Um repórter da AFP acompanhou esta expedição, a última do projeto EcoDrones, que monitora as populações de botos da reserva. Duas espécies vivem na região: o boto-cor-de-rosa e o tucuxi (Sotalia fluviatilis).
"Precisamos entender o comportamento e seus hábitos para propor políticas públicas que garantam a preservação dos botos amazônicos", explica Marcelo Oliveira, especialista em conservação do escritório brasileiro da WWF, ONG focada na preservação da natureza.
A expedição busca cruzar dados do avistamento dos botos pelo olho humano e os registros dos drones.
"Temos que pensar [nos drones] como uma ferramenta que vai reduzir custos e o tempo até o resultado da pesquisa", diz a oceanógrafa do Instituto Mamirauá Miriam Marmontel.
Nesta expedição, uma nova tecnologia foi testada para trabalhar noite adentro com câmeras térmicas, que detectam calor. "A tecnologia dessas câmeras permitirá acompanhar os animais num momento que era impossível", diz Marcelo Oliveira.
Parte dos dados será analisada por uma equipe da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, em parceria com a WWF-Brasil. Uma das propostas é trabalhar num algoritmo que consiga analisar e identificar os animais automaticamente. "Assim vamos aprimorar a análise desses dados, automatizando sua execução", explica Oliveira.
"Há várias amazônias dentro do que chamamos de Floresta Amazônica. Será possível com o resultado desse monitoramento compreender como preservar esses animais em cada região. Quais são suas ameaças e como reagir", explica a oceanógrafa Miriam.