Os longos anos de transição

A jornada de um adolescente transgênero em busca de sua identidade de gênero

Támara Lush Da Associated Press, na Flórida
Lynne Sladk/ AP

Theo Ramos aprendeu a se cortar quando estava na quinta série e o seu corpo parecia se rebelar.

Informar-se online foi fácil. Em abundância apareciam as hashtags como "#cicatrizes", "#dor "e "#destruídoemseuinterior".

Nada parecia ter sentido, mas Theo assimilou tudo o que via na internet como se fosse uma religião. A única coisa que pensava era como a sua aparência exterior-- a de uma menina--não combinava com o que ele sentia. Isso foi há seis anos, quando tinha outro nome e outro gênero.

Até então, Theo sentia que o seu corpo se rebelava de maneira alarmante. Seus seios começaram a crescer e ele teve o seu primeiro período (de menstruação). Ele se sentia masculino, mas todos os meses de cólica lhe mostravam outra realidade.

Ele passou a ser uma menina em guerra com o seu próprio corpo. Não conhecia palavras como transtorno de gênero ou transgênero. Iria aprendê-las mais tarde. Mais para frente vieram também os debates públicos, as discussões sobre banheiros e sobre como ajudar crianças que não se sentem bem nos corpos que possuem.

Aos dez anos, você não deveria estar preocupado com o que você é. Você não deveria ter essas dúvidas existenciais de quinta série. Você só deveria se preocupar em fazer suas lições de casa e com o baile da quinta série".

Theo Ramos

Theo Ramos

Ele sabia que era diferente dos demais colegas de sua classe. Um dia, no banheiro das meninas em sua escola no sul da Flórida, nos EUA, Theo o cortou o próprio braço pela primeira vez, usando um clipe de papel. O braço começou a sangrar e uma professora e uma enfermeira da escola o socorreram.

A mãe de Theo, lori Ramos, recebeu uma chamada do diretor da escola, que lhe disse que o seu filho estava no hospital. A mulher saiu correndo para a sala de emergências. O que aconteceu? Ele caiu no chão, brigou com alguém ou houve um tiroteio?

"O que está acontecendo?", perguntou Ramos aos médicos e ao pessoal da escola.

A resposta recebida a confundiu: Sua filha havia pedido à professora que a chamasse por outro nome e utilizasse outros pronomes. Ela não se sentia normal e queria ser um homem.

Ramos se sentiu desconcertada. Até então não havia visto algum indício de que sua filha tivesse esses pensamentos. E ela conhecia o assunto: Ela é funcionária de uma clínica para pacientes com HIV, e está acostumada a lidar com gays, transgêneros, lésbicas e bissexuais.

Quando ela deu a luz em 2001, na banheira de sua casa, ela estava emocionada. "Tinha meu filho mais velho e agora uma menina. Minha família estava completa", disse ela.

Sua filha era adorada, um raio de sol. Que já não estava cheia de luz.

Theo foi internado a força por 72 horas para que os médicos pudessem verificar se ele poderia causar mais danos a si mesmo ou aos outros. Após os exames, os médicos emitiram o seu diagnóstico: disfunção de gênero, um conflito entre o físico de uma pessoa e o gênero a que ela é atribuida por um lado e o gênero com o qual ela se identifica por outro lado.

Um diagnóstico, no entanto, não resolveu o problema e nem fez com que Theo se sentisse melhor. Quando ele tentou assumir a aparência de um homem, todos notaram na escola. A mãe aceitava a nova identidade e o pai começou a negar o seu filho.

Theo voltou novamente para a internet. Ele começou a fazer cortes em seu quadril e em suas coxas, suas "regiões problemáticas".

Quando via outros meninos na internet, sentia que seus quilos a mais o faziam parecer diferente e que ele não se encaixava nos padrões. Ele parou de comer por uns dias e se forçava a vomitar.

