Barreira para a glória

Investimento não falta para PSG e Manchester City vencerem a Liga dos Campeões. O problema? Tradição conta...

Do UOL, em São Paulo
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Saudades da Copa?

Donos de altos investimentos e dominantes na última temporada, PSG e Manchester City iniciam a Liga dos Campões nesta semana entre os favoritos, certo? Mais ou menos... Neste século, apenas o Chelsea, em 2011-2012, foi campeão da principal competição europeia pela primeira vez, histórico que eleva o desafio de duas equipes que vivem seu auge de poderio, mas ainda sofrem para se firmarem como protagonistas da Europa.

Lembrou um certo torneio mundial de seleções disputado há dois meses?

É isso mesmo: se você está com saudades da Copa do Mundo, a Champions League é um prato cheio. Lembre da Croácia, o time em que poucos apostavam, mas que venceu Argentina e Inglaterra e se tornou o menor país da história a chegar à decisão do principal torneio de futebol do mundo. É mais ou menos isso que PSG, City e, até, Atlético de Madri estão tentando fazer: desafiar o status-quo atual e mostrar que também têm direito a sonhar.

Em um torneio em que tradição pesa, novatos sofrem para ganhar bagagem. E aqui entra a segunda referência ao Mundial dessa matéria: existe melhor maneira de acelerar o processo de aprendizagem do que usar talentos que acabaram de brilhar no maior palco do esporte?

 Alex Livesey/Getty Images Alex Livesey/Getty Images

A exceção Chelsea

Último campeão inédito da Liga dos Campeões, o Chelsea pode ser um exemplo. O grande investimento desde a chegada do russo Roman Abramovich fez o clube virar protagonista no Campeonato Inglês nos anos 2000, com cinco títulos. O time londrino só conseguiu levantar a taça da Liga dos Campeões após 10 participações, na temporada 2011-2012.  

Para quebrar a barreira, o Chelsea foi acumulando experiência. Foram quatro semifinais e um vice-campeonato até, enfim, entrar no rol dos campeões - e consagrar ídolos como Frank Lampard, John Terry e Didier Drogba em uma final contra o Bayern, em Munique.

Ninguém chega para a edição atual da Liga dos Campeões tão empolgado quanto o PSG. O motivo é a Copa do Mundo e tudo o que ela representa. 

Primeiro, pense nas novidades: quando a Croácia chegou à final, mostrou que nem sempre os times mais poderosos chegam lá. E, OK, os croatas não foram campeões, mas o título ficou com a França de Mbappé. Justamente uma das estrelas do elenco parisiense.

Junte o talento do francês com outros dois destaques do Mundial, o brasileiro Neymar e o uruguaio Cavani, e você tem um favorito - sem esquecer da contratação de Buffon, deixando o elenco ainda mais robusto.

Estreia: terça-feira (18), às 16h, contra o Liverpool

Grupo: Estrela Vermelha (SER), Liverpool (ING), PSG (FRA) e Napoli (ITA)

Mbappé

Franck Fife/AFP Franck Fife/AFP

Na Copa

Muito prazer, Kylian. O adolescente francês, 19, se tornou o xodó da Copa com suas arrancadas e quatro gols marcados, mas não só por isso. Vejamos: teve franqueza e simplicidade diante dos microfones, custeio da excursão de dezenas de crianças francesas para ver o torneio, a recusa a receber salário para participar da campanha do título.

Pascal GUYOT / AFP Pascal GUYOT / AFP

E agora?

Quantas vezes você leu a frase "Tem tudo para ser o melhor do mundo"? Mbappé virou estrela mundial em um mês. Mas a juventude pode pesar e, por isso, o relacionamento com os outros astros do PSG, principalmente Neymar, será monitorado. Pois bem, jogando por um clube ambicioso e milionário, já tem a plataforma para reforçar sua candidatura.

Neymar

AFP PHOTO / Manan VATSYAYANA AFP PHOTO / Manan VATSYAYANA

Na Copa

Por onde começar? Levantando do chão, sem dúvida. Gostem os Neymares ou não, considerando a quantidade de pontapés que levou na primeira fase e a falta de ritmo no retorno de cirurgia, o grande astro brasileiro saiu da Rússia como piada. Se bem que, a julgar por sua carta à população, seus patrocinadores não acharam tão nocivas assim as gargalhadas, e talvez seja isso o que mais importa à família.

