Por conta do trabalho, a consultora de turismo e eventos Chelem Consentino viaja bastante e incorporou o hábito de checar tudo antes de deixar a residência fechada. Ela conta que tem um perfil disciplinado desde pequena "Sempre fui assim. Meu pai é minha referência: sempre foi muito organizado, anotava tudo o que ia fazer, o que ia comprar no supermercado", conta.

Mas o costume evoluiu por causa do trabalho que a faz passar vários dias longe de casa.

A preocupação é tamanha que, certa vez, a caminho do aeroporto, pediu para o motorista dar meia volta, porque não conseguia se lembrar se tinha ou não desligado o gás — e, de fato, não tinha. "Lembro-me de ter conferido tudo, como sempre. Mas me bateu a dúvida. Eu ia ficar 20 dias ausente, não tinha como não voltar", conta. "A sorte é que eu não estava atrasada e, assim, ao menos fui viajar tranquila."

Na lista de checagem da consultora sempre estão: não deixar lixo em casa, ou comida que possa estragar na geladeira, para não atrair bichos; fechar portas e persianas, para não quebrar objetos com ventanias, verificar se está tudo bem trancado.

"Acho importante fazer um planejamento, assim os imprevistos são menores", comenta Chelem. "Se você tem família, filhos, quanto mais organização, menos dor de cabeça vai ter e poderá aproveitar mais a viagem. E quem tem animal de estimação o cuidado deva ser dobrado."

Segundo o Tenente André Elias dos Santos Corpo de Bombeiros PMESP, todo cuidado é bem-vindo. "Todas as medidas de prevenção contra acidentes são de suma importância para a vida das pessoas, para que não traga más consequências", aponta o completando que, oficialmente, o Corpo de Bombeiros não possui procedimentos padrão para o caso de viagens, mas que o bom senso, nesse caso, é um bom indicativo do que deve ser feito.

Nesse sentido, o tenente sugere medidas simples, como verificar sempre se portas e janelas estão bem vedadas, antes de sair, não apenas para prevenir que vendavais tragam estragos maiores, como deterioração de móveis que eventualmente entram em contato com a água em caso de chuvas torrenciais ou mesmo inundações.

Outro cuidado é em relação às instalações de gás e eletricidade. "É importante também deixar a borboleta do gás de cozinha fechada e, se possível, desligar a chave-geral de eletricidade, para evitar problemas devido a descargas elétricas", completa.

Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), alerta, em especial, sobre os riscos envolvendo eletricidade. "Algumas situações, principalmente de sobrecarga em instalações elétrica, são responsáveis por incêndios, principalmente em ambientes residenciais", ressalta.

Variações na intensidade da rede elétrica são mais comuns durante a época de chuvas e temporais, que envolvem alta incidências de raios. De acordo com o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil é líder mundial em registros de raios, com uma média de 77,8 milhões de incidências por ano. "Por isso é importante que se faça uma verificação com base em um checklist", sugere.