Apesar de não falar ainda oficialmente como pré-candidato, Boulos disse que o próximo governo vai precisar fazer um plebiscito para que a população decida se aceita ou rejeita as mudanças feitas durante o governo de Michel Temer (MDB).
"O próximo governo não tem como não colocar um plebiscito para revogação de uma série de medidas tomadas pelo governo ilegítimo do Temer. Esse governo não foi eleito e a agenda que ele colocou também não foi eleita pelo povo brasileiro", disse.
Para ele, aumentar a participação popular é a saída para a crise do sistema político brasileiro.
"O povo tem que decidir várias coisas, porque se você deixa o Congresso como único espaço de decisão, vai acontecer o que aconteceu nos últimos 30 anos no Brasil. O MDB nunca elegeu um presidente da República, mas deu as cartas em todos os governos, chantageou quase todos os governos", disse.
E foi além: para Boulos, além de aumentar a participação popular, é preciso fazer com que o partido do presidente Michel Temer se torne oposição.
"Um próximo governo, se tiver compromisso com a maioria do povo, tem que ter o compromisso também de botar, pela primeira vez na história da Nova República, o MDB na oposição. Porque o MDB, em todo governo, é governo", disse.
Mas aumentar a participação popular na política, para Boulos, não seria sinônimo de negar o papel do Congresso Nacional. "O Congresso é Legislativo, tem um papel de decisão, ele só não pode decidir tudo. A sociedade não pode terceirizar o poder de decisão política ao Congresso e ponto final".
Fazendo a ressalva de que ainda não faz parte do PSOL, Boulos disse que há um esforço "muito grande" do partido de lançar chapas fortes ao Legislativo, com Marcelo Freixo como candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro e Chico Alencar como candidato a senador.
"A bancada atual do PSOL, que é uma bancada muito comprometida e bem avaliada, vai também buscar a reeleição. Terá uma gama de novas candidaturas em todo o país que expressam, no meu entendimento, muitas delas, um processo de renovação de conceito da política", explicou.