Guerra aberta

Resumo da 30ª rodada: Palmeiras e Flamengo se enfrentam na semana que vem, mas jogo já começou nos bastidores

Bruno Doro e Diego Salgado Do UOL, em São Paulo
Ale Cabral/AGIF

Agora, o Maracanã

Flamengo e Palmeiras entram em campo no próximo sábado, às 19 horas, no Maracanã. Mas o confronto entre os dois primeiros colocados do Campeonato Brasileiro (os paulistas lideram com 62 pontos, com os cariocas na vice-liderança, com 58) começou ainda neste domingo. Assim que terminou a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, o técnico Luiz Felipe Scolari e o diretor de futebol Alexandre Mattos dispararam contra a arbitragem. As reclamações tinham a ver com os cartões levados no Pacaembu, que tiraram quatro jogadores da próxima rodada.

“Só eu que perdi [jogadores pelo terceiro cartão amarelo]. Parece até que tinha uma lista pronta. Vai prejudicar, sim, todo mundo sabe que vai prejudicar. Volto a afirmar, todo mundo sabe. Mas eu confio no meu grupo", disse Felipão.

A ira do gaúcho tinha como alvo as advertências recebidas por Bruno Henrique, Lucas Lima e Mayke. Os três entraram em campo pendurados – o árbitro André Luiz de Freitas Castro ainda deu amarelos para Hyoran e Diogo Barbosa (que nem entrou em campo) e expulsou Deyverson (outro que estará suspenso).

“Parece que o árbitro sabia claramente do jogo do Maracanã”, disse Mattos na zona mista do Pacaembu. “A gente fica pensando e cobrando porque está muito estranho. Já sabe que tem o jogo no Maracaná e tira meio time”, atacou o dirigente.

Do lado flamenguista, o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello rebateu: "Depois de 2016, falar que o Flamengo está sendo beneficiado é ridículo", disse, em entrevista ao Globoesporte.com. Ele citou erros em jogos contra o Palmeiras em 2015, 2016 e 2017 em que o rubro-negro se sentiu prejudicado.

Além disso, o próprio Flamengo tem um problema para lidar - apesar do bom momento após os 4 a 0 em cima do Paraná. O goleiro Diego Alves, recuperado de contusão, se recusou a viajar para Curitiba quando soube que seria reserva. A diretoria disse que ele será punido.

O outro Diego, o meia ex-Santos, passou por situação parecida. Sofreu uma lesão e perdeu o posto de titular – o time que marcou dez gols nos últimos três jogos no Brasileirão tem um meio-campo formado por Cuellar, Arão e Paquetá. Ele, porém, aceitou a reserva. “O Flamengo é muito mais importante do que minha titularidade”.

Arte UOL

Assista aos gols da rodada

Foram bem

  • Lucas Paquetá (Flamengo)

    Foi o nome dos 4 a 0 sobre o Paraná. Fez gol, deu caneta e levantou a torcida no 1º jogo após a confirmação (pelo Fla) da venda para o Milan.

    Imagem: Buda Mendes/Getty Images
  • Bruno Henrique (Palmeiras)

    No dia do aniversário de 29 anos, fez os dois gols do Palmeiras nos 2 a 1 sobre o Ceará. Fez um gol de pênalti e outro em chute forte de longe.

    Imagem: Ale Cabral/AGIF
  • Luciano (Fluminense)

    Tarde de herói. O gol da vitória sobre o Atlético-PR foi dele, no fim do jogo. Além do lance decisivo, o atacante já havia criado chances de perigo.

    Imagem: Lucas Merçon/Fluminense
  • Fábio (Cruzeiro)

    Completou 800 jogos no Cruzeiro e abrilhantou a marca com uma partida excelente. Seguro sempre que foi exigido, evitou um gol contra de Dedé.

    Imagem: Thomas Santos/AGIF

Foram mal

  • Deyverson (Palmeiras)

    Expulso no fim do 1º tempo por uma solada no peito de Richardson, o atacante colocou em risco uma vitória que se desenhava tranquila.

    Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images
  • Diego Alves (Flamengo)

    O Flamengo venceu o Paraná por 4 a 0, mas o goleiro não estava em Curitiba. Ele se recusou a viajar quando soube que o titular do Fla seria César.

    Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo
  • Yago Pikachu (Vasco)

    Sofreu uma pancada na cabeça, teve perda de consciência e foi forçado pelo médico vascaíno a ser substituído. O problema? Ficou revoltado com a decisão.

    Imagem: Pedro Vale/AGIF
  • Raphael Alemão (Paraná)

    O jogador do Paraná entrou no segundo tempo, mas foi expulso aos 26 minutos após entrada dura e lamentável no lateral esquerdo René, do Flamengo.

    Imagem: Geraldo Bubniak/Paraná Clube

Frases da rodada

Agressões, nenhuma. Recebi ameaças. De formar grupo em frente à escola do meu filho de dois anos. É brincadeira. Graças a Deus não aconteceu nada. Muitos atleticanos falaram comigo que vão fazer o possível para que nada aconteça. É como eu falei, é zoação. Espero que não aconteça, que deixem minha família em paz

Thiago Neves

Thiago Neves, do Cruzeiro, após marcar um gol nos 3 a 0 sobre a Chapecoense, comentando provocações ao rival Atlético-MG depois do título da Copa do Brasil

Temos de pensar no que está acontecendo. Estamos próximos da zona de rebaixamento, é desconfortável. Quando estamos concentrados. é difícil de nos bater. Está faltando só um pouco de concentração, tem de ficar ligado o tempo todo para não acontecer isso aí. A gente acaba dando o gol de lambuja, temos de aprender com os erros

Jadson

Jadson, meia do Corinthians, que em seu primeiro jogo após perder a decisão da Copa do Brasil empatou em 2 a 2 com o Vitória

O bandeira apontou escanteio. O árbitro não marcou. Eu estava do lado do 4º árbitro. Olhando pro bandeira. Como é que ele [árbitro] marcou o pênalti 45 segundos depois? Teve interferência externa da televisão hoje aqui

Lisca

Lisca, técnico do Ceará, sobre o pênalti que levou ao primeiro gol do Palmeiras na derrota por 2 a 1

Eu sou o responsável pelo resultado. Eu não conheço todos os jogadores, tenho que perguntar o nome de alguns ainda

Levir Culpi

Levir Culpi, técnico do Atlético-MG, que perdeu por 1 a 0 para o Fluminense em sua primeira partida no comando do time mineiro

A gente está fazendo uma parceria legal, mas sem os outros não seria nada. Graças a Deus fiz o gol. Depois, vou pagar uma janta pra ele

Luciano

Luciano, atacante do Fluminense, após a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG. Quem ganhou o jantar grátis foi o lateral Everaldo

Fizemos um bom jogo, até. Poderia ter vindo a vitória, não veio. Com mais tranquilidade, teríamos vencido

Douglas

Douglas, meia do Grêmio, após o 0 a 0 com o América-MG

MAURICIA DA MATTA / EC VITÓRIA MAURICIA DA MATTA / EC VITÓRIA

Corinthians já tem campanha de rebaixado

Quando você ouvir que o risco de rebaixamento do Corinthians é real, acredite. O empate com o Vitória em Salvador fez o time de Jair Ventura fechar a 30ª rodada com campanha inferior à do rebaixamento de 2007. São 36 pontos na tabela do atual do Brasileirão, contra 37 pontos em 30 partidas disputadas no ano do descenso.

Naquela ocasião, porém, o Corinthians já figurava na zona de descenso. O time encerrou a rodada na 17ª posição, na cola do Atlético-MG, 16º colocado com o mesmo número de pontos, mas uma vitória a mais. Hoje, a equipe paulista ocupa a 12ª colocação, com cinco pontos de vantagem para o Ceará, o primeiro time da zona de rebaixamento.

A diferença entre as duas situações é o maior número de equipes que lutam para ficar na Série A. Hoje, apenas sete pontos separam o Bahia, 11º colocado na tabela com 37 pontos, do Sport, que ocupa o 19º lugar com 30. Isso significa que nove times brigam contra o rebaixamento atualmente (o número sobre para dez se você considerar o Paraná, 13 pontos atrás do Sport e que precisaria somar 17 pontos - o mesmo número que somou até agora em 30 rodadas - para deixar a degola).

