Vanderlei Luxemburgo é uma das vozes que denunciam preconceito com os mais velhos no futebol brasileiro. Ele não quis dar entrevista sobre o tema ao UOL Esporte porque está lutando contra esse estigma, mas falou em entrevistas recentes mais abrangentes que "os jovens estão mudando o nome de tudo que já existia no futebol brasileiro".
O técnico de 65 anos acha que os novos treinadores aprendem nas escolas termos mais rebuscados ("ponta" virou "extremo" e "contra-ataque" agora é "transição", por exemplo) e aplicam para serem considerados modernos. Isso, ainda de acordo com a teoria do pentacampeão brasileiro, tira o espaço de quem ficou "ultrapassado" porque "não usa essas palavras".
Atualmente, é quase imprescindível que treinadores brasileiros já possuam (ou estejam em busca) das quatro licenças distribuídas pela CBF. É sinônimo de modernidade, atualização e conhecimento. E a partir de 2019, será obrigatório obter licença de especialização na área, mesmo que os cursos ainda não sejam reconhecidos, por exemplo, pela Uefa. Então, como ficam os treinadores com experiência reconhecida e que não têm o diploma, seja porque não atingiram a nota ou simplesmente não querem se submeter a 800 horas de aulas?
Para 32 profissionais, a CBF concedeu, em dezembro do ano passado, uma Licença Honorária, usando como critério a idade (mais de 60 anos) e o mérito por títulos no Brasil ou fora. Luxemburgo, Joel Santana e Antonio Lopes, entre os já citados neste texto, foram alguns dos agraciados. Outros nomes que aparecem são os de Carlos Alberto Parreira, Evaristo de Macedo, Levir Culpi, Nelsinho Baptista, Emerson Leão, Sebastião Lazaroni, Abel Braga, Felipão, Carpegiani, Autuori, Muricy Ramalho, Oswaldo de Oliveira, Geninho e tantos outros que não são tidos como "modernos" - mas agora têm diploma da CBF.