No Colorado, a indústria da maconha recreativa não parou de crescer desde 2012. Em 2014, foram arrecadados US$ 67 milhões (cerca de R$ 213 milhões) só em impostos. Em 2017, esse valor saltou para US$ 247 milhões. No mesmo ano, as vendas de maconha chegaram a US$ 1 bilhão apenas nos oito primeiros meses. Nos último quatro anos, o Estado arrecadou meio bilhão de dólares (cerca de R$ 1,6 bilhão) em impostos.
Com a entrada da Califórnia --Estado mais rico e populoso do país-- neste mercado, a tendência é um crescimento ainda mais agressivo. Por lá, a indústria da maconha movimenta praticamente todos os setores da economia. Da agricultura à metalurgia, das fábricas de embalagem, dos escritórios de advocacia e do turismo ao mercado editorial --não são poucas as opções de publicações voltadas ao tema.
A popularidade da maconha é um incentivo para os investidores. No ano passado, o Estado de Nevada legalizou o uso recreativo da droga. Em menos de uma semana, Las Vegas estava desabastecida. Na Califórnia, onde as lojas medicinais não são uma novidade, formaram-se filas na porta das lojas nos primeiros dias de legalização ampla.
Segundo uma pesquisa da consultoria Arcview, devem ser injetados US$ 5,8 bilhões (cerca de R$ 18,47 bilhões) na economia californiana até 2021 com a novidade. Com números tão grandes, não surpreende que a maconha tenha se tornado negócio de grandes empresas nos EUA.
O mercado local já passou da fase romântica, quando empreendedores pioneiros investem de maneira mambembe em um novo negócio que ainda não "explodiu".
"Um conselho que posso dar para vocês é: não venham para o Colorado, a época dos pequenos já passou", afirmou Andy Willians, dono e diretor-executivo da Medicine Man, a pequenos investidores em uma convenção em 2015. "O segredo é achar um lugar que ainda não foi dominado e está para acontecer e começar antes de todo mundo", diz o empresário. Sua rede de lojas de maconha e fábricas de beneficiamento (quando a planta é processada para venda ou transformada em outros produtos) é uma das maiores dos Estados Unidos.
A GW Pharmaceuticals, maior empresa de maconha dos Estados Unidos, vale pouco mais de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 9,5 bilhões) na bolsa de valores. As principais companhias do ramo possuem ações negociadas e, de acordo com a Arcview, as vendas de maconha nos EUA devem superar os US$ 22 bilhões (R$ 70 bilhões) até 2020.