Denilson foi o mais caro jogador do mundo, mas pouco tempo depois se viu sem dinheiro. O motivo? O acordo obscuro que tinha com seu ex-empresário. “Meu pai descobriu esse problema. Quando ele disse que meu agente estava me sacaneando, eu falei que a possibilidade era zero [de ser verdade]. Mas meu pai e meu irmão começaram a fazer outras coisas para mostrar que aquilo estava acontecendo. Não sei como eles levantaram tudo aquilo, mas vieram com todos os números. Eu sempre fui o provedor. Naquele momento, disse que meu pai tinha razão, que minha mãe tinha razão, que meu irmão tinha razão. Eu estava sendo sacaneado”.
“Teve o auge de ser o jogador mais caro. E foi muito legal. E tiveram também os problemas. Tive que aprender a administrar o dinheiro. Primeiro porque eu perdi, depois porque, em algum momento, eu voltei a ter. Aprendi a cuidar do que realmente era meu. E sabia o quão difícil foi ter isso novamente”
Eu fui o jogador mais rico e o mais pobre em um espaço muito curto de tempo. E ninguém sabia disso”.
Denilson conta que precisou começar do zero na questão financeira. “Veio a turbulência, veio o correr atrás. Nem sei se meus pais sabem disso, mas passei algumas noites em claro pensando de que forma que eu ia recuperar aquilo. De que forma que eu ia pagar minhas dívidas. Cheguei a única conclusão possível: o que eu sei fazer é jogar futebol. Eu estava me dedicando, logicamente, mas meu subconsciente me dizia que eu estava em uma situação financeira confortável. De repente, poderia abrir mão de um contrato de longo prazo para ser feliz em outro lugar. Mas aquilo virou uma necessidade de novo. A mesma necessidade que eu tinha com 15, 16 anos”.
“Eu estava em um momento de baixa. Eu tinha saído da Copa do Mundo de 98, não era convocado para a seleção brasileira, meu time tinha caído para a Série B do futebol espanhol, eu tinha vindo para o Flamengo e o Flamengo não tinha me pagado. Voltei para o futebol espanhol com tudo isso na minha cabeça. E aí, do nada, comecei a jogar bem. Acho que de muito trabalho, muito treino. Voltei a recuperar o que eu tinha, até um pouco mais do que eu tinha e que o cara tinha tirado”.
Nota: O primeiro empresário de Denilson, que intermediou a venda do jogador ao Bétis, organizava as finanças do jogador e ficou com a parte da transferência que correspondia ao atleta.