Os cortes e os vômitos não eram tão dolorosos. Em vez disso, eles lhe permitiam aliviar o stress e eram uma forma de através da dor ele manifestar o que sentia por dentro. "Eu sabia que não estava bem, que o corpo não tinha que ser assim".

"Ficar 100% confortável com meu corpo"

Pequenas agressões na escola, deram lugar ao bullying. Outros garotos lhe perguntavam o que havia debaixo de suas calças e se ele tinha um "pênis", que ele poderia mostrar. Theo começou a faltar nas aulas. Um terapeuta o diagnosticou com depressão e transtorno de ansiedade.

Se pudesse virar um homem mediante uma terapia hormonal, pensou ele, isso resolveria todos os seus problemas.

Cada vez que me atribuíam o gênero errado é como se tivessem apertado o meu coração e isso ficava cada vez mais tenso. Nunca me senti bem quando me identificavam como mulher, sempre me sentia incomodado e isso machucava".

Theo Ramos

Theo Ramos

A terapia hormonal para crianças transgêneros é uma prática recente e polêmica. Não foi estudada a fundo. A noção de que uma criança pode se tornar transgênero começou a ser discutida recentemente. Até agora, era algo ocultado e ignorado. Nos EUA, por exemplo, existem cerca de 150 mil adolescentes que se identificam como transgêneros, de acordo com um estudo realizado este ano pelo Instituto Williams da Faculdade de Direito de UCLA. Aproximadamente 1400 adultos americanos se identificam como transgêneros.

Os médicos têm produzido protocolos para crianças e adolescentes. Eles recomendam que algumas crianças com disfunção de gênero suspendam sua puberdade com hormônios bloqueadores até terem certeza de que querem viver com um gênero diferente. Mas a criança não deve ter atingido a puberdade. E era muito tarde quando Theo e seus pais ouviram falar sobre essa opção.

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Theo poderia ter tomado testosterona, mas as sessões rigorosas de terapia foram indicadas primeiro. Isso incomodou Theo: Por que ele não podia se tornar um homem de imediato?

Os especialistas dizem que a impaciência é algo normal. As crianças transgêneros querem iniciar a transição rapidamente e qualquer demora os frustra.

Os médicos dizem que avançar com cautela ao tratar adolescentes transgêneros é vital para o seu bem-estar físico e emocional. E eles ressaltam que se até os 16 anos eles sentem que nasceram com o gênero errado, então esse é um desejo permanente.
 

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Theo insistiu que a testosterona poderia o ajudar a se sentir melhor. "Se eu pudesse iniciar a terapia, saberia que estava caminhando para a pessoa que eu devo ser".

Seus pais, no entanto, temiam os seus efeitos.

Enquanto Theo queria iniciar o tratamento com testosterona, sua ansiedade às vezes fazia com que ele questionasse os seus desejos. Isso passou a ser um tema cotidiano na discussão entre ele e sua mãe.

"Estou nervoso", disse Theo na primavera de 2016. Tinha 14 anos. "O que pode acontecer se eu mudar de ideia?"

"Sim, qual o problema", respondeu sua mãe.

"Eu posso parar tudo", disse Theo.

A mãe sacudiu a cabeça. "Não, as mudanças são permanentes".

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Reconhecer o transgênero é uma viagem para o jovem e sua família

Em maio de 2016, Theo Ramos, que tinha 14 anos, estudava no sétimo ano de uma nova escola. Talvez porque lá havia um atrativo programa de artes, ou porque era um lugar diverso, mas crianças e adultos pareciam aceitar ao menino transgênero muito mais que em seu antigo colégio.

E incluindo mais amigos.

Ele sempre se comportou como um menino, antes mesmo de conhecer a palavra transgênero e se vestia com calças largas e camisolas pretas. Ele gostava de passar o tempo livre com skatistas do seu bairro.

No entanto, Theo estava ciente de que às vezes "se apresentava como uma menina", como quando publicava no Snapchat coroas de flores ou fotos de seu gato, ou quando coloria o seu cabelo com todas as cores do arco-íris. E passava horas assistindo vídeos de maquiagens no YouTube, porque, segundo ele, "você pode ser um menino e gostar de maquiagem".

