Contas para o título

Rosberg dispara e pode até ser campeão caso não vença as próximas 4 provas

Julianne Cerasoli Do UOL, em Suzuka (Japão)
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A matemática possibilita a Rosberg alcançar seu primeiro título mundial sem precisar vencer as 4 etapas restantes. Para depender apenas de suas próprias forças, o alemão necessita chegar em 2º lugar em pelo menos três provas, além de um 3º lugar em outro GP.

Caso essa combinação seja atingida, Hamilton não igualaria mesmo com 4 vitórias.

Rosberg pode ser campeão com uma etapa de antecedência. Neste caso, o título em Interlagos (penúltima prova) seria materializado com mais duas vitórias do alemão e mais um 8º lugar nas próximas três etapas

Daniel Ricciardo, 3º lugar na competição, não tem mais condições de almejar a taça mundial.

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Hamilton em pé de guerra com mídia

Cansado de ser ora bajulado, ora criticado ostensivamente pelo setor mais sensacionalista da imprensa, o inglês adotou a lei do silêncio já na Malásia. Nas coletivas oficiais, das quais não pode fugir, foi lacônico. Nas entrevistas dentro da equipe, nem isso. Infeliz com o tratamento que teve após usar o Snapchat para criticar uma sessão na quinta-feira, decidiu simplesmente calar-se. Na pista, o próprio Hamilton admitiu que passou todo o final de semana do Japão perdido em termos de acerto do carro, algo que já tinha acontecido em Cingapura. E, quando acertou tudo, na Malásia, teve de lidar com a frustração da quebra de um motor novo.

Reuters

Frases: disputa interna na Mercedes

"Os sorrisos nas caras de vocês provavelmente vão sumir logo"

Lewis Hamilton

Lewis Hamilton, anunciando que não daria entrevistas após a classificação

"Estou vendo ele trabalhar muito mais do que antes. Está muito focado"

Nico Rosberg

Nico Rosberg, sobre o seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton

"Ele precisa de um inimigo - às vezes mais do que um. É assim que ele funciona"

Toto Wolff

Toto Wolff, explicando por que acredita que Hamilton ainda pode vencer o Mundial

O que deu certo no Japão

  • Rosberg irretocável

    É inegável que havia certa pressão em cima de Rosberg depois que o alemão foi amplamente dominado por Hamilton na Malásia - e só não saiu no prejuízo pela quebra do motor do inglês. A resposta, porém, não poderia ter sido mais contundente. Ainda que a diferença não tenha sido gigantesca, o líder do campeonato não cometeu um erro sequer para vencer pela nona vez no ano.

    Imagem: AFP PHOTO / TOSHIFUMI KITAMURA
  • Mercedes é tri

    É de certa forma fácil esquecer da importância de um tricampeonato de construtores, especialmente conquistado de forma tão convincente como da Mercedes entre 2014 e 2016. É apenas a sexta vez na história que isso acontece, colocando o time alemão no panteão que inclui a Ferrari do final dos anos 1970 e do começo dos 2000, a McLaren do final dos 1980, a Williams do início dos 1990 e, mais recentemente, a Red Bull.

    Imagem: Getty Images

Deu errado no Japão

  • Mais uma marca negativa de Gutierrez

    O mexicano Esteban Gutierrez, que ainda não pontuou nesta temporada, conseguiu largar em décimo e chegar em 20º. O asfalto úmido de seu lado do grid não ajudou, mas a rodada na disputa com Carlos Sainz e a total falta de ritmo a partir daí ajudaram a transformar a melhor classificação da história da Haas em mais uma corrida fora do top 10.

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  • McLaren passa vergonha em 'casa'

    O paddock estava repleto de representantes da Honda, que tinham a expectativa de uma boa corrida em casa depois dos bons resultados nas últimas provas. O resultado da classificação foi ainda pior que em 2015, quando Alonso chamou a unidade de potência de ?motor de GP2?, mas agora a explicação foi outra para o 16º lugar do espanhol e o 18º de Button na corrida: a aerodinâmica do carro em curvas de alta.

    Imagem: AP Photo/Toru Takahashi
  • Chororô de Verstappen e Vettel

    O GP do Japão costuma ser complicado em relação aos retardatários, devido às poucas retas e ao fato da pista ser estreita. Esse problema só aumentou em uma corrida sem abandonos e na qual mais da metade dos pilotos terminaram uma volta atrás. Mas, da mesma forma que é difícil superar retardatários, também é dura a vida de quem tem de sair do caminho. E o chororô especialmente de Verstappen e Vettel foi desnecessário.