Christophe ARCHAMBAULT / AFP Christophe ARCHAMBAULT / AFP

E agora?

Segue a vida. Até nas redes sociais. As piadas podem ir embora até mesmo naturalmente, mas que Neymar poderia dar um sumiço de vez nelas, poderia. Levar o PSG ao título da Champions, uma obsessão catariana, seria mais que o bastante. Mas ele sabe, ou deveria saber que será vigiado de perto e que a cada simulação ou a cada reação exagerada após uma falta mesmo contra Guingamps e Caens da vida, os memes podem ressurgir.

Cavani

Simon Hofmann - FIFA Simon Hofmann - FIFA

Na Copa

Eterno coadjuvante, dessa vez foi ainda mais determinante que Suárez na digna campanha uruguaia. Na vitória sobre Portugal, marcou os dois gols e, depois, apareceu em uma das imagens mais tristes do torneio ao sair lesionado de campo, chorando e escoltado por um reverente Cristiano Ronaldo.

AP Photo/Francois Mori AP Photo/Francois Mori

E agora?

Com a ascensão impressionante de Mbappé, em termos de intrigas parisienses, quem aí se lembra das rusgas entre o centroavante uruguaio e Neymar? Coisa do passado? Talento não falta ao PSG. Além de tradição, o controle do vestiário será essencial ao time nas batalhas pela Champions.

O City de Pep Guardiola dominou a Inglaterra na temporada passada, mas não foi suficiente para parar Salah e o Liverpool na Champions. Agora, o time azul de Manchester parece ter encontrado oposição em casa: após quatro rodadas, a equipe é "apenas" a quarta colocada, empatou uma partida e, mesmo com o reforço do argelino Mahrez, ainda não tem a força de meses atrás.

Será que uma campanha menor em campos ingleses pode elevar a uma participação maior em competições europeias? Já são oito Ligas seguidas e nenhuma decisão. Pouco para um dos times que mais investiram em contratações no futebol mundial. Desde 2007, quando o clube foi vendido para um bilionário tailandês (hoje pertence a um grupo árabe), foram investidas mais de 1,7 bilhão de libras (quase R$ 10 bilhões sem correção monetária) em contratações.

Estreia: quarta-feira (19), às 16h, contra o Lyon

Grupo: Shakhtar (UCR), City (ING), Lyon (FRA) e Hoffenheim (ALE)

De Bruyne

Frank Augstein/AP Frank Augstein/AP

Na Copa

Contra-ataque belga, Lukaku arranca pelo centro. Fernandinho e Paulinho não fazem cócegas no gigante belga, que toca para De Bruyne. Marcelo não chega, o meia solta uma pancada: 2 a 0, e a seleção de Tite estava numa enrascada. Foi seu único gol no torneio, sabiam? E foi doloroso. De resto, contribuiu à semifinalista com sua típica lucidez.

Michael Regan/Getty Images Michael Regan/Getty Images

E agora?

Uma lesão de ligamento no joelho, que não pediu cirurgia, afasta o meia do City ao menos até novembro. Sua clarividência como articulador é essencial para Guardiola, mas não faltam alternativas ao técnico. O espanhol insiste que a prioridade é a Premier League, mas a torcida não vê a hora de ir um pouco mais longe na Champions.

Sabe a comparação com Copa do Mundo? O torneio da Fifa está perto dos 100 anos, mas tem apenas oito campeões. Na Liga dos Campeões, nos últimos 20 anos, tem sido assim também. E ninguém tem mais noção de como é difícil entrar no clube dos vitoriosos do que o Atlético de Madri.

Em cinco anos, os espanhóis atingiram as quartas de final quatro vezes, fizeram três semifinais e jogaram duas decisões. E o tabu continua: foram duas derrotas na final para o Real Madrid, maior vencedor do torneio com 13 títulos.

