O novo profeta

Hernanes viu o 7 a 1 do banco, ficou encostado na Itália e sofreu na China. Agora, tenta salvar o São Paulo

José Eduardo Martins Do UOL, em São Paulo
Rubens Chiri / saopaulofc.net

Hernanes aprendeu a ser artilheiro

Hernanes voltou ao São Paulo para dar um pontapé na crise que teima em aparecer no Morumbi nos últimos anos. Seria normal esperar lições de vida ou frases motivacionais típicas de um jogador experiente. Ou um poder de criação de jogadas diferenciado de um meio-campista que sempre foi conhecido por isso.

Mas o novo Hernanes trouxe mais: em cinco jogos, marcou cinco vezes. Esse faro de gol é uma qualidade diferente daquelas do atleta que deixou o Tricolor em 2010. Não que fosse ineficiente. Entre 2005 e 2010 foram 227 jogos, 125 vitórias, 51 empates, 51 derrotas, 42 gols marcados e 30 assistências. Mas ser artilheiro? É, sim, uma novidade.

Mais do que isso, essa é uma característica adquirida. E quem conhece Hernanes, uma das figuras mais surpreendentes do futebol brasileiro, sabe que ele é especialista em desenvolver qualidades ao longo de sua vida. Ele começou como jogador de contenção e hoje é meia-atacante. Chutava só com a perna direita e hoje é ambidestro.

O que impressiona, porém, é que ele não faz isso só no futebol. Sabia que ele aprendeu a escrever com as duas mãos? Quando tem de dar autógrafos, o jogador sempre alterna as mãos. Ele até mesmo tentou aprender a escrever com os pés. Mas, calma, essa habilidade ele não conseguiu desenvolver. Não que importe. Seu status único já estava garantido: "Sim, eu me considero um diferente no mundo do futebol. Porque gosto de coisas diferentes".

Racional e sem fugir das perguntas, Hernanes conversou com o UOL, entre outros temas, sobre o momento do São Paulo, ser um jogador mais completo, sua evolução no futebol e até sobre ser dono de um restaurante. 

Ale Cabral/AGIF Ale Cabral/AGIF

O que é um jogador completo?

Hernanes sempre trabalhou para se aperfeiçoar. Ser um jogador completo era a meta do são-paulino e, nessa missão, teve o apoio de um estudioso do futebol: Jota Alves, um dos primeiros treinadores do jogador, era uma espécie de guru do meio-campista. Morto em 2004, ele escreveu um livro sobre o assunto, "Futebol Completo". 

"Eu vejo essa evolução [para se tornar um jogador completo]. Quando você vai para o campo, não pensa mais. É tudo fast system. A gente tem dois sistemas na nossa mente. O sistema lento, racional, é para aprender as coisas. E o fast system é o instintivo, criativo, intuitivo. Nos meus treinos, uso o sistema lento. Você esmiúça as coisas e vai aperfeiçoando. No campo, você não pensa".

"No futebol, o que é o jogador completo? É aquele que você não sabe se é defensor ou atacante. Que você não sabe se é destro ou canhoto." 

O gol que mostra tudo isso

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As habilidades especiais de Hernanes

Para chegar ao objetivo de se tornar um jogador mais completo, Hernanes criou treinamentos específicos. Eram atividades para realizar em horário de trabalho e até nos momentos de folga. Durante o início de carreira, por exemplo, fez o possível para se tornar ambidestro. Foi assim que passou a escrever e escovar os dentes com as duas mãos. 

São esses treinamentos que deram origem aos mitos a respeito do jogador. Alguns deles, como o fato de dar autógrafos com as duas mãos, são verdadeiros. Outros, como o de pintar com os pés, não procedem. "Eu até tentava [pintar com os pés]. Uma habilidade que eu tentei desenvolver era escrever com o pé. Então, treinei isso. Mas aconteceu há muito tempo".

Outro mito é de que ele sabe todos os algarismos do número Pi – uma constante matemática infinita. Essa, também, não procede. "Não sei”, admite, dando risadas. “Mas isso vem do meu apelido de pequeno, que era Pi. Mas o Pi grego, que é uma letra do alfabeto e um número, é algo muito interessante".

E, para quem ficou curioso, Hernanes chegou a quatro casas depois da vírgula: “É 3,1415 e vai indo”. 