Em 2007, o Corinthians não conseguiu se salvar nas oito rodadas finais. O time alvinegro só venceu uma partida, empatou quatro e saiu derrotada de campo três vezes. Com isso, somou 44 pontos ao término do campeonato, na 17ª posição.

A campanha do Corinthians de Jair só não é a pior da era dos pontos corridos porque existiu o time de 2006. Há 12 anos, ao fim da 30ª rodada, a equipe comandada por Emerson Leão somava apenas 35 pontos. Nas últimas oito rodadas, porém, os corintianos se recuperaram com cinco vitórias e três empates. Ao somar 53 pontos, terminaram a competição em nono lugar.

Renê, do Flamengo, e Weverton, do Palmeiras, se destacam

REUTERS/Paulo Whitaker REUTERS/Paulo Whitaker

Lucas Lima e o excesso de um

Não entrando na guerra de declarações que deve acontecer entre Palmeiras e Flamengo até o próximo sábado, a súmula do árbitro André Luiz de Freitas Castro para a vitória paulista sobre o Ceará, no Pacaembu, trouxe um detalhe inusitado.

Ao justificar o cartão dado para Lucas Lima aos 33 minutos, Castro afirmou que o meia foi advertido por "infringir persistentemente as regras do jogo, cometer faltas persistentemente". Lucas Lima, no entanto, cometeu apenas uma falta, segundo dados do Footstats.

A justificativa de outro cartão, para o lateral Mayke, também tinha um errinho: o árbitro justificou que o lateral retardou "excessivamente a execução de um arremesso lateral". Só que o lance, ocorrido aos 28 minutos do segundo tempo, se tratava de uma cobrança de falta.

Os dois, aliás, estão fora do duelo contra o Palmeiras.

A primeira vez para Fábio Santos

O lateral Fábio Santos é especialista em pênaltis. No Atlético-MG, acumulava oito cobranças convertidas. Variava o estilo do chute, os cantos, no alto ou embaixo. Neste domingo, porém, aconteceu algo inédito: ele perdeu seu primeiro pênalti com a camisa do Galo.

Quando o duelo contra o Fluminense estava 0 a 0, ele correu para a bola, fez uma paradinha, deslocou o goleiro para a esquerda, chutou no canto direito e acertou a trave. "Estou muito chateado. A gente sabia que precisávamos demais de uma vitória. Acabei errando o pênalti. Falta de treinamento não é, vocês sabem disso”.

"A gente sabe que, se eu faço o gol, seria diferente. Eles teriam que sair para o jogo, teríamos o contra-ataque com jogadores rápidos. Mas, hoje, infelizmente, acabei errando. Assumo a responsabilidade pela derrota. Infelizmente, acontece".

Thiago Ribeiro/AGIF Thiago Ribeiro/AGIF

A chuteira de Lindoso

Um lance inusitado aos 29 minutos do segundo tempo causou reações diferentes na derrota do Botafogo por 1 a 0 para o Bahia. A chuteira direita do volante Rodrigo Lindoso saiu e o jogador colocou a bola para a linha lateral para calçá-la novamente. A situação irritou os torcedores, que exigiam pressa.

"Vou evitar polêmica. Quando o pessoal começou a vaiar, fiz o sinal para eles continuarem. Peço até desculpa. O torcedor tem direito de falar, mas eles também têm que ser compreensivos. Como vou jogar sem uma chuteira?"

Daniel Vorley/AGIF Daniel Vorley/AGIF

Mais uma bronca de Renato

Renato Gaúcho não gosta de ser interrompido. Todo mundo que costuma ir às entrevistas em jogos do Grêmio sabe disso. Mas, às vezes, os repórteres não aguentam... Aconteceu no empate com o América-MG.

Renato falava sobre o jogo quando um profissional de rádio que, falando alto, iniciava sua participação na entrevista. "Continua discursando, amigo, vai, vai...", falou dirigindo-se ao profissional que falava alto.

As pessoas ficam de fone no ouvido e não sabem o que se passa ao redor".

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