Agora vai?

LeBron tem a melhor chance de dar o título aos Cavs, mas enfrenta campanha histórica dos Warriors

Jason Miller / AFP

Big Three 100% e coadjuvantes em alta

LeBron James começa a disputar às 22h (de Brasília) desta quinta-feira (2) sua terceira final de NBA pelo Cleveland Cavaliers. Tem, porém, a melhor chance de levar a franquia ao título inédito. Nas outras duas, ora o time dependia demais dele, como em 2007, ora estava muito desfalcado, a exemplo do ano passado.

Agora, as estrelas Kyrie Irving e Kevin Love estão 100% e podem fazer a diferença na "revanche" contra os Warriors. Enquanto os importantes Jr. Smith e Shumpert chegam à decisão sem lesões e os experientes Richard Jefferson e Channing Frye desembarcaram em Cleveland apenas na atual temporada.

Além disso, os Cavs estão mais experientes em jogos de playoffs e parecem mais sintonizados com as ideias do novo técnico, Tyronn Lue - que era assistente no ano passado, já foi campeão da NBA pelos Lakers e tem perfil mais "boleiro".

Assim, LeBron tem a melhor chance para enfim liderar o Cavs ao tão sonhado título. Que seria também o primeiro título da cidade de Cleveland em uma grande liga norte-americana desde 1964 com os Browns na NFL - título que antecede a existência do Super Bowl. Agora vai?

LARRY W. SMITH / EFE LARRY W. SMITH / EFE

"Era LeBron": seis finais seguidas

Ao conquistar mais uma vez a Conferência Leste, LeBron James chegou à sexta final consecutiva da NBA – quatro com o Miami e mais duas com os Cavs. Só os jogadores do histórico Boston Celtics de Bill Russel, que venceram nove títulos em 10 finais seguidas na década de 60 do século passado, alcançaram tal façanha. A exceção à regra é Michael Jordan, que fez seis finais seguidas de NBA, mas com dois anos de interrupção para jogar basebol.

Apesar da inquestionável "Era LeBron", o número 23 dos Cavs ainda é questionado por não sair da Conferência Leste e ter ganho “só” duas das cinco finais de NBA. Vale traçar um paralelo com o Los Angeles Lakers de Magic Johnson, que era criticado na década de 80 por permanecer na Conferência Oeste, à época menos concorrida.

Kelley L Cox-USA TODAY Sports Kelley L Cox-USA TODAY Sports

Curry e Warriors têm temporada histórica, mas sofrem contra Thunder

Stephen Curry teve a melhor marca da história da temporada regular com 402 bolas de três e foi eleito o primeiro MVP de forma unânime na NBA. Como se não bastasse, os Warriors fizeram melhor início da história da liga com 24 vitórias e tiveram a melhor temporada regular: com 73 vitórias e apenas nove derrotas.

Mas tanto o armador de 1,91m como os atuais campeões sofreram mais que o esperado nos playoffs, principalmente na final da Conferência Oeste contra o Oaklahoma City Thunder, na qual chegaram a estar perdendo por 3 a 1 na série melhor de sete.

No entanto, vale ressaltar que Curry não está 100% fisicamente após sofrer entorse no joelho que o fez perder oito jogos nas duas primeiras séries de mata-mata (contra Houston Rockets e Portland Trail Blazers). Além disso, a chave do Oeste tem sido mais forte que a do Leste, a dos Cavs, nas últimas temporadas.

Cavs x Warriors promete show nas finais da NBA

Ben Margot/AP Ben Margot/AP

LeBron James x Stephen Curry

Apesar de Curry ter sido eleito o primeiro MVP unânime da história da NBA, LeBron deu declarações que geraram polêmica ao relativizar o termo “valioso”. Segundo "The King", que foi MVP em quatro temporadas, o prêmio é para o melhor jogador do ano - não necessariamente o melhor ou mais valioso do basquete. Por outro lado, Curry havia afirmado na temporada regular que o vestiário dos Cavs lembrava-lhe o gosto de champanhe, o que foi encarado como desrespeito por Lebron & CIA.

Para esquentar mais ainda o duelo particular na decisão da NBA, no ano passado, apesar do título, Curry não foi tão bem como esperava-se – basta lembrar que Andre Iguodala foi eleito o MVP das finais. E LeBron, apesar do vice-campeonato, "carregou nos ombros" os Cavs e tornou-se o primeiro jogador da história a liderar as finais em pontos, assistência e rebotes. Por fim, uma curiosidade: os dois nasceram na mesma maternidade do mesmo hospital da mesma cidade de Ohio, Akron.