Sim, ele dá autógrafo com as duas mãos

Eu me lembro de que, no colégio onde estudava, eu treinava driblando os pilares depois do treino. Sempre procurei evoluir, desde criança

Lembrando que tentava se aperfeiçoar desde criança

Futebol não precisa de jogadores como Hernanes. Será?

Hernanes acredita que o futebol moderno precisa de especialistas. São aqueles jogadores que executam uma ação em campo com perfeição. O movimento do holandês Arjen Robben, que, da ponta direita, corta para o meio e chuta com a canhota, é um exemplo extremo. Mas, para ele, Messi é um desses especialistas, com sua capacidade de retenção da bola e passes milimétricos.

“Messi é o maior especialista no futebol. Consegue fazer uma coisa em que ninguém consegue ser melhor. Ninguém para o Messi. É diferente do Cristiano Ronaldo, que é um pouco mais completo. Ele cabeceia, chuta de direita e esquerda... Mas o Cristiano Ronaldo não defende”, pondera.

Para Hernanes, o sucesso da dupla é um indício de que esse é o caminho para o futebol atual. Um caminho oposto àquele que ele próprio escolheu. “Não vi o Johan Cruiff jogar, mas todos dizem que ele era o grande exemplo do jogador completo, o cara que revolucionou o futebol. Eu fui moldado por essa ideia, graças ao Jota Alves, meu primeiro técnico. Mas é preciso olhar para o contexto também. E o futebol de hoje não precisa mais desse jogador completo. Precisa de especialistas”. 

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Mas o São Paulo, definitivamente, precisa dele

Em 2017, o São Paulo vive um dos piores momentos de sua história no Campeonato Brasileiro. Virou o primeiro turno na zona do rebaixamento e, há várias rodadas, luta para fugir das últimas colocações.

Para afastar a crise, o clube apostou em um ídolo do clube. Hernanes tem dois títulos brasileiros com o clube e, apesar do momento ruim, aposta na recuperação. "Não gosto de falar negativamente. Nós vamos nos salvar. Isso eu já cravei. Não sei se agora ou depois, mas vamos. Até pelos sinais que vi", afirmou o Profeta, logo em sua apresentação no Tricolor.

Desde de sua estreia, o São Paulo tem duas vitórias, um empate e duas derrotas. Ocupa a 17ª posição do Brasileirão. 

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Um São Paulo diferente

Quando Hernanes saiu do São Paulo, em 2010, o time vinha do embalo do tricampeonato nacional (2006, 2007 e 2008). Até por conta dos resultados, o Tricolor era visto como modelo de administração e gestão. Hoje, a situação é bem diferente.

No campo, a equipe não conquista um título desde a Copa Sul-Americana de 2012. Fora, manchetes sobre problemas políticos são constantes. Em 2015, um presidente suspeito de corrupção renunciou. Há poucos dias, veio à tona um esquema de corrupção envolvendo ingressos para shows musicais no Morumbi.

“Naquela passagem, era um momento muito mais estável, muito mais de equilíbrio. Tudo estava bem organizado, todas as coisas no devido lugar. Eu vejo que a principal diferença é que [hoje] é um momento de ajuste, de encontrar o equilíbrio e a organização que sempre foram a marca do São Paulo", afirma.

Ele cita, inclusive, o momento em campo para comentar essa transição. “Em termos de organização, é um ano atípico. Saíram mais ou menos 20 jogadores, chegaram mais de 15, o momento é de transição, vamos dizer assim”. 

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"Nem na Europa eu joguei com público assim"

Quantas vezes a torcida do São Paulo não ouviu de corintianos, palmeirenses ou santistas que “tricolores só vão para o estádio na boa?". Neste ano, mesmo com o time muito longe das primeiras colocações, o cenário mudou: recordes de público têm sido quebrados no Morumbi, que chegou a receber 56.052 pessoas na partida entre São Paulo e Cruzeiro.  

"Sei que nesses últimos jogos em casa foi algo espetacular o que fez o torcedor são-paulina. Não sei dizer como estava no começo do ano, sei que neste momento em que eu estou vendo foi algo extraordinário. Nem na Europa joguei com um público assim. Espetacular", disse Hernanes. 

