Mais real impossível

De novo contra o Atlético de Madri, Real conquista a Liga dos Campeões e dispara como maior vencedor

Do UOL, em São Paulo
Manu Fernandez/AP

Real é o dono da Liga dos Campeões

O Real Madrid nunca teve que ir tão longe para conquistar um título da Liga dos Campeões. Pela primeira vez, a equipe madrilenha encarou a dramática disputa de pênaltis em uma final de Champions. Contra o Atlético de Madri, o time de Zinedine Zidane empatou em 1 a 1 com a bola rolando e venceu por 5 a 3 nas penalidades para levantar a taça. Juanfran foi o responsável por assumir o papel de vilão da decisão, ao perder a cobrança.

E se a atuação de Cristiano Ronaldo com a bola rolando foi muito abaixo do esperado, coube ao próprio português bater o decisivo pênalti que deu o título ao Real Madrid. Com a bola na rede, choro, camisa rasgada e muita festa.

A vitória faz com que a já recheada galeria de troféus do Real Madrid ganhe mais um integrante e a vantagem para os demais permaneça confortável. Com 11 títulos, o time merengue tem quatro a mais que o Milan. "A Liga dos Campeões está em nosso DNA, a fundamos com o diário L'Equipe, então para nós é o que há de mais importante, a taça mais importante do mundo", disse o presidente Florentino Pérez, resumindo o "reinado" madrilenho.

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Herói do gol polêmico

Em um duelo com apenas um gol para cada lado, o destaque da partida foi mais uma vez Sergio Ramos. Assim como aconteceu na final de 2013/14, o zagueiro usou a cabeça para balançar as redes do Atlético de Madrid. Dessa vez, no entanto, o gol ficou marcado por uma polêmica: Sergio Ramos estava em posição de impedimento.

No setor defensivo, o espanhol também foi destaque. Jogando ao lado de um pouco inspirado Pepe, que até pênalti fez, Ramos foi o responsável por anular Fernando Torres, que nada fez na partida.

Para completar a sólida atuação, o zagueiro bateu com categoria seu pênalti durante a disputa final. Capitão do Real, a coroação de Ramos veio com o levantar da taça, a segunda continental de sua carreira no clube merengue.

Francisco Seco/AP Photo Francisco Seco/AP Photo

O apagador de incêndio que virou campeão

Quando Zidane foi oficializado como treinador no lugar de Rafa Benítez, nem o mais otimista torcedor do Real Madrid imaginaria a melhora que a equipe apresentaria até o final da temporada.

Em menos de cinco meses de trabalho – chegou em 5 de janeiro -, Zidane fez a equipe se recuperar no Campeonato Espanhol e, por pouco, não tirar o título do Barcelona. Depois de chegar com o time na terceira colocação, quatro pontos a menos que o líder Atlético de Madri, o francês engatou uma série de bons resultados e terminou apenas um ponto atrás do campeão Barcelona: 91 a 90.

Na Liga dos Campeões, o desafio era evitar qualquer surpresa contra a Roma nas oitavas de final. E assim foi: duas vitórias tranquila por 2 a 0 e tranquilidade para seguir o trabalho.

A guinada do Real Madrid na temporada se deu, também, por mudanças na equipe feitas por Zidane. O treinador colocou o criticado James Rodríguez no banco de reservas e deu mais espaço para Casemiro e Lucas Vázquez. O brasileiro, inclusive, foi destaque nos clássicos contra o Barcelona e titular na final da Liga dos Campeões.

#RolouNaFinal

Para ser campeão, o Real Madrid tinha que colocar o Isco no lugar do Cristiano Ronaldo. O Jesé também. Ele [Cristiano] está mal

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Neto, na Band, em uma das várias vezes em que pediu a saída do português

Conmebol, pelo amor de Deus, aprendam um pouco como se faz

Galvão

Galvão, na Globo, durante a cerimônia de abertura da final da Liga dos Campeões

Cristiano Ronaldo pode desequilibrar lá na frente e o Pepe pode desequilibrar lá atrás

Casagrande

Casagrande, na Globo, depois de o zagueiro cometer pênalti

Os personagens do campeão

  • Lucas Vásquez

    O atacante entrou no segundo tempo e foi um dos principais criadores de jogada do Real. Com muita velocidade, deu trabalho à defesa do Atlético de Madri e ainda converteu com tranquilidade seu pênalti. Como ponto negativo, fica a participação na marcação do gol de Ferreira Carrasco.

    Imagem: GERARD JULIEN/AFP
  • Gareth Bale

    Com Cristiano Ronaldo longe de estar 100%, Bale teve que correr por dois. E fez isso muito bem. Ao final da partida, o meia-atacante marcava quase 15km percorridos e um claro desgaste antes das penalidades. Apesar disso, converteu sua cobrança com tranquilidade.

    Imagem: Manu Fernandez/AP
  • Keylor Navas

    De moeda de troca no início da temporada, quando quase foi parar no Manchester United, o costarriquenho se mostrou muito importante na campanha do título. Na final, é verdade, foi pouco exigido, mas quando precisou, se mostrou seguro, como em um chute de Griezmann.