Naquela época, ele queria começar um tratamento com testosterona para se adaptar plenamente ao seu gênero. Ele perguntou a sua mãe. E cogitava se submeter a uma "cirurgia de torso" ou de resignação de gênero.

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Desde que Lori Ramos descobriu a disfunção de gênero de seu filho Theo, ela esteve a favor de que ele se identificasse com o gênero que mais lhe agradava. Mas tomar hormônios com efeitos potencialmente irreversíveis era outro assunto, que ela queria adiar o máximo possível.

Os especialistas concordam que qualquer transição de um adolescente é difícil e está repleta de indecisões, ansiedade e preocupações, tanto por parte dos jovens, quanto pelos seus pais. Programas de televisão, livros e artigos costumam retratar pessoas que estão muito convencidas de que querem ter outro gênero. Mas a realidade é bem diferente.

Um adolescente transgênero pode se sentir como uma criança por um mês e sem uma identidade concreta em relação ao gênero a seguir. Este é um dos motivos pelos quais se recomenda ir à terapia, para que o jovem e sua família, possam refletir sobre o tema.

Lori tinha dúvidas no início, mas elas não tinham nada a ver com o seu apoio ao gênero de Theo. Ela nunca quis que seu filho se submetesse a transformações permanentes a menos que estivesse completamente seguro de que queria viver para sempre com as características masculinas, como pelos corporais ou uma voz mais grave.

Quais são os efeitos da terapia com testosterona a longo prazo?"

Lori Ramos

Lori Ramos, se perguntava a todo momento

E mais para frente estavam os problemas com o seguro médico. A testosterona podia ser cara e o seguro familiar poderia não cobrir o tratamento. Ao final da sétima série de Theo, Lori havia deixado de trabalhar para dedicar mais tempo a seu filho e às suas necessidades médicas e emocionais. Seu marido --o pai de Theo-- sustentava a família com seu emprego em um departamento de transportes no condado de Miami-Dade.

Ter um filho com um histórico de auto-lesões, e que foi diagnosticado com depressão e disfunção de gênero, não foi fácil. Além disso, Theo teria problemas de tireoide e outras condições médicas. As visitas ao médico e a conselheiros tornaram-se comuns e o jovem faltava na escola. Mas também haviam boas notícias: Ele havia deixado de se cortar e de vomitar e participar do grupo "Rainbow" para adolescentes LGBT melhorou o seu humor.

Eles sabem que estão no corpo errado, diz especialista

As investigações mostraram que as pessoas transgêneros muitas vezes sofrem problemas psicológicos. Não está claro se são causados por fatores externos como a discriminação e assédio, ou por internos, como a disfunção de gênero. Os estudos indicam que a depressão e o pensamento suicida aumentam com a idade.

Lori ficou mais atenta e observava mais de perto seu filho em busca de sinais suicidas ou novos cortes.

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Durante o verão [no hemisfério norte] de 2016, depois de terminar a sétima série, tudo parecia correr bem. Theo jogava videogames, lia, trocava mensagem com seus amigos e pintou o seu quarto, coisas habituais de adolescentes.

Além disso, ele reconheceu sua sexualidade, ou tentou, e entendeu que seu gênero era algo independente de sua condição sexual. Primeiro ele se manifestou como bissexual: "Se te acho esteticamente agradável, provavelmente iria querer ter parte desta estética", ele brincou.

Mas isso não importava para Lori, e de todas as maneiras não o deixava ter encontros.

O tratamento que os demais ofereciam a Theo preocupava Lori. Como ele será visto quando tiver uma relação séria? "Minhas preocupações eram mais globais", disse. "O assédio, a provocação, a crueldade".

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Suas preocupações também se concentravam na escola. Em agosto de 2016, Theo começou a oitava série e já era maior que a maioria que seus colegas de classe --ele havia terminado um curso antes e completou 15 anos dois meses depois.