"Adrenalina da torcida te faz dar algo a mais em campo"

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A experiência do profeta

Quando Hernanes voltou ao São Paulo, Lucas Pratto fez questão de que o recém-chegado vestisse a braçadeira de capitão. O argentino foi o primeiro a perceber que o meio-campista trazia algo diferente para o elenco. E essa contribuição vai além dos gols ou dos passes para os atacantes. Passa por uma espécie de “manual do profeta” que ele criou ao longo dos anos.

"Eu tenho tentado ter a percepção do momento [que o clube vive]. O que faz um profeta? Ele identifica os erros no comportamento e nas atitudes das pessoas. Quando elas sabem o que estão fazendo errado, uma mudança de comportamento pode fazer com que o futuro seja melhor. É isso que tenho procurado identificar: onde estamos errando para que a gente se arrume. Fazendo isso, nossas ações vão nos levar a um futuro melhor".

Não é a primeira vez que Hernanes faz isso: em em 2008, por exemplo, o São Paulo virou o segundo turno 11 pontos atrás do líder Grêmio e, logo depois, empatou em 2 a 2 com o Palmeiras após abrir 2 a 0. Para não deixar o moral da equipe baixar, Hernanes cumprimentou os colegas com a frase "bom dia hexacampeões brasileiros".

"Outro dia estava falando com o pessoal e todo mundo sempre pede uma profecia como essa. Mas outra característica do profeta é que nenhuma profecia se dá por vontade humana. É por inspiração”. 

Thiago Duran e Paduardo/AgNews Thiago Duran e Paduardo/AgNews

Apelido foi uma criação de Leifert

Muitos jogadores, quando vão dar entrevistas, economizam palavras. Hernanes nunca fez isso. Desde o início da carreira, suas entrevistas contavam com respostas longas e boas doses de filosofia. Esse discurso diferente chamou atenção de Tiago Leifert.

"O apelido surgiu em 2008, se não estiver enganado, quando o Tiago Leifert apresentava o Globo Esporte. Ele começou a me chamar de profeta com as minhas declarações e entrevistas. Fez até uma vinheta para quando eu iria falar. Começou ali." 

Gosto do apelido. Mais do que gostar, eu encarnei. Sempre falo que a minha conduta diária não é muito diferente daquela dos profetas. Sou um cara religioso, tenho a Bíblia como o meu manual de vida... Então, querendo ou não, as coisas combinaram

Sobre o "Profeta"

Paolo Giovannini / AP

O profeta na Europa

EFE/Andrea Staccioli EFE/Andrea Staccioli

Brilho na Lazio

Hernanes fez sucesso na Lazio, entre 2010 e 2014. No clube romano, conquistou o título da Copa da Itália em 2013 e, em 156 jogos, marcou 41 gols e deu 15 assistências. Em todas as temporadas com a camisa da Lazio, a equipe sempre terminou entre os cinco primeiros colocados do Campeonato Italiano.

Depois, acumulou passagens discretas por Inter de Milão e Juventus. Com tal experiência, sabe analisar as diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu. "A primeira coisa é a qualidade. O que eles fazem na Europa? O que tem de melhor no mundo eles levam. Consequentemente, a qualidade da matéria-prima tende a ser melhor. E a prerrogativa mais importante em qualquer coisa é a qualidade”, explica. 

AP/Antonio Calanni AP/Antonio Calanni

Feito inédito na Inter

Hernanes não ficou tanto tempo na Inter de Milão. Foram 52 jogos, 7 gols e 10 assistências em um ano e meio no clube – de janeiro de 2014 a agosto de 2015. Mesmo assim, o meio campista conseguiu um feito inédito: justamente em uma partida contra a Lazio, seu ex-clube, ele marcou um gol de falta de pé esquerdo. Esse detalhe é importante porque os outros gols de falta que marcou no futebol italiano foram com a direita.

Alguns dos melhores batedores de falta do Brasil se renderam ao talento do Profeta na época:

Foi espetacular. Nunca vi ninguém bater falta com a perna direita e com a esquerda. Para mim, bola parada com a esquerda é um sacrifício enorme. Só com bola em movimento mesmo. Ele é ambidestro e tem essa facilidade. Sou fã do Hernanes

Zico

Zico

O Hernanes é um cara diferenciado, é ambidestro. Ele já fez muitos gols de bola rolando, tanto com o pé esquerdo quanto com o direito. Agora, até de falta ele já fez. Eu jamais teria condições de fazer um gol de perna esquerda. Não tenho a mínima chance. É por isso que ele é diferenciado

