A vida sorria para o jovem Magno Alves. Depois de perambular por alguns clubes pequenos, o baiano conseguiu se projetar com a camisa do Criciúma e foi parar num grande do país. Em 1998, chegou ao Fluminense e logo atuou diante de 90 mil pessoas no Maracanã – quase cinco Aporás, pensou. Vestido de tricolor, "Magnata" fez sucesso rapidamente e pôde até comprar uma Mercedes último modelo.
O sucesso no Sudeste fez Magno Alves ser homenageado em sua terra. De férias, foi com três amigos até Esplanada, cidade próxima de Aporá, receber uma placa de reconhecimento. A turma voltou às 4h da manhã, feliz e cansada. Um dos ocupantes do carro era Cristiano, amigo de infância do atacante, parceiro de bolinha de gude (de camiseta azul na foto acima, à direita). Na direção estava a revelação do Flu.
Magno, no volante, observava a floresta de eucaliptos. O cheiro da mata entrava no carro como se a própria noite fosse um presente. Trazia conforto. Conforto e sonolência", descreve a biografia do atacante.
Foi neste cenário que o carro capotou. O automóvel girou no ar, mas acabou caindo em posição normal, com as rodas no asfalto, parando na terra, felizmente antes da queda na encosta. Com pedaços de vidros no rosto, Magno Alves constatou que não tinha nenhum osso quebrado, apesar da dor nas costas. O atacante também percebeu que o amigo Wagner tinha a boca cortada. Atrás, Negreiros estava desmaiado, mas respirando. Mas cadê Cristiano?
Na capotagem, o amigo de infância havia sido projetado para fora do carro. Magno encontrou Cristiano no matagal e escutou ele reclamar de dores na barriga. Os jovens foram levados até Esplanada, mas seu parceiro precisava ser transferido para a capital Salvador. Vinte minutos depois, no entanto, outro colega recebeu um telefonema. Cristiano havia morrido no caminho, com hemorragia interna. Devastado, o atacante do Flu sentou no chão e chorou como um bebê.