Gleyse Kelly da Silva, 28, conta com a ajuda de seu marido e mãe para cuidar de Maria Giovanna, a "Gigi", 3. Mas, o peso ainda é grande, e ela foi obrigada a deixar seu emprego para se dedicar à filha.
Depois que Gigi nasceu, houve muitas consultas com equipes médicas para tentar entender as implicações da Zika. Hoje, essas consultas são menos frequentes, mas os desafios médicos de Gigi ainda são significativos.
"Ela não senta sozinha, não rola, não faz nada só", disse Gleyse.
Gigi precisa de um ortopedista, mas não há médicos suficientes e ela está há muito tempo em listas de espera.
Gleyse sofre levando a cadeira de rodas de sua filha no transporte público. Poucos ônibus têm elevadores que funcionam, e mesmo assim alguns motoristas já se recusaram a ajudá-la.
"As pessoas não respeitam os direitos da minha filha", disse. Outras mães já compartilharam com Gleyse histórias semelhantes, incluindo quando um passageiro se recusou entrar no ônibus com "aquele demônio", em referência a um bebê com microcefalia.
Dificuldades como essa fizeram com que Gleyse criasse a União de Mães de Anjos (UMA), que dá ajuda e apoio logístico a mães de crianças com microcefalia. O grupo agora ajuda mais de 250 famílias em Pernambuco.
Gleyse disse que algumas mães abandonaram seus filhos devido às muitas dificuldades, enviando-os para morar com avós ou outros parentes. Ela está determinada a criar um espaço no mundo para crianças como Gigi. Seu conselho para outras mães é: "Não desista do seu filhos nunca."