reportagem republicada para fazer parte do especial de 20 anos do UOL. Veja a publicação original aqui.

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