Na terra do samba e do Carnaval, o heavy metal vale medalha olímpica. A prova disso é Rafael Silva, um gigante de 2,03 m de altura e mais de 150 kg que precisa escutar guitarras distorcidas e baterias pesadas para derrubar os rivais. Baby foi bronze na categoria acima dos 100 kg, a que fecha o último dia de judô nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Quem o conhece sabe que a agressividade que ele encontra na música é essencial. Só assim para que o mato-grossense simpático, de voz calma e baixa, se torne um monstro em cima do tatame. “É porque eu sou muito calmo. Procurei ferramentas para tentar ativar a agressividade. É uma coisa que eu tinha dificuldade: ser muito passivo na luta e não entrar com muitos golpes. São coisas que me ajudaram a focar e melhorar nesses aspectos”, admite. A trilha sonora tem, sempre, AC/DC e Iron Maiden.
É a segunda medalha olímpica de Baby. Infelizmente, não foi a que ele queria. O bronze de Londres-2012 foi repetido. Assim como a derrota para Teddy Riner, o francês oito vezes campeão mundial que não perde desde 2010.
Pode ter doído, mas é um pódio importantíssimo. Aos 30 anos, Baby se junta a uma lista crescente de brasileiros com duas medalhas olímpicas. Na quinta (11), foi Mayra Aguiar, também dois bronzes. Antes, Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro já tinham o feito.