Dólar recorde: como lidar

Entenda os motivos que fizeram o dólar disparar e veja dicas do que fazer para comprar a moeda

Edição: Maria Carolina Abe Do UOL, em São Paulo
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Dia 13 de setembro de 2018. Esta data ficou marcada por um novo recorde: o dólar comercial fechou a R$ 4,196 na venda, maior valor de fechamento desde a criação do Plano Real, em 1994.

O recorde anterior era de 21 de janeiro de 2016, quando havia terminado o dia em R$ 4,166.

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Para você é mais caro

O valor recorde divulgado pela imprensa, inclusive o UOL, é do dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Dólar comercial: é usado por grandes bancos e empresas, principalmente para exportar produtos. Eles geralmente negociam um volume grande de moeda e conseguem descontos nas taxas.

Dólar turismo: é vendido a pequenos compradores, que usam dólar para viajar. O valor é mais alto porque a corretora ou casa de câmbio inclui na conta seu lucro e seus custos --por exemplo, locação do imóvel, pagamento dos funcionários, seguro contra roubos etc. Também há incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

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O que fez o dólar subir?

  • Eleições no Brasil

    Faltando pouco tempo para as eleições, o cenário continua indefinido. Isso assusta investidores, que não sabem se o novo presidente vai seguir com o ajuste das contas públicas. Pesquisas eleitorais, notícias e boatos deixam o mercado agitado e favorecem especulação

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  • Crise nos emergentes

    Turquia e Argentina enfrentam uma crise econômica, com suas moedas se desvalorizando fortemente. Investidores ficam desconfiados de economias emergentes e migram seus recursos para mercados considerados mais seguros

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  • Juros nos EUA

    Se a taxa de juros dos EUA sobe, investidores tendem a tirar dinheiro de outros mercados, como o Brasil, e levá-lo para lá. Os juros por lá vêm subindo desde o final de 2015, e isso deve continuar

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  • EUA X China

    EUA e China travam uma disputa comercial, taxando produtos um do outro. Como são as duas maiores economias do mundo, isso afeta outros países e as reações de investidores

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Qual o limite?

Especialistas consultados pelo UOL afirmam que a moeda continuará bastante instável até o fim das eleições --o que significa que o valor do dólar na comparação com o real ainda pode mudar bastante.

Dependendo da situação política, há analista que prevê dólar até R$ 5.

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Precisa comprar dólar?

Se vai mesmo precisar de dólar para viajar ou fazer um pagamento, veja dicas para planejar a compra da moeda:

1. Compre aos poucos: a principal dica é comprar a moeda aos poucos, em vez de esperar um momento ideal de queda no preço. Se vai viajar logo --em duas semanas, por exemplo--, compre um pouco agora e o restante na véspera do embarque.

2. Negocie um parcelamento: se precisa fazer um pagamento grande em dólar, como dar entrada em um imóvel ou fazer um investimento no exterior, negocie o pagamento em parcelas.

3. Se puder, espere: é possível que o dólar caia consideravelmente após as eleições. Se puder, espere as eleições passarem para comprar os dólares. Nesse caso, você estará também assumindo um risco, porque é impossível prever exatamente o que vai acontecer com o dólar.

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Dica de ouro: pesquise!

Alguns sites e aplicativos buscam a melhor cotação para compra de dinheiro vivo (moeda em espécie) ou cartão pré-pago e ajudam a comprar moeda estrangeira mais barata.

- Melhor Câmbio (www.melhorcambio.com): Pesquisa cotações e está disponível no computador e em aplicativo para celular (Android e iOS). Em São Paulo, por exemplo, busca o preço em mais de 30 instituições.

- Ranking do BC: O Banco Central desenvolveu o Câmbio Legal, um aplicativo (para iOS ou Android) que ajuda a encontrar casas de câmbio na sua região e informa a taxa média praticada pelas instituições. Trata-se de uma versão para celular da ferramenta de pesquisa que o BC disponibiliza em seu site desde 2013, porém com mais recursos e mais fácil de usar.