Estreia: terça-feira (18), às 16h, contra o Monaco

Grupo: Monaco (FRA), Borussia Dortmund (ALE), Atlético de Madri (ESP) e Club Brugge (BEL)

Antoine Griezmann

Maxim Shemetov/Reuters Maxim Shemetov/Reuters

Na Copa

O fenômeno Mbappé, as palhaçadas de Pogba, um técnico que já havia sido campeão mundial como jogador, a solidez defensiva dos "Bleus"... Houve tantos tópicos para se discutir durante a campanha vitoriosa francesa que poderíamos subestimar o Mundial de Griezmann. Mas quando o sujeito faz quatro gols e dá mais duas assistências, essa narrativa cai rapidamente. Jogando mais recuado e solto, foi articulador e matador.

Alexander Hassenstein/Getty Images Alexander Hassenstein/Getty Images

E agora?

O Atlético de Madri não difere tanto assim da seleção francesa em termos de tática, embora com menos talento. Estamos falando de uma fortaleza, sem dúvida: o time sofreu só 22 gols no último Espanhol, a melhor marca nas cinco principais ligas nacionais europeias. Isso dá liberdade a Griezmann para se concentrar no que faz de melhor, tentando levar a equipe de volta à decisão da Champions. É o título que falta nesta era Simeone.

Completando o quarteto de postulantes a um primeiro título vem o Tottenham. A aposta é em um dos elencos mais jovens e talentosos da Inglaterra, capitaneado pelo artilheiro da Copa do Mundo da Rússia, Harry Kane. Mais do que isso: o time de Mauricio Pochettino ainda conta com uma série de destaques do torneio russo, como o lateral Trippier, o zagueiro Vertonghen, o meia Eriksen e o goleiro Loris.

E, a seu favor, a Inglaterra tem alguns campeões continentais pouco ortodoxos. O Nottingham Forest, hoje na segunda divisão, é bicampeão europeu (1979 e 1980). O Aston Villa, hoje também segundona inglesa, tem um título. Até mesmo a última conquista do Liverpool é alternativa: o campeão europeu de 2005 não conquista o Campeonato Inglês desde 1990.

Estreia: terça-feira (18), às 13h55, contra a Inter de Milão

Grupo: Barcelona (ESP), Inter de Milão (ITA), PSV (HOL) e Tottenham (ING)

Harry Kane

Toby Melville /Reuters Toby Melville /Reuters

Na Copa

Vários ingleses nestes tempos dourados da Premier League chegaram ao Mundial tomados por "hype" para fracassarem ou, no mínimo, ver a seleção fracassar. Tirem Kane dessa lista, por favor. Com seis gols, ganhou a Chuteira de Ouro. Aliás, muito à moda antiga inglesa, via jogo aéreo e bola parada. Aos 24, fixou-se assim como um dos grandes atacantes do mundo, mesmo tendo passado em branco nas últimas três partidas

Matthew Childs/Reuters Matthew Childs/Reuters

E agora?

Quem acompanha a evolução do Tottenham certamente não se surpreendeu com Kane. O grandalhão foi o artilheiro da Premier League em duas das últimas edições. Neste período, os Spurs ficaram sempre entre os três primeiros colocados, sendo vice-campeões em 2017. A dúvida é saber se o desenvolvimento sustentável sob o comando de Mauricio Pochettino chegou ao seu limite ou se há um degrau a mais para subir.

Enquanto PSG, City, Atlético e Tottenham buscam seu primeiro título, outros querem reconquistar a Europa. E ninguém chega com um argumento mais convincente de que é a hora de ser campeão do que a Juventus. E o motivo para isso é Cristiano Ronaldo.

Quando terminou a Copa e o português se viu eliminado nas oitavas de final, uma série de rumores passou a pipocar. Será que o camisa 7 iria sair do Real Madrid, após quatro títulos europeus em cinco anos? Aconteceu e ele foi para a Itália.

A Juventus perdeu a referência de Buffon, mas repatriou Bonucci e segue com um dos elencos mais completos do futebol europeu, com nomes como Pjanic, Matuidi, Dybala e Mandzukic.

Estreia: quarta-feira (19), às 16h, contra o Valencia

Grupo: Young Boys (SUI), Juventus (ITA), Manchester United (ING) e Valencia (ESP)

Cristiano Ronaldo

Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images

Na Copa

O craque português, enfim, chegou em boa forma ao Mundial, depois de praticamente se arrastar em campo pela seleção nos gramados brasileiros em 2014. A Espanha que o diga: seu hat-trick foi um dos grandes momentos do torneio. De todo modo, no final, Portugal, atual campeão europeu, acabou mais uma vez caindo cedo, eliminado pelo Uruguai em um jogo duríssimo pelas oitavas

Xinhua/Alberto Lingria Xinhua/Alberto Lingria

E agora?