Passado algum tempo, enfrentou sua mãe enquanto estava lendo na sala de estar.

"Não tenho um gênero definido", disse Theo.

Lori levantou uma sobrancelha, a afirmação não era novidade para ela: "Você acha?"

Talvez ele quisesse esperar até que fosse um adulto para tomar a testosterona, disse o jovem a sua mãe.

Um ano depois, quando Theo e Lori lembravam da história do dia em que ele contou a sua mãe que havia descoberto algo a mais sobre sua identidade de gênero, os dois se mostraram adoravelmente sarcásticos.

"Ela sabe das coisas do modo como as mães sabem de tudo. É onipotente", disse Theo com um meio sorriso. "Me conhece tão bem como eu conheço a mim mesmo".

Mas às vezes parece que Lori não conhecia o seu próprio filho. Muitas das emoções de Theo estão longe de seu alcance, o que fez os anos e os dias serem difíceis e confusos para a família.

Viver com um filho transgênero "é qualquer coisa, menos uma linha reta", disse ela.

Você vai para a frente e para trás, para a esquerda, para a direita e caminha em círculos. É uma viajem de autodescobrimento. Hoje, Theo é muito diferente de como se sentia há um ano. Ou há dois anos. Ou três. Tudo que você pode fazer é apoiar e amar o seu filho. Isso é tudo o que você pode fazer".

Lori Ramos

Lori Ramos

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Passam-se os anos e o jovem ainda segue a sua busca

Seis anos se passaram desde que Theo Ramos cortou o seu braço pela primeira vez em um banheiro de sua escola, seis anos desde que seus pais e amigos descobriram que ele queria ser um homem e não uma menina, seis anos de transição.

E sua mãe, Lori Ramos, 55, sempre esteve ao seu lado.

"Tivemos momentos divertidos, em que ríamos", afirma ela. "Quando se sente bem consigo mesmo, ele é muito comunicativo, quando não tem preocupações e de repente te diz 'mãe, vamos caminhar' e me conta como foi o seu dia, me enchendo de felicidade. Para um menino que não se comunica, que é muito introvertido, isso me deixa feliz".

Theo tem hoje 16 anos. Prefere os pronomes "ele e eles, e às vezes se descreve como um "pequeno príncipe" nas redes sociais. Se sente bem com a fluidez de seu gênero: dependendo do dia ou de seu ânimo, pode se sentir homem ou mulher.

Sentado em seu quarto, Theo abraça um bichinho de pelúcia chamado Strawberry [Morango] e arruma o seu cabelo tingido de azul e rosa ao cantar o tema do filme "Moana" da Disney. Ele disse que o filme o surpreendeu muito, porque normalmente ele não desfruta de coisas de mulheres, mas algo sobre o filme --uma viagem para encontrar a si mesmo-- o tocou por dentro.

"A voz que eu tenho no meu interior canta outra música. O que é que não funciona comigo"

A identidade e os esforços para conhecer a si mesmo contribuem para a depressão, a ansiedade e os problemas que Theo possui.

Eu sou meio homem. Uma pessoa que não se identifica totalmente com um homem. Sou 50% homem. Os outros 50% neutro. Assim é como me identifico".

Theo Ramos

Theo Ramos

"Eu me apresento de maneiras diferentes durante o dia, dependendo do que estou fazendo ou com quem me vejo, mas as minhas emoções sobre o meu gênero são basicamente as mesmas."

Até pouco tempo, as pessoas transgênero viviam nas sombras. As depressões eram muito comuns. Assim como os suicídios.

Até que em 2015, um astro olímpico passou a ser uma mulher trans, Caitlin Jenner. Seguiram-se diversos debates públicos sobre os banheiros que devem usar os trans. Este ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, proibiu transgêneros nas forças armadas, mas um juiz impediu essa ordem de ser colocada em prática.