Os números da temporada 2015/16

Curry
Média de pontos: 30,1
Média de rebotes: 5,4
Média de assistências: 6,7
Minutos em quadra: 33,5
Média de chutes de 3 certos: 4,4

James
Média de pontos: 25,3
Média de rebotes: 7,4
Média de assistências: 6,8
Minutos em quadra: 37,8
Média de chutes de 3 certos: 1,4

Opinião dos blogueiros

  • Bala na Cesta

    Começa hoje a final de 2016 que a NBA intimamente desejava. Na reedição da decisão de 2015 chegam neste ano o time do momento, o Golden State Warriors com o seu melhor "garoto-propaganda", Steph Curry, eleito de forma unânime pela primeira vez na história da liga o mais valioso atleta da fase de classificação, e o Cleveland Cavs, de LeBron James, um dos maiores jogadores da história e buscando dar o título para a sua cidade-natal após dois vice-campeonatos (2007 e 2015).

  • Vinte Um

    Cavs chega bastante modificado para a revanche contra o Warriors. Quando confrontado com a derrota por 4 a 2 nas finais de 2015 para o Golden State Warriors, o torcedor do Cleveland Cavaliers não se cansou de repetir isso, quase como um mantra. Sim, todos nós lembramos que as duas jovens estrelas se lesionaram nos playoffs. Love não passou da primeira fase. Irving arrebentou o joelho desgraçadamente logo na primeira partida das finais.

Coadjuvantes de luxo

Chris Carlson / AP Chris Carlson / AP

O "homem de gelo"

Klay Thompson poderia ter sido moeda de troca para vinda de Kevin Love do Minnesota Timberwolves para o Golden State Warriors, mas Steve Kerr não quis se desfazer do seu chutador e o manteve em Oakland para dar continuidade à dupla letal com Curry, os "Splash Brothers". Love, curiosamente, acabou nos Cavs. Apesar da discrição, poucas palavras, semblante quase sempre inalterado, Klay é o melhor jogador do time nos playoffs. Ele tem aparecido com frieza nos momentos em que a equipe mais precisa e bateu o recorde de bolas de três nos playoffs (11) no decisivo jogo 6 contra o Oklahoma City Thunder - feito que pode ser simbolizado com a foto de Joe Lacob, dono dos Warriors, esperando-o de joelhos na saída da quadra. Com Curry certamente bem marcado, Klay pode ser arma mortal dos atuais campeões.

David Richard / USA Today Sports David Richard / USA Today Sports

Para desafogar o Rei

Kevin Love foi decisivo nos passeios do time nos playoffs até chegar a final, sobretudo com a mão certeira nos chutes de três pontos. Nesse quesito, ele é o nome mais forte para fazer páreo a Curry e Thompson do que LeBron, que às vezes arrisca de fora, mas costuma partir mais para dentro do garrafão nas jogadas. A eficiência nos arremessos lhe coloca no top 20 de pontuadores da NBA, com mais de 17 por partida. Além disso, Love pode incomodar o time do Oeste também com sua força no garrafão, ponto fraco do Golden State. Ele é um dos maiores pegadores de rebote da Liga, sendo o sexto no fundamento. Todavia, o ala-pivô é questionado por sua capacidade defensiva e pode ser a vítima dos Warriors no letal corta-luz de Curry com Draymond Green - falha que pode fazer deixá-lo vários minutos no banco de reservas.

Reprodução/Instagram/Leandrinho Reprodução/Instagram/Leandrinho

Tem Brasil na decisão

Depois de chegar aos Warriors com a última temporada em andamento, Leandrinho busca ser o primeiro brasileiro bicampeão da NBA. Neste ano, está com média de 6,4 pontos por jogo, 1,7 rebote e 1,2 assistência, com 10 minutos jogados. Já Anderson Varejão vive situação curiosa. Pode ser campeão se qualquer um dos finalistas levantar a taça. Isso porque ele foi dispensado pelos Cavs depois de 11 temporadas, mas chegou a jogar 31 partidas ao lado de LeBron James em 2015/16. No Golden State, já se tornou um jogador muito querido no grupo, mas tem entrado pouco:  8 minutos em quadra,  2,6 pontos e 2,3 rebotes por jogo.

Frases da final

Acho que ultrapassei minhas expectativas pessoais e profissionais. Sou uma estatística que deveria ter ido para o outro lado. Então, tudo o que fiz foi um sucesso. Quanto ao basquete, eu simplesmente saio para jogar, me divertir, amar e ser verdadeiro com o jogo e com meus companheiros. Então não, a pressão não me incomoda
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LeBron James

LeBron James

Não gosto de ficar debatendo ou ranqueando quem é o que. No final do dia, o que importa é vencer. Fato é que vencemos o título no ano passado, fomos os últimos a ficar em pé. Obviamente é o que foi mais importante para mim. Estar de volta à final contra os Cavs traz muitas manchetes e não seria diferente. Como um fã de basquete, é bem legal, quando tem dois times brigando pelo troféu mais de uma vez.
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Stephen Curry

Stephen Curry

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