    Imagem: EFE/Chema Moya

As decepções da decisão

Reuters / Stefano Rellandini Reuters / Stefano Rellandini

Cristiano Ronaldo

Dúvida para a partida, Cristiano Ronaldo esteve em campo durante os 180 minutos de partida. O desempenho do português foi muito abaixo do esperado para um jogador do calibre dele. Nas poucas chances que teve, parou em Oblak. Coube a ele, porém, converter o pênalti que deu o título ao Real.

As atuações dos brasileiros

  • Marcelo

    O autor de um dos quatros gols do Real na conquista de "Lá Décima" não repetiu a atuação decisiva de dois anos atrás. No lance do gol do Atlético, aliás, Marcelo tomou bola nas costas e viu Juanfran cruzar para Carrasco completar às redes. Se penou na defesa, faça-se justiça, Marcelo foi uma das principais armas do time nos momentos de dificuldades.

    Imagem: Reuters / Kai Pfaffenbach
  • Filipe Luis

    O lateral não conseguiu levar perigo ao gol do Real nas jogadas de linha de fundo e sofreu com as subidas em velocidade de Bale. Não jogou mal, mas nem repetiu as últimas grandes atuações pelo Atlético. Aos 3 minutos do 2º tempo da prorrogação, desgastado como quase todos em campo, Filipe Luis sentiu a panturrilha e foi substituído por Hernández.

    Imagem: AP Photo/Francisco Seco
  • Casemiro

    O volante convocado pela seleção brasileira à Copa América Centenário foi mais uma vez um "cão de guarda" à frente da dupla de zaga do Real, impedindo as infiltrações dos meias do Atlético e detendo a dupla Griezmann-Torres. Na prorrogação, desgastado de tanto correr, Casemiro sentiu cãibras mas segurou a pressão até o final.

    Imagem: Divulgação
  • Danilo

    O lateral direito entrou no segundo tempo no lugar de Carvajal, que saiu machucado. Nos primeiros minutos em campo, Danilo pareceu fora de ritmo, perdido na marcação e tomou algumas bolas nas costas. Com o passar do tempo, porém, acordou na decisão e foi um dos jogadores mais ativos da prorrogação.

    Imagem: Sergio Perez/Reuters
Juan Medina/Reuters Juan Medina/Reuters

Caminho tranquilo até Milão

Classificado para a Liga dos Campeões por ter sido vice-campeão do Campeonato Espanhol 2014/15, o Real Madrid não teve um caminho muito difícil até a decisão do torneio continental, que aconteceu em Milão, na Itália. Na fase de grupos, o único clube que poderia fazer frente ao seu elenco galáctico era o PSG. Em dois confrontos equilibrados, os espanhóis venceram uma por 1 a 0 e empataram em 0 a 0 a outra.

O Real fechou a fase de grupos com 16 pontos, três a mais que o PSG. Shakhtar Donetsk e Malmö terminaram com apenas três pontos cada.

No mata-mata, caminho muito mais fácil para os merengues do que para o rival Atlético de Madri. Já sob o comando de Zidane – Rafa Benítez foi demitido após maus resultados -, o Real Madrid passou com tranquilidade pela Roma nas oitavas de final. Na sequência, susto na primeira partida contra o Wolfsburg, com derrota por 2 a 0, mas vitória por 3 a 0 na volta, que o colocou na semifinal.

Talvez tenha sido na semifinal o adversário mais difícil que o Real Madrid teve em sua campanha até a decisão. Contra o Manchester City, o time espanhol empatou em 0 a 0 na Inglaterra e garantiu a vaga na final com vitória por 1 a 0 em casa.

Os personagens do jogo

Tive uma visão de que marcaria um gol da vitória, e foi exatamente o que aconteceu. Pedi para Zidane cobrar o quinto (pênalti). Estou muito feliz, é um momento especial ganhar a terceira Champions.

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo, autor do pênalti decisivo da partida

O que digo é que a única maneira de suportar este resultado é seguir insistindo e trabalhando. E, de minha parte, é um momento de parar e pensar no que fazer. É neste momento que estou.

Diego Simeone

Diego Simeone, técnico do Atlético de Madri

É algo a mais (marcar um gol), um privilégio acabar a temporada da melhor maneira possível. Há protagonismo em marcar gol na final. Fica para a história.

Sergio Ramos

Sergio Ramos, capitão do Real Madrid

O dia seguinte nos jornais pelo mundo

  • Marca (ESP)

    O principal jornal espanhol destaca a glória interminável do Real.

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  • As (ESP)

    O jornal de Madri exalta a conquista da 11ª Liga dos Campeões pelo Real.

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  • L'Equipe (FRA)

    Jornal destaca o técnico Zinedine Zidane com o título "Grandioso".

    Imagem: Reprodução
  • Sport (ESP)

    O jornal catalão faz um trocadilho com a definição nos pênaltis para dizer que deu pena do Atlético.

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  • Mundo Deportivo (ESP)

    Outro grande jornal de circulação na Catalunha também fez o mesmo trocadilho com os pênaltis.

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  • Record (POR)

    O jornal exalta mais uma conquista da Liga dos Campeões por Cristiano Ronaldo

    Imagem: Reprodução

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