- Fintechs para pesquisar e comprar: Algumas empresas de tecnologia financeira, as chamadas fintechs, oferecem ferramentas de busca e comparação de cotações e também funcionam como plataformas de compra e venda de moedas estrangeiras. Alguns exemplos: Cambiar (www.cambiar.com.br), Câmbio Store (www.cambiostore.com) e Bee Câmbio (www.beecambio.com.br).

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Vai comprar? Veja 5 cuidados

  1. 1

    Veja se instituição é autorizada pelo BC

    Há, basicamente, três tipos de instituição no Brasil que podem comprar e vender moedas: bancos, corretoras e correspondentes de câmbio. Há 188 bancos e corretoras autorizados a realizar câmbio, além de mais de 3.000 correspondentes. A lista está disponível no site do BC

  2. 2

    Não compare só a taxa; veja tarifas e impostos

    O ideal é olhar o Valor Efetivo Total (VET), que considera taxa de câmbio, tarifas e impostos (IOF) incidentes na operação. Se a compra for em dinheiro vivo, há cobrança de IOF de 1,1%. Para cartão de débito pré-pago ou cheques de viagem (traveller check), o IOF é de 6,38%

  3. 3

    Se optar pela entrega, confira frete e prazo

    Caso queira receber o dinheiro ou cartão em casa ou no escritório, fique atento à cobrança de frete e ao prazo de entrega

  4. 4

    Evite comprar no fim de semana ou feriado

    Os sites de câmbio e muitos correspondentes cambiais funcionam nos fins de semana e feriados, mas normalmente usando taxas maiores do que durante a semana, quando o mercado de câmbio está aberto

  5. 5

    Quer evitar as corretoras? Tome cuidado

    Alguns aplicativos colocam em contato quem quer comprar e vender moedas estrangeiras, sem passar por uma instituição financeira. Porém, não oferecem garantia sobre a segurança do negócio e não são fiscalizados pelo BC

Vai viajar?

Se não quiser mesmo adiar os planos de viajar para fora do país, é possível tentar reduzir os gastos, planejando-se com boa antecedência. Veja dicas.

Viagem no meio da semana barateia passagem: As passagens de avião costumam ser mais caras nos finais de semana, quando a maioria das pessoas pode ou prefere viajar. Outra dica é fugir dos períodos de alta temporada, como meses de férias.

Não use só avião: Pesquise meios de transporte alternativos para se deslocar dentro do país de destino, como trem, barco, ônibus ou carro alugado. Se tiver milhas, pode utilizá-las para comprar passagens completas ou trechos da viagem.

Hospedagem bem localizada, mas sem luxo: Opte por hotéis, hostels e pousadas mais simples, que não tenham vistas tão bonitas nem quartos muito grandes, mas ofereçam um mínimo de conforto em boa localização. Se viajar sozinho, considere dividir quarto em hostels ou alugar apenas um quarto pelo Airbnb.

Compre os passeios com antecedência: Compre os passeios e ingressos aqui no Brasil, com o máximo de antecedência possível.

Faça uma média de gastos diários: Divida o orçamento total pelos dias de viagem para chegar a uma média de gastos diários. Isso ajuda a controlar as despesas. Prefira cartão de débito pré-pago ou dinheiro vivo, em vez de cartão de crédito.

Deixe as compras para depois: Não viaje pensando em fazer compras, especialmente em cidades dos EUA, como Nova York e Miami, bastante associadas ao consumo.

Parcele mais: Se não tem o dinheiro disponível de uma vez, divida o pacote de viagem, as passagens, hospedagem ou os passeios em parcelas que caibam no bolso. Se pagar com boleto bancário, o limite do cartão de crédito fica livre para emergências na viagem.

Mude o destino: Para quem não faz questão, o destino da viagem pode ser mudado. Que tal visitar Chile, Uruguai ou Colômbia, onde a moeda local é desvalorizada frente ao real? Outra opção boa é a Argentina: como o peso despencou, o país ficou bem mais barato para brasileiros.

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