A Netflix é uma plataforma que forma parceria com produtores e criadores de conteúdo para licenciar direitos de transmissão de diversas séries de TV e filmes. Ou seja, as empresas (às vezes concorrentes) procuram este serviço para levar seus produtos ao grande público. No esporte isso ainda não existe, pelo menos no Brasil.
Quem quer ver o Campeonato Italiano precisa assinar o Serie A Pass ou ter a RAI. O Campeonato Francês é só na TV5 Monde. O Campeonato Espanhol, ao vivo, só no Fox Premium. A Liga dos Campeões no EI Plus e no Facebook, o Brasileirão na Globo, SporTV ou Premiere. São muitos canais, todos pagos, às vezes direcionados aos mesmos fãs de futebol. Que, claro, nem sempre têm recurso financeiro para financiar tantos serviços.
A tendência no futuro é a criação de agregadores de conteúdo para todos os "ETC Plays", conceito criado por Tom Jones Moreira de Assis. "Você precisa dar facilidade ao usuário, e quem mais agregar conteúdos evitará que este usuário saia da plataforma. Esses agregadores, esses pacotões de canais, vão ser a solução para isso. Hoje vivemos em ilhas separadas de conteúdo, mas em breve eles devem se unir." O caminho do futuro está distante. De acordo com Luis Santos, da Fox, a ideia dos canais hoje é adquirir direitos de transmissão e propriedades para diversificar as plataformas.
Houve o lançamento recente do UOL Esporte Clube, por exemplo, que reúne conteúdo em texto da coluna "De Primeira", além de ESPNPlay e EI Plus. Já é um tipo de agregador de conteúdo esportivo que começa a desbravar o novo momento da transmissão esportiva.
A oferta de conteúdo esportivo pela internet será cada vez mais alta. Mas por maior que seja o interesse do público ainda não há o hábito de ver futebol no meio digital. Do ponto de vista do mercado ainda há dúvidas se ele comporta tantos serviços. A Turner encerrou o Esporte Interativo também pela audiência abaixo da expectativa, então pode ser que o público disposto a assistir esportes de maneiras diferentes do tradicional não seja tão alto assim.
Um torcedor não arcará com o preço de todos os serviços de streaming porque é caro, então há a tendência de que eles se unam em uma única plataforma. E isso não é exatamente o que a TV tradicional propõe?