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A visibilidade e a discussão dos temas relacionados aos transgêneros estão aumentando e alguns dizem que os trans estão hoje sendo mais aceitos do que nunca, mas também admitem que ainda há muito a ser feito.

Theo, no entanto, diz que esse debate não ajuda muito para alguém como ele, com um gênero em estado de fluidez e em processo de transição.

As depressões, a ansiedade, as incertezas, tudo ainda existe, é algo cotidiano. Não há como evitar isso, somente se deve lidar com isso da melhor maneira possível.

Às vezes, Theo não sabe o que fazer com tudo isso.

Deprimido, mas no caminho que deveria seguir

Ele passou vários meses sem se cortar. Mas antes do dia de Ação de Graças de 2016, algo aconteceu. Não foi sua disfunção de gênero, disse ele, mas um evento traumático de um passado distante. E ele teve uma recaída.

Os cortes em seu braço foram tão profundos que precisaram de dezenas de pontos e ele foi internado em um centro de tratamento para pessoas em suas condições, por seis semanas.

Ao sair do centro, ele voltou para a escola, onde estudou arte e se sentiu aceito pela comunidade. Mas em casa teve outra crise: sua família não podia pagar a hipoteca e tinha que se mudar. Era a casa onde Theo viveu a vida toda. A família estava estressada e Theo desejava poder a pagar as dívidas.

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O menino e sua mãe foram a um Starbucks em uma tarde. Quando Lori lhe perguntou o que queria, Theo sacudiu a cabeça. Ele tirou um pedaço de papel do bolso e desenhou algo.

"Isto é como se fosse minha depressão e minha tendência de me machucar", disse ele apontando para dois círculos. "Os dois estão ligados. Eu me machuquei porque estou deprimido e fico deprimido porque me machuquei. É um ciclo vicioso".

Em um segundo ato, Theo desenhou um rosto sorridente no ombro de sua mãe.

"Você me promete que não vai se machucar?", Lori disse a ele.

"Não posso fazer promessas. Você nunca sabe o que vai acontecer", respondeu Theo.

Continuo confusa, diz a mãe

A mãe se alegrava de que Theo não havia iniciado uma terapia hormonal.

"Theo ainda está tentando ver quem ele é e eu não creio que a testosterona teria sido a melhor escolha para ele em um nível emocional", disse ela. "Ele já está brigando muito consigo mesmo. Eu não acho que adicionar lenha ao fogo teria ajudado".

O pai se mostra hoje muito mais tolerante com Theo, em parte porque o menino tenta não falar sobre seu gênero ou sua sexualidade na frente dele.

Lori diz que acredita que a disfunção de gênero de Theo é um dos desencadeantes de sua depressão, mas não a causa real. Hoje, Theo atribui 15% de sua ansiedade e depressão a questões de gênero. Antes era 95%.

Theo Ramos via AP Theo Ramos via AP

No último verão, Theo sofreu outra mudança. Ele foi criado como católico, mas conheceu um coletivo de uma escola muçulmana e começou a investigar o tema.

"Eu não queria seguir sendo um ignorante e comecei a ler", explicou.

Ele acrescentou que encontrou o que buscava e se converteu.

"Há algo no islã que veio até ele", disse Lori. "Ele parece mais contente".

Ele continua usando calças largas e agora ele adicionou um hijab para cobrir os seus cabelos. Reza e faz jejum. Diz, que a longo prazo, ele passará por uma terapia de testosterona, mas que ele provavelmente não passará por uma operação de mudança de gênero.

"Minha fé me ajudou a aliviar a minha ansiedade", disse ele. "Eu sei que Alá me aceita".

Essa é uma das muitas mudanças que Lori aceitou ao passar dos anos.

O que mais posso fazer? Seu filho sofre e não pode ajudá-lo. A única coisa que você pode fazer é amá-lo e apoiá-lo, mesmo sabendo que seu amor não vai resolver as coisas"

Lori Ramos

Lori Ramos

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