"Transexual no esporte é barreira perigosa para mulheres"
No ano passado, a ponteira Tifanny se tornou a primeira atleta transexual a atuar na Superliga. Sua contratação gerou uma onda de solidariedade entre os que defendem a integração de pessoas trans, mas também provocou algum incômodo no esporte. Algumas atletas reclamaram de sua força física e lembraram que o corpo de Tifanny se formou antes de ela fazer a transição de gênero.
No Twitter, Ana Paula criticou a participação de Tifanny do campeonato. Desde então, tem se posicionado contra a inclusão de transexuais na modalidade feminina. A federação internacional de vôlei recomenda que as federações locais permitam a participação de mulheres trans, desde que exames atestem um limite de testosterona no sangue. Tiffany está dentro do limite permitido.
“Eu acho que a principal barreira que as mulheres vão enfrentar no esporte é a inclusão de transexuais, e essa é uma barreira perigosíssima”, afirma Ana Paula. “Essa pauta sai da esfera da tolerância e vira uma questão científica, biológica. Homens que foram formados com testosterona durante anos e mulheres que não têm esse direito em momento algum da vida.”
Ela acredita que a liberação vai levar pais de crianças a produzirem superatletas trans para competir com mulheres. E, no longo prazo, isso causaria a expulsão de mulheres cisgênero do esporte.
“Vai ter criança que vai começar a tomar testosterona. Com 12 anos, faço uma superatleta com testosterona. Com 17, baixo o nível de testosterona daquela menina. Ela parece homem, tem corpo formado como homem e vai jogar com meninas que passaram o tempo todo ali limpas”, afirma ela.
“Por que o transexual pode ser homem, usar testosterona durante 30 anos, ter músculo mais forte, coração maior que o meu, pulmões maiores e eu não pude ter isso? Cadê as feministas dizendo que as mulheres vão ficar de fora? Não tem como competir. É biologia humana. Homem e mulher. Mulheres vão ser ceifadas do esporte.”