Da terceira à primeira divisão: Quando a vida dá certo na Europa
Há um meio-termo entre o fundo do poço e a Cinderela. Quem entra na Europa pelo porão dificilmente vai parar na disputa da Bola de Ouro, mas é possível realizar o sonho. Magno Macedo chegou à Europa em 2005 acreditando que jogaria na primeira divisão do Chipre. Teve de se contentar com a terceira da França, com salários modestos e todas as dificuldades de adaptação características.
Quando se encontrou, foi eleito o melhor goleiro do campeonato e atraiu atenção das equipes B de times médios do país e subiu. Chegou à elite da França pelo Bastia e enfrentou PSG, Lyon, Olympique e companhia em mais um ano pelo Valenciennes. Não se tornou uma estrela, mas teve o gostinho de jogar na elite da Europa e conseguiu a estabilidade sonhada por dez entre dez imigrantes.
Os brasileiros às vezes chegam aqui esperando tapete vermelho e não é assim. Quando a gente joga em divisões não tão altas você tem de ser o melhor. Se não for, por que o clube vai abrir espaço para um estrangeiro em vez de trazer alguém daqui mesmo?”
Quando perdeu espaço no Valenciennes, Magno trocou a vida de reserva na primeira divisão pela titularidade na terceira, onde atua até hoje. Casado com uma francesa, ele mora em Beziers, no Sul da França, tem dois filhos e, aos 33 anos, já estuda educação física para ser preparador de goleiros no futuro. Está vivendo o sonho simples de todos aqueles que um dia entraram em um avião sem saber para que parte da Europa iriam.