Rogério Ceni

Rogério Ceni

O gol de falta dele com a perna esquerda não me surpreende. Quem acompanha o futebol dele vê a facilidade que tem para trabalhar com as duas pernas. Para mim, seria impossível fazer isso. A minha batida de perna esquerda não tinha potência. Dar passe, chutar com a bola rolando, tudo bem. De falta, nem em treino eu fiz. Agora os goleiros vão ficar ainda mais preocupados com ele

Juninho Pernambucano

Juninho Pernambucano

AFP PHOTO / MARCO BERTORELLO AFP PHOTO / MARCO BERTORELLO

Passagem rápida pela Juve

Em 2015, Hernanes chegou com moral na Juventus. O clube de Turim desembolsou 11 milhões de euros para tirá-lo da Inter de Milão. Mas o meio campista teve dificuldade para se adaptar ao estilo de jogo do clube.

Foram 35 jogos, 2 gols e 1 assistência com a camisa do clube. E muita dificuldade para se ajustar ao sistema do técnico Massimiliano Allegri – que o testou como meia, como segundo homem do meio-campo e como volante. Em sua segunda temporada, chegou a ser titular, mas sem convencer.

A situação do jogador era incômoda e, antes de acertar sua ida para a China, no início deste ano, chegou a conversar com Rogério Ceni sobre uma possível transferência para o São Paulo. "Falei com ele [Ceni] em janeiro, quando teve a especulação de que eu estava para voltar. Não deu certo".

Bruno Grossi/UOL Bruno Grossi/UOL

Negócio da China?

Quando Hernanes trocou a Juventus pelo Hebei Fortune, muita gente estranhou. O clube chinês desembolsou 10 milhões de euros para fechar contrato até dezembro de 2018. Do outro lado do mundo, o brasileiro acreditava que poderia seguir os passos de Renato Augusto e, quem sabe, reconquistar seu lugar na seleção brasileira.

Porém, a adaptação não foi das mais fáceis. Primeiro, seu técnico, o chileno Manuel Pellegrini, o usou centralizado, como primeiro volante, justamente a função em que teve dificuldades na Juventus. Depois, perdeu espaço com o limite de estrangeiros: o Heibei tinha o camaronês Mbia, o argentino Lavezzi, o brasileiro Aloisio e o marfinense Gervinho.

Hernanes até pediu para defender o time B para se manter em forma. Em pouco mais de seis meses, foram só oito jogos oficiais e um gol no Campeonato Chinês. 

Flavio Florido/UOL Flavio Florido/UOL

Afinal, qual é a posição do profeta?

Se você leu o que aconteceu na Juventus e no Heibei Fortune, percebeu que a posição em campo tem sido uma questão delicada nos últimos anos para Hernanes. Afinal, qual é a posição do profeta?

Durante boa parte da carreira, sempre existiu a dúvida. Versátil, ele já brilhou como volante de marcação e meia de criação. No São Paulo, ele quer ser algo intermediário: "Eu prefiro ser chamado de meio-campista... Depende do esquema de posicionamento. A Lazio, por exemplo, jogava com dois volantes e um meia. Eu era esse meia. Depois três jogadores na frente", lembra, usando como exemplo a fase em que mais brilhou na Europa.

No São Paulo, Hernanes tem feito justamente essa função: Petros e Jucilei ficam mais responsáveis pela marcação e ele tem liberdade para atacar mais, auxiliando os três jogadores do setor de ataque.

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Desejo de voltar à seleção

Aos 32 anos, Hernanes ainda tem alguns projetos na carreira. Um deles é ser convocado por Tite. "Tenho ambição de voltar. Acredito que ainda tenho chance e vou lutar", diz. A esperança cresce, também, olhando para o esquema de jogo da seleção. “O sistema é muito parecido com o 4-3-3, com um volante mais recuado e, à frente, dois segundos volantes ou dois meias mais recuados. É justamente a posição que tenho feito aqui, de segundo volante ou de meia recuado. É a posição perfeita. Como a seleção tem jogado, eu tenho jogado”, explica. 

Testemunha ocular do 7 a 1

Nem todos lembram, mas Hernanes foi um dos convocados por Felipão para a Copa do Mundo de 2014. Acompanhou do banco de reservas a derrota na semifinal da seleção para a Alemanha por 7 a 1, no Mineirão. E, até hoje, não sabe explicar muito bem o que aconteceu.