Depois de nove temporadas pelo Real, Ronaldo decidiu chacoalhar o mercado ao forçar sua transferência para o gigante italiano. Absolutamente dominante no Calcio, a Juve espera que a contratação seja o suficiente para a conquista da Champions, algo que não acontece desde 1996. Tenham em mente que, desde 2011, ele nunca fez menos que dez gols em cada edição do torneio.

Enquanto o Real Madrid perdeu Cristiano Ronaldo, o Barcelona manteve Messi. Ainda bem, porque esta é a primeira vez em 20 anos que o clube entra na Liga dos Campeões sem Xavi ou Iniesta, os dois jogadores que personalizam a revolução do clube.

Após a estranha eliminação para a Roma na temporada passada, ironicamente pouca coisa mudou por lá. A única novidade é a chegada de Arturo Vidal, que dará peso a um meio-campo que ainda aposta no crescimento de Philippe Coutinho e na recuperação de Sergio Busquets e Ivan Rakitic, que não foram (tão) bem na temporada passada.

Para o Brasil, vale ficar de olho em como o volante Arthur (ex-Grêmio) e o atacante Malcom (ex-Corinthians) se entrosam por lá.

Estreia: terça-feira (18), às 13h55, contra o PSV

Grupo: Barcelona (ESP), Inter de Milão (ITA), PSV (HOL) e Tottenham (ING)

Lionel Messi

Lars Baron/Fifa via Getty Images Lars Baron/Fifa via Getty Images

Na Copa

Em sua quarta participação, seu futebol acabou engolido por uma seleção argentina caótica, cujo técnico Jorge Sampaoli já não falava a língua do vestiário. Ainda assim, contra a Nigéria, fez um golaço e foi decisivo para, ao menos, evitar um vexame maior: em vez de cair na fase de grupos, a Argentina pode dizer que só foi despachada pela eventual campeã.

Josep LAGO / AFP Josep LAGO / AFP

E agora?

Bem, ao menos Messi pode se contentar pela partida de seu grande rival nas premiações para a Itália. Mas não é que um jogador dessa fama possa jogar sem pressão. A presença dos jovens Malcom e Dembelé (recuperado de uma primeira temporada de lesões) podem dar ao veterano argentino algum descanso, preservando-o para as partidas que importam.

Philippe Coutinho

REUTERS/Marko Djurica REUTERS/Marko Djurica

Na Copa

Jogando mais recuado, brilhou na fase de grupos com dois gols e uma assistência. Foi a referência pelo Brasil. Mas a obediência tática teve custo alto, cansando o brasileiro. Ainda assim, deu o passe para o gol de Renato Augusto contra a Bélgica, dando a esperança de que o time de Tite ainda poderia buscar o empate.

AFP PHOTO / JOSE JORDAN AFP PHOTO / JOSE JORDAN

E agora?

Coutinho foi contratado no meio da temporada e, por já ter jogado pelo Liverpool, não pôde ser aproveitado nos mata-matas. Hoje, com status elevado e devidamente entrosado com as demais estrelas da companhia, pode esperar ir longe no torneio (para compensar a situação curiosa de ver o Liverpool crescer após sua saída).

Luís Suárez

Getty Images Getty Images

Na Copa

Passou em branco na estreia contra o Egito e o mundo todo estranhou, tamanha a importância e o grau de exigência que tem pelo Uruguai. Mas fez sua parte contra Rússia e Arábia para garantir a liderança do Grupo A. A Celeste foi combativa novamente, mas foi mais uma sul-americana eliminada pela França.

David Ramos/Getty Images David Ramos/Getty Images

E agora?

Se pela seleção o atacante precisa ser artilheiro, maestro, líder e ativista político, pelo Barcelona sua tarefa é muito mais fácil. Basta fazer gols. Muitos gols, curtindo a vida de quem joga ao lado de Messi, o sujeito que quebra defesas ao meio (embora uma enfiada de bola ou outra de Iniesta possam fazer falta).

