Por muitos anos, João Lyra foi um símbolo de poder econômico em Alagoas. Dono de cinco usinas (três em Alagoas e duas em Minas Gerais), concessionária, postos de gasolina e até locadora de aviões, Lyra hoje é um senhor afastado da vida pública --e que não concede entrevistas.
Seu histórico passa por denúncia de trabalho escravo e uma tentativa frustrada de ser governador de Alagoas em 2006, na campanha mais cara já vista no Estado. Naquele ano, Lyra teve ao seu lado prefeitos e lideranças políticas que recebiam muito dinheiro pelo apoio. Ele liderou as pesquisas até a semana da eleição, quando foi ultrapassado e perdeu ainda no primeiro turno para o então senador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
Em 2010, foi eleito o deputado federal mais votado do Estado. Sempre adotando a cor laranja (uma marca histórica), foi o mais rico da Câmara naquela legislatura, com patrimônio declarado à época em R$ 240 milhões.
Mas o império ruiu e foi à falência em 2012, após acumular dívidas estimadas em R$ 2 bilhões.
Hoje, um grupo indicado pela Justiça administra a massa falida das empresas. A sede da usina Laginha, em União dos Palmares, está aos pedaços, com maquinário e veículos abandonados.
Logo após as usinas pararem de produzir, os movimentos ocuparam as terras da usina Laginha e da Uruba. Mas um acordo feito com a direção da massa falida no Judiciário fez com que todos saíssem da Uruba e ficassem apenas na Laginha, onde aguardam o acordo definitivo pela posse.
Lyra também enfrenta problemas com a Justiça da Suíça, onde teve contas congeladas recentemente.