“No futebol e na vida, até porque uma coisa está ligada a outra, tem momentos em que você pega um caminho e descobre que ele não tem saída. Tudo começou lá atrás e, quando chegamos naquele momento, já não tinha mais volta. A gente tinha uma seleção muito forte, que era a melhor. Mas nossos dois jogadores mais importantes, o Thiago Silva, capitão, e o Neymar, que fazia a diferença, perderam aquele jogo. É uma coisa que vai te levando para uma situação que não tem volta. Da mesma forma que foi algo negativo, às vezes também acontecem coisas positivas. Aquilo não é uma verdade. Foi só um evento que acontece a cada 50 anos. Coisas que acontecem na vida e não têm explicação”, filosofa.

Ironicamente, o melhor momento de Hernanes foi justamente um ano antes daquela tarde: "Com certeza, meu melhor momento na seleção foi a Copa das Confederações. Porque o time jogou muito bem e eu também tive uma participação. Entrei em todos os jogos. Então, aquele período de 2013 foi o melhor momento". 

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Engenheiro e restauranteur

Hernanes tem o seu lado empreendedor. O jogador é dono de um restaurante em Fernando de Noronha. O estabelecimento era um sonho de criança. Nas horas longe do clube, ele também estuda engenharia cívil e cuida de uma enoteca em Turim, na Itália.

"Tinha três sonhos: ser jogador profissional, ter um restaurante e ser engenheiro", disse Hernanes. “Hoje, sou um empreendedor, vamos dizer assim”.

"Sempre tive imagens na minha cabeça em que me via com um restaurante. Porque eu gosto de trazer boas emoções e sensações para as pessoas. Quero que quem vai ao restaurante coma algo muito bom e saia feliz. Tem essa parte de mim que gosta de cozinhar o que as pessoas gostam". 

Mestre cuca

Hernanes avisa que não é só restauranteur. É também um cozinheiro talentoso. "Minha esposa tem cozinhado menos porque virou uma atleta. Mas ela cozinha muito bem, tudo que ela faz, faz bem feito. É impressionante. Mas os pratos mais sofisticados eu que faço", diz.

Na Itália, ele costumava convidar os amigos para mostrar esse talento. O maior sucesso era com o churrasco. "Os italianos chamam de barbecue, como o inglês. Mas, para eles, churrasco é salsicha e bifes que não têm nada a ver. Então, quando iam em casa e comiam churrasco brasileiro, ficavam maravilhados. 

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Mulher corre mais do que Hernanes

Hernanes pode até ter bom desempenho nos testes físicos no São Paulo, mas não chega perto dos números apresentados por Erica, sua mulher. Nos últimos anos, ela se dedicou às provas de rua e está se preparando para sua primeira maratona.

"Ela já fez várias meia-maratonas. Agora vai fazer a primeira maratona. Com certeza, está muito mais preparada do que eu. O máximo que eu corri em um jogo foi 15 quilômetros. Nunca consegui 21 quilômetros, não sei se dou conta. Ela já fez 30... Mas eu nem gosto dessas coisas. Não sei se sou capaz de fazer."  

Filho de profeta é profetinha?

Ele bate bem na bola e está evoluindo. Mas falo que ele joga muito pouco. Quando eu era criança, jogava o tempo inteiro. Então, talvez essa seja a diferença entre nós dois. Meu desejo é que se esse (ser jogador) for o desejo dele, será o meu. A gente treina desde quando ele tem 4 anos, treina... Se for o desejo dele, apoiarei e ficarei feliz

Sobre o filho

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Família de Hernanes anda de Kombi

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Quem nunca ligou a imagem de um craque de futebol a uma Ferrari ou um Porsche? Hernanes adora carros possantes. Mesmo assim, na sua garagem ele guarda uma Kombi.

"É da minha esposa. Ela sempre quis comprar. É porque a gente tem muito filho. São quatro. Então, aproveitamos que a Kombi tem sete lugares. Mas é uma Kombi retrô, bonitinha. É legal. É mais ela que dirige. No começo, tinha de fazer um pouco de força, mas depois pegou a manha".

Mesmo quando chega de escolher um carro mais de luxo, o jogador evita o lado boleirão e não quer ostentar. "O que eu gosto de carro é que tenha um motor potente, eu não gosto muito de carro esportivo. 

Não gosto de ostentar. Tenho [carros e bens] pelo meu prazer".

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