Seis anos se passaram desde que Theo Ramos cortou o seu braço pela primeira vez em um banheiro de sua escola, seis anos desde que seus pais e amigos descobriram que ele queria ser um homem e não uma menina, seis anos de transição.
E sua mãe, Lori Ramos, 55, sempre esteve ao seu lado.
"Tivemos momentos divertidos, em que ríamos", afirma ela. "Quando se sente bem consigo mesmo, ele é muito comunicativo, quando não tem preocupações e de repente te diz 'mãe, vamos caminhar' e me conta como foi o seu dia, me enchendo de felicidade. Para um menino que não se comunica, que é muito introvertido, isso me deixa feliz".
Theo tem hoje 16 anos. Prefere os pronomes "ele e eles, e às vezes se descreve como um "pequeno príncipe" nas redes sociais. Se sente bem com a fluidez de seu gênero: dependendo do dia ou de seu ânimo, pode se sentir homem ou mulher.
Sentado em seu quarto, Theo abraça um bichinho de pelúcia chamado Strawberry [Morango] e arruma o seu cabelo tingido de azul e rosa ao cantar o tema do filme "Moana" da Disney. Ele disse que o filme o surpreendeu muito, porque normalmente ele não desfruta de coisas de mulheres, mas algo sobre o filme --uma viagem para encontrar a si mesmo-- o tocou por dentro.
"A voz que eu tenho no meu interior canta outra música. O que é que não funciona comigo"
A identidade e os esforços para conhecer a si mesmo contribuem para a depressão, a ansiedade e os problemas que Theo possui.