CÉU AO INFERNO
Fundada em 1979, a Chute Boxe teve seu primeiro sucesso após ver José "Pelé" Landi derrotar o então favorito Jorge Patino "Macaco" em 1996. Na mesma competição, Wanderlei Silva derrotou Dilson Filho e elevou ainda mais o status de sua academia. O auge, no entanto, veio nos anos 2000, especialmente com o Pride, novamente com Wanderlei Silva e com a então revelação Maurício Shogun.
"O primeiro que afirmou nosso nome foi o Pelé, mas internacionalmente foi o Wanderlei mesmo, na época de Pride. Todo mundo via as nossas lutas e esperava que fossem lutas agressivas. A Chute Boxe sempre entregou isso", recordou Rudimar.
Na mesma época, Anderson Silva ostentava o cinturão do Shooto. A lista de lutadores que chegaram a ser top de linha fica ainda maior com os nomes de Cris Cyborg, Evangelista Cyborg, Nilson de Castro, Murilo Ninja e José Pelé Landy, por exemplo. A profissionalização crescente do esporte, no entanto, fez com que a academia perdesse forças para alguns de seus concorrentes, especialmente após a compra dos principais campeonatos pelo UFC. Treinar nos Estados Unidos também passou a ser mais importante para outros tipos de sparring, como a luta agarrada, por exemplo.
"Muitos atletas começam a conversar com pessoas que nem entendem do esporte, começam querer mudar combinados lá de trás. É assim em qualquer mercado. Sem contar os que querem abrir outras academias. É natural", completou.
Nunca nenhum lutador da Chute Boxe ostentou o cinturão mais importante do mundo do MMA nos dias atuais. O principal ponto do declínio foi a briga entre Rudimar, seu fundador, e Anderson Silva, atleta de maior renome que já esteve naquele grupo.
"Muitos fãs da academia, muita gente do esporte me cobra disso, de lutadores que estão no topo. Mas ninguém conhece a nova geração. Ninguém fala dos que estão por vir. É uma coisa normal, de ciclo, de safra", finalizou.