O finalista da última Liga chega tão forte quanto no ano passado? As quatro vitórias seguidas e liderança na Premier League indicam que sim. A dupla Salah e Mané segue em alta, Firmino manteve a regularidade e, agora, eles contam com Alisson no gol.

Contra o time de Jurgen Klopp conta justamente a temporada passada: o desempenho de Salah e o estilo de jogo não são mais novidades e todo mundo sabe o tamanho do problema que eles representam.

Estreia: terça-feira (18), às 16h, contra o Liverpool

Grupo: Estrela Vermelha (SER), Liverpool (ING), PSG (FRA) e Napoli (ITA)

Mohamed Salah

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Na Copa

Não que houvesse muita expectativa em torno da seleção egípcia. Mas o lamentável golpe de judô de Sergio Ramos em Salah na final da Champions semanas antes da Copa deixou as coisas mais difíceis. No final, a imagem do torneio para Salah foi seu desconsolo no banco de reservas, impotente diante de um time que apanhou feio (na bola, no caso).

ANDREW YATES/REUTERS ANDREW YATES/REUTERS

E agora?

Se Mbappé se tornou queridinho do futebol em um mês, Salah precisou de toda uma temporada. Mas que temporada! O egípcio, agora, volta com a perspectiva de lutar pela Champions que escapou pelas mãos (do goleiro Karius) e pelo título da Premier League. Estará amparado por seus dois companheiros de ataque e por muitas compras no mercado.

Sadio Mané

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Na Copa

Em um grupo equilibrado com Colômbia, Japão e Polônia, Senegal teve suas chances, mas acabou eliminado. Mané não fez aquilo que se esperava por uma seleção que pendia para um jogo mais ofensivo. Tivesse jogado seu melhor futebol, fazendo a diferença, talvez a África pudesse ter classificado ao menos uma seleção para os mata-matas.

Laurence Griffiths/Getty Images Laurence Griffiths/Getty Images

E agora?

Salah foi o jogador mais aplaudido e seus números são bem superiores. Mas Mané é importante demais para o sistema de Klopp, com velocidade e uma capacidade de finalização que incomoda as zagas adversárias, evitando um foco total no egípcio. Não nos esqueçamos: fez dez gols em 13 partidas na última Champions.

O Real Madrid ainda é o Real Madrid sem Cristino Ronaldo? A resposta será dada contra a Roma, na próxima quarta-feira. Sem seu principal jogador dos últimos dez anos, e ainda com um técnico novo após a surpreendente saída de Zinedine Zidane depois da conquista do último título europeu, o clube está, aparentemente, mais solidário.

A nova estrela da companhia parece ser Bale, massa responsabilidade também aumentou para Benzema, Isco, Asensio e Kroos. Nenhum estará tão em evidência quanto Modric, o craque da Copa. Além disso, valerá ficar de olho no goleiro Courtois, recém-chegado do Chelsea, e no técnico Julen Lopetegui, ex-Espanha.

Estreia: quarta-feira (19), às 16h, contra a Roma

Grupo: Roma (ITA0, Viktoria Plzen (TCH), CSKA Moscou (RUS) e Real Madrid (ESP)

Luka Modric

Shaun Botterill/Getty Images Shaun Botterill/Getty Images

Na Copa

Ele não é jovem ou explosivo como Mpappé, mas Modric ganhou reconhecimento, ainda que tardio, como protagonista em alto nível. Seu golaço contra a Argentina ajudou, mas o que o mundo aplaudiu, mesmo, foi seu dom para a articulação e sua entrega à grande surpresa do torneio: a Croácia. Tudo isso valeu a Bola de Ouro de melhor do torneio.

Denis Doyle/Getty Images Denis Doyle/Getty Images

E agora?

Não deixa de ser curioso então que, depois da coroação (ou quase isso), tenha batido de frente com a diretoria do Real. Há quem diga que teria exigido sua transferência para a Inter de Milão, algo que aceleraria ainda mais o processo de reformulação merengue. A ver, então, como será recebido por uma torcida que é das mais exigentes do mundo.

Thibaut Courtois

AP Photo/Frank Augstein AP Photo/Frank Augstein

Na Copa

Um brasileiro chuta, Courtois defende. Outro brasileiro chuta, Courtois defende. No finalzinho, lá estava o goleiro se esticando todo para evitar um gol redentor de Neymar (e o empate). O belga mostrou naqueles 90 minutos em Kazan por que tem sido um dos melhores de sua profissão nesta década.

