O pior já passou?

Com nova queda do PIB, o que podemos esperar da economia daqui em diante

Maria Carolina Abe e Sophia Camargo Do UOL, em São Paulo
Bobby Fabisak/JC Imagem/Estadão Conteúdo
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Encolhemos

A economia brasileira vive sua pior sequência de quedas dos últimos 20 anos. O PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Na comparação de um ano atrás, com o segundo trimestre de 2015, o PIB caiu 3,8%. 

Nessa comparação anual, é a nona queda seguida. Em relação ao trimestre anterior, o PIB sofreu seu sexto recuo consecutivo. Em ambas as medições, trata-se da maior sequência de resultados negativos em 20 anos, desde 1996, quando se iniciou essa série histórica de dados.

Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), coincidentemente, no mesmo dia em que foi confirmado o impeachment de Dilma Rousseff.

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O que o PIB tem a ver com a sua vida?

Você deve ter notado...

  • Empresas fechando

    As empresas vendem menos, lucram menos e começam a demitir. Muitas fecham as portas. De janeiro a julho, foram 1.058 pedidos de falência no país

    Imagem: Getty Images/iStockphoto/Ruslan Gilmanshin
  • Carteira em baixa

    O país fecha vagas com carteira assinada há 16 meses. De janeiro a julho, foram 623.520 a menos. No acumulado de 12 meses, 1,71 milhão a menos

    Imagem: Rafael Hupsel/Folha Imagem
  • Desemprego em alta

    Há menos vagas, e gente que estava parada, como estudantes e donas de casa, decide procurar emprego. O desemprego atinge 11,8 milhões de maio a julho

    Imagem: iStock/ATINAT_FEI
  • Renda mais curta

    A renda média do trabalhador, descontando o efeito da inflação, caiu para R$ 1.985 de maio a julho --uma queda de 3% em relação ao ano passado (R$ 2.048)

    Imagem: Divulgação/TV Globo

E agora?

A economia brasileira está piorando menos, mas ainda se mantém longe da recuperação, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. Para eles, a situação deve começar a se estabilizar no terceiro trimestre, mas só devemos voltar a crescer no começo de 2017.

O impeachment ajuda a melhorar a expectativa positiva, mas só medidas efetivas devem resolver, segundo eles. São necessárias medidas para equilibrar as contas públicas e grandes reformas --como da Previdência, tributária e trabalhista--, que vêm sendo adiadas.

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Imagine que você caiu em um buraco de 7 metros. Ainda que você suba um metro, você ainda tem seis metros de buraco. O Brasil caiu nesse buraco e a economia terá de crescer 7% para voltar ao nível de 2014. E isso só deve acontecer em 2020.

Simão Silber, Professor de economia da FEA-USP

Para muitos brasileiros, o ponto mais alto dos Jogos Olimpícos do Rio de Janeiro foi o dia 15 de agosto, no Engenhão, quando Thiago Braz ganhou uma medalha de ouro inesperada no salto com vara. A economia do Brasil não está nem perto de realizar um grande feito como o salto de Braz, mas está dando alguns sinais de retomada.

Revista "The Economist"

Má notícia...

Apesar dos sinais de que a recessão começa a perder a força, o desemprego, que atinge 11,8 milhões de brasileiros, deve aumentar ainda mais até 2017, preveem os economistas.

O desemprego é o último indicador que piora e o último a se recuperar, pois para voltar a haver contratação, a economia tem que engrenar completamente outra vez.

"Por enquanto, ainda estamos destruindo vagas de trabalho. Voltar a criar vagas no primeiro semestre de 2017 é até uma expectativa otimista", diz Luiz Fernando Castelli, economista da consultoria GO Associados.

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