    Imagem: AFP

Brasileiros apagados em Suzuka

A atual situação da Williams ficou clara com Felipe Massa comemorando o resultado do GP do Japão, em que teve um final de semana limpo e chegou em nono lugar. De fato, o time já vem há algumas provas andando atrás da Force India e saiu do que era uma expectativa para entrar no top 3 do campeonato para uma luta - bastante difícil de ser vencida no momento - pelo quarto posto. Já Felipe Nasr viveu mais um final de semana em que nada deu certo: do tráfego na classificação a uma tática que não funcionou na corrida, o brasileiro saiu muito insatisfeito de Suzuka.

Bastidores

  • Williams indefinida

    Parecia que o anúncio da dupla de pilotos da Williams seria uma questão de tempo depois que Lance Stroll conquistou o título da F-3 Europeia, o que faz com que o canadense ganhe a superlicença para pilotar na F-1. Mas o time inglês segue sem uma confirmação oficial, o que tem levado muita gente a pensar que é Valtteri Bottas quem ainda não está confirmado. O finlandês teria algum tipo de cláusula ligada à posição do time no campeonato e ainda poderia sair. Difícil saber quem aceitaria o que o finlandês quer: apenas um ano de contrato para estar livre caso sobre uma vaga na Ferrari.

    Imagem: Getty Images
  • GP do Japão 'em baixa'

    A mídia japonesa lembra com carinho do auge da McLaren-Honda e lamenta que o GP do Japão não é mais o que era no passado. Mas ainda assim a etapa leva 90 mil pessoas às arquibancadas no domingo, mais que o dobro que o GP do Brasil tem atraído. Até na quinta-feira, dia sem atividades de pista, as arquibancadas estavam cheias de torcedores que assistiam às equipes treinando pit stops. A camiseta da McLaren é a mais popular entre os torcedores, mas o apoio é bastante eclético. A reportagem do UOL Esporte encontrou até uma garota com a camisa - devidamente autografada - de Martin Brundle. Hoje comentarista, o inglês sofreu um acidente bastante grave em 1994, em que atropelou um fiscal de pista.

    Imagem: AFP
  • Hamilton escancara coletivas de imprensa 'chatas'

    Hamilton não costuma desgrudar de seu celular durante as coletivas de imprensa da FIA, realizadas sempre às quintas-feiras com seis pilotos selecionados pela federação. No Japão, o inglês foi além, fazendo snapchats e escrevendo palavras pouco elogiosas sobre a sessão de mídia. De fato, a coletiva oficial há muito deixou de ser interessante. Apesar de ser voltada à imprensa escrita, ela é televisionada, e os jornalistas presentes preferem esperar as demais entrevistas do final de semana, fechadas às câmeras, para fazer as perguntas mais interessantes, tornando a sessão uma bela perda de tempo.

    Imagem: AP
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Há 40 anos

O campeonato de 1976 foi decidido na tensa prova do Japão, em que Niki Lauda desistiu de correr devido à forte chuva, deixando o caminho aberto para James Hunt conquistar seu único mundial. Mas o título de construtores já estava selado na ocasião - e foi conquistado justamente pelo time de Lauda, a Ferrari. A vitória ocorreu na penúltima etapa, realizada há exatos 40 anos, em Watkins Glen, nos Estados Unidos. Hunt, da McLaren, ganhou depois de largar na pole, em outra prova afetada pela chuva, mas o terceiro lugar de Lauda, em sua terceira corrida após o acidente que quase o matou em Nurburgring, garantiu o título para a Scuderia.

Polvo no carro?

Causou estranheza a mensagem de rádio de Daniil Kvyat durante uma das sessões de treinos livres do GP do Japão: “Ah não, o polvo voltou! Mas é um pequeno, um bebê polvo.” Do que será que o russo estava falando? Polvo é o apelido que o piloto deu à borracha que se solta do pneu e que fica presa à antena posicionada logo à frente do cockpit e, portanto, bem no meio de seu campo de visão. Afinal, quando o carro está em movimento, essa borracha se assemelha com tentáculos. O apelido surgiu no GP da China de 2014, quando o ‘polvo’ era tão grande que seus tentáculos estavam quase batendo na viseira do piloto.

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