Sergio Perez/Reuters Sergio Perez/Reuters

E agora?

Navas foi tricampeão da Champions, fez grandes defesas contra o Bayern em uma semifinal dramática e... aparentemente nunca ficou em paz com a torcida do Real. Courtois tem como desafio dobrar essa gente desconfiada. A essa altura, as lembranças afetivas sobre já ficaram para trás.

O time que mais ganhou com a Copa do Mundo quando o assunto é jogador tem de ser o Manchester United. Esqueça o Mundial desastroso de De Gea e lembre que Lukaku brigou pela artilharia do torneio, Pogba foi um dos craques do título da França e até os contestados Fellaini e Lindelof tiveram seus momentos de brilho.

Então, resta esperar se José Mourinho voltará a fazer mágica com o time e, ao contrário do que aconteceu no Chelsea, ele será feliz por mais de três anos em um mesmo clube.

Estreia: quarta-feira (19), às 16h, contra o Young Boys

Grupo: Young Boys (SUI), Juventus (ITA), Manchester United (ING) e Valencia (ESP)

Romelu Lukaku

Grigory Dukor/Reuters Grigory Dukor/Reuters

Na Copa

Lukaku mostrou que não estava para brincadeira com quatro gols nas duas primeiras partidas do torneio. Sua contagem de gols parou por aí, mas isso não quer dizer que não tenha dado trabalho aos defensores nos jogos seguintes. Bônus: poliglota, respondeu perguntas em português assustadoramente fluente e simpático.

Dave Thompson/AP Photo Dave Thompson/AP Photo

E agora?

Lukaku tem a ingrata missão de liderar um ataque por ora pouco funcional, sob enorme pressão por um clube que vai sendo deixado para trás pelo arquirrival da cidade. Enquanto José Mourinho se vê às turras com a imprensa local, o United gasta e gasta, mas não consegue formar um time orgânico para desafiar as potências do continente.

Paul Pogba

Catherine Ivill/Getty Images Catherine Ivill/Getty Images

Na Copa

Com passadas largas e dinamismo, Pogba usou o Mundial para reabilitar sua imagem no futebol europeu, depois de falhar em Manchester para justificar o peso da (então) contratação mais cara do futebol internacional.

Ben Stansall/AFP Ben Stansall/AFP

E agora?

Seu início de temporada é produtivo, mas o United está derrapando. Ao menos dessa vez, o francês, ainda aos 25 anos, pode sempre apontar para suas fitas da Copa do Mundo e dizer que o problema talvez não seja seu jogo...

Completando a lista de favoritos, chega o Bayern de Munique. Como na Copa, em que a Alemanha mostrou um time com pouco potencial de luta e acabou eliminada na primeira fase, o Bayern entra na Liga com algumas questões: a base Neuer, Muller, Ribery e Robben ainda têm lenha para queimar? Thiago Alcântara vai assumir o protagonismo? E as jovens apostas? Sanches vai vingar? Goretzka vai dar certo? E Lewandowski, fica? Isso, sem contar o técnico Niko Kovac, em seu primeiro trabalho em um time campeão.

Estreia: quarta-feira (19), às 16h, contra o Benfica

Grupo: AEK Atenas (GRE), Ajax (HOL), Bayern de Munique (ALE) e Benfica (POR)

Thomas Müller

Alexander Hassenstein/Getty Images Alexander Hassenstein/Getty Images

Na Copa

Depois que o mundo inteiro só soube rir dos tombos de Neymar, corremos o risco de esquecer o papelão que a Alemanha deu no Mundial. Mas lembremos aqui todas as caretas de Müller e seus companheiros (muitos deles do Bayern, inclusive, a base da seleção) enquanto suecos, mexicanos e sul-coreanos comemoravam... Foi chocante, ou hilário, dependendo do ponto de vista.

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E agora?

Qualquer derrapada pelo Bayern seria alarmante, à esteira do fiasco na Rússia. Nesse caso, por derrapada entendamos qualquer coisa que não o título da Bundesliga e uma campanha convincente pela Champions. O Bayern chegou perto na temporada passada, dando muita canseira no Real Madrid, e tem um núcleo experiente. Pode ir longe novamente?

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