Faltou ousadia?

Resumo da 25ª rodada: com volantes e zagueiros em abundância, só um dos seis primeiros colocados venceu

Do UOL, em São Paulo
Cesar Greco/Agência Palmeiras

O São Paulo jogou com três zagueiros no empate sem gols com o Santos. O Palmeiras usou três volantes no 1 a 1 com o Bahia. O clássico em Minas acabou também no 0 a 0, com cinco volantes começando a partida. Ousadia mesmo só com o Flamengo: um cabeça de área contra o Vasco. A ironia? Foi o rival que marcou os dois gols do 1 a 1 - um a favor e um contra.

O resumo da 25ª rodada, que termina nesta segunda-feira com o duelo entre o Inter (que pode abrir na liderança) e a Chape, é que valeu mais fazer o arroz com feijão, como o Grêmio: dois volantes, time titular poupado e 2 a 0 sobre o Paraná. Foi a única vitória de um dos seis primeiros no fim de semana.

Classificação após a rodada do fim de semana

Assista aos gols da rodada

Foram bem

  • Robson Alves (Santos)

    Seguro contra o São Paulo, zagueiro aproveitou a lesão de Lucas Veríssimo para, mais uma vez, mostrar serviço ao técnico Cuca.

    Imagem: divulgação
  • R. Veiga (Atlético-PR)

    Virou carrasco dos cariocas neste Brasileiro: além de deixar o dele contra o Flu, também marcou contra Flamengo e Vasco.

    Imagem: Jason Silva/AGIF
  • Ramires (Bahia)

    Fazendo apenas seu 2º jogo como profissional, o meia de 18 anos deu muito trabalho. Foi dele o drible em F. Melo que originou gol do Bahia.

    Imagem: Felipe Oliveira / EC Bahia
  • Alisson (Grêmio)

    Atacante mudou o jogo na vitória sobre o Paraná: cavou o pênalti que abriu o placar, driblou rivais e fez cruzamento perfeito para o segundo.

    Imagem: Lucas Uebel/Grêmio
LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C. LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Foram mal

  • Arboleda (São Paulo)

    Não foi mal no geral, mas cometeu duas falhas consideráveis. Em uma delas, entregou a bola para Rodrygo, que por pouco não balançou as redes.

    Imagem: Érico Leonan/saopaulofc.net
  • Gum (Fluminense)

    No jogo em que completou 400 jogos pelo Flu, cedeu a bola para Pablo abrir o placar. No terceiro do Atlético-PR, perdeu no alto para Léo Pereira.

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Diego (Flamengo)

    Vinha mal em campo, sem criatividade, e ainda deixou o time na mão após ser expulso no começo do segundo tempo, por reclamação após uma confusão.

    Imagem: Luciano Belford/AGIF
  • Roger (Corinthians)

    A fase não é boa para o centroavante. Contra o Sport, Corinthians até criou jogadas, mas ele não acertou as conclusões. E ainda deixou o jogo bravo.

    Imagem: Stephan Eilert/AGIF
TIAGO CALDAS/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO TIAGO CALDAS/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Na rodada da falta de ousadia, Felipe Melo decide. Para o bem e para o mal

O Palmeiras fazia um raro jogo sem empolgação no comando de Luiz Felipe Scolari (talvez porque o comandante estivesse suspenso, substituído por Paulo Turra) quando Felipe Melo, dentro da área verde, deu um bizarro carrinho no vazio. Claro, o gol do rival saiu: Ramires, o autor do drible, rolou para Gilberto, que abriu o placar.

Seria a chave para mais uma semana de críticas para o volante. Mas ele se redimiu: no segundo tempo, quando os paulistas pressionavam pelo empate, ele subiu no terceiro andar. O placar terminou 1 a 1 e, com um Palmeiras escalado com três volantes, foi seu atleta mais “ousado” que garantiu o resultado.

A lembrança ao bordão de Felipe Melo não é aleatória. É o início de um questionamento. Cinco dos seis primeiros colocados entraram em campo no fim de semana e só um jogou com menos de dois volantes. É verdade que, no futebol de hoje, cabeça de área não é sinônimo de retranca, mas será que não faltou ousadia?

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

Vamos aos fatos:

1. O São Paulo escalou três zagueiros e dois volantes para o clássico contra o Santos. Mais do que isso: Everton jogou só um tempo e, no segundo, o São Paulo começou com três beques e três volantes (Jucilei, Hudson e Liziero). Tudo bem que o time da Baixada vinha em alta, com quatro vitórias nos últimos cinco jogos e um Gabigol artilheiro do torneio. Mas era necessário tanta cautela? Não por acaso, o time da capital só conseguiu cinco finalizações na partida e o 0 a 0 na Vila Belmiro teve domínio santista (que poderiam ter vencido não fosse por Rodrygo, que perdeu o gol da vitória, no segundo tempo, na cara de Sidão).

2. O Palmeiras entrou em campo com três volantes contra o Bahia. Felipão estava suspenso, então, tecnicamente, foi Paulo Turra quem mandou para campo Felipe Melo, Bruno Henrique e Jean. E faltou ofensividade: foram só sete finalizações verdes na partida. Lucas Lima não conseguiu criar, Hyoran e Borja pouco incomodaram a defesa baiana. O empate veio em uma bola parada e só quando titulares (Dudu e Willian) entraram o time pressionou o Bahia no 1 a 1.

3. Jogar com só um cabeça de área é ousadia? Se sim, o Flamengo salvou a rodada. O problema é que, mesmo com uma escalação teoricamente ofensiva (Piris da Motta era o único jogador claramente de marcação no meio rubro-negro), foi o Vasco que marcou os dois gols do 1 a 1. Andrés Rios abriu o placar e Luiz Gustavo marcou contra.

4. O Grêmio não apostou nos defensores, como São Paulo e Palmeiras, mas também não abriu mão da proteção. Renato Gaúcho escalou um time reserva (para poupar os titulares para encarar o Atlético Tucumán, na terça-feira) com dois volantes (Kaio e Matheus Henrique) para o jogo contra o Paraná. Venceu por 2 a 0, mas teve dificuldades para furar a retranca rival – foram 20 finalizações para construir o placar.

5. Em Minas, o Atlético-MG encarou o Cruzeiro. O clássico terminou sem gols e sem emoção. Pudera: Thiago Larghi mandou para campo dois volantes (Adilson e Elias), enquanto Mano Menezes escalou três cabeças de área (Romero, Cabral e Bruno Silva). Como comparação, foram 20 finalizações divididas pelos dois times, justamente o mesmo número que o Grêmio. Não à toa, o único time que venceu entre os seis primeiros no fim de semana.

Bruno Riganti/AGIF Bruno Riganti/AGIF

Primeiro, eu tenho de defender, mas hoje fiz um gol que eu tanto esperava

Danilo Avelar

Danilo Avelar, lateral do Corinthians, e autor do gol que deu a primeira vitória sob o comando do técnico Jair Ventura

É um momento delicado pelo qual estamos passando. Estou me preservando um pouco de falar. Cada um tem sua forma de se expressar

Jadson

Jadson, autor do primeiro gol do Corinthians, admitindo incômodo com a fase do time

Não é muito o meu perfil fazer essas coisas, mas eu até brinco com o pessoal. De perto e meia distância, dá para sofrer gol. Mas de longe, não

Cássio

Cássio, goleiro do Corinthians, após matar um chute no peito contra o Sport

Pelas chances criadas, não foi a vitória a qualquer custo. Foi a vitória controlada, equilibrada, no final do jogo. Mas poderia ter sido antes

Jair Ventura

Jair Ventura, técnico do Corinthians, sobre os 2 a 1 sobre o Sport

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

Se é para acabar, acaba na falta, não depois. Bate na barreira e ele acaba? Deu quatro de acréscimo e depois mais um, a gente teria tempo. Mas é sempre assim

Gabigol

Gabigol, atacante do Santos, reclamando do momento em que o árbitro encerrou o clássico contra o São Paulo

Estamos um ponto na frente do Inter. agora é secar para a gente se manter lá em cima

Reinaldo

Reinaldo, lateral do São Paulo, após o 0 a 0 contra o Santos, em referência ao jogo do Inter, na segunda-feira, contra a Chape

Só não saímos com o resultado positivo porque o Murilo ainda precisa de uma benzedeira

Mano Menezes

Mano Menezes, técnico do Cruzeiro, lembrando de um gol que o zagueiro perdeu no empate em 0 a 0 com o Atlético-MG

O Bambu estava ali, vi o potencial nos treinos e a gente está muito contente, mas vamos ter que conversar de perto logo, logo. Finda o contrato no fim do ano e a gente quer que ele fique. Aqui é a casa dele, e ele tem que valorizar o clube que o fez. É até um recado para o empresário dele. Aí o menino não fica e acaba não jogando mais...

Cuca

Cuca, técnico do Santos, após o 0 a 0 com o São Paulo, sobre o zagueiro que, agora, quer ser chamado de Robson Alves

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Vê TV - Cléber Machado e o VAR: "Hoje não!"

O clássico San-São fez o narrador Cleber Machado a resgatar um de seus famosos bordões: “Hoje não! Hoje não! Hoje sim!”. Quando o atacante santista Derlis González fez o sinal do árbitro de vídeo após a marcação de um impedimento, ele lembrou que o recurso não é usado no Brasileirão:

“Hoje não! Hoje não tem televisão! Hoje não!”, soltou o narrador no momento em que a imagem com o pedido inusitado do camisa 17 foi recuperada. “Na próxima! Na próxima, González! Isso é assunto para os nossos colegas da Central do Apito. Se todo lance a gente ficar fazendo este sinalzinho da televisão, olha o estrago que vai fazer. Nós vamos avacalhar o árbitro de vídeo.”, completou Cléber.

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ADALBERTO MARQUES/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO ADALBERTO MARQUES/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

O clássico da ambulância

A cena mais inusitada do fim de semana aconteceu no clássico entre Flamengo e Vasco, no sábado, no estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Após uma dividida muito forte aos 27 minutos do segundo tempo entre Luiz Gustavo e Bruno Silva, do Vasco, o segundo bateu a cabeça e caiu desacordado. O jogador precisou deixar o gramado de ambulância.

O bizarro é que o veículo teve uma pane, não ligou quando o atendimento foi feito e os atletas dos dois times precisaram empurrar para que o veículo pegasse no tranco.

"Achei até que o motorista estava de brincadeira, mas ele disse que tinha desligado e pediu nossa ajuda. Conseguimos empurrar um pouquinho e a ambulância pegou no tranco"

Réver, zagueiro rubro-negro, ao Sportv

Bruno chegou ao hospital reclamando de dores na cabeça, no pescoço e na perna direita. Passou por uma tomografia na região da cabeça e da cervical. Na manhã de domingo, foi submetido a uma nova bateria de exames. Sem alterações, ele foi liberado do hospital.

Arte UOL

Números: Cazares vai mal nos passes, Felipe Melo evita cartões

Arte UOL

Que golaço! Pena que foi contra...

Fui infeliz na bola. Agora é levantar a cabeça e continuar trabalhando

Luiz Gustavo

Luiz Gustavo, zagueiro do Vasco, que marcou contra no empate em 1 a 1 contra o Flamengo

Thiago Ribeiro/AGIF Thiago Ribeiro/AGIF

Com Lisca, Ceará é G6

No sábado, o Ceará fez 2 a 0 no Vitória. Já são quatro jogos invictos, incluindo três triunfos no período. Pela primeira vez desde a terceira rodada do Brasileirão, os cearenses podem fechar uma rodada fora da zona de rebaixamento. O time está em 16º lugar, com 27 pontos – dois a mais do que a Chapecoense, que joga nesta segunda (17) contra o Internacional.

Mais importante do que isso, porém, é o efeito que a contratação do técnico Lisca teve na equipe. O gaúcho chegou ao Ceará em 4 de julho e, desde então, foram 6 vitórias. Em 13 partidas, Lisca e seus jogadores somaram 22 pontos – é o 5º time de toda a competição que mais pontos somou no período. Só Palmeiras (28), Inter (27), São Paulo (27) e Grêmio (24) fizeram mais pontos.

Jogador do Ceará repete o "Sabia Não"

O atacante Marinho, hoje no Grêmio, ficou famoso por aqui não apenas por seus gols, mas pelo carisma. Em 2015, após marcar um gol contra o Santa Cruz pela Série B, ele levou um cartão amarelo e foi suspenso. Quando os repórteres perguntaram para ele porque tirou a camisa após o gol (o que gerou a punição), ele respondeu com espontaneidade: “Que m..., sabia não”.

Neste fim de semana, um jogador do Ceará repetiu a frase do antigo ídolo do clube: o lateral Samuel Xavier marcou na vitória sobre o Vitória e, ao comemorar, foi em direção às escadas do estádio Castelão. Mas... “Quando pulei a placa, lembrei que já levei amarelo por subir a escada. Ai pensei: ‘vou colocar [a cabeça do personagem] Vovozão’. Eu não sabia, mas o árbitro falou que não poderia colocar”, contou o jogador ao Premier. “É... Sabia não! Igual ao Marinho”.

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Bolsonaro e o futebol

A política entrou em campo neste domingo. Primeiro, no meio da arquibancada do Mineirão, quando um setor da ´torcida do Atlético-MG entoou um grito homofóbico em referência ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL).

"Cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado".

A reação foi combatida nas redes sociais por torcedores do próprio Atlético-MG e o time também publicou um post condenando a atitude de parte da torcida.

Pouco mais tarde, o palmeirense Felipe Melo mostrou apoio ao candidato do PSL: “Quero agradecer a Deus pelo gol, à família. Esse gol vai para o nosso futuro presidente Bolsonaro. É muito importante seguir nessa sequência de não